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Publicada em 02 de Junho de 2025 às 13:55

Governo do Estado investirá R$ 102 milhões para a produção de hidrogênio verde no Rio Grande do Sul

Edital com as definições dos projetos que poderão concorrer ao recurso será divulgado nos próximos dias

Edital com as definições dos projetos que poderão concorrer ao recurso será divulgado nos próximos dias

TÂNIA MEINERZ/JC
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Bruna Suptitz
Bruna Suptitz
Para apresentar o “diferencial competitivo da indústria gaúcha mundialmente”, o governo do Rio Grande do Sul vai subsidiar empresas que tenham condições de adotar o “hidrogênio verde” no seu sistema produtivo, logístico ou de entrega de energia ao consumidor. Serão R$ 102,4 milhões destinados ao Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Hidrogênio Verde (H2V-RS) - as empresas interessadas apresentarão projetos e cada uma poderá receber até R$ 30 milhões, com contrapartida de 30%. O operador financeiro será o Badesul.
Para apresentar o “diferencial competitivo da indústria gaúcha mundialmente”, o governo do Rio Grande do Sul vai subsidiar empresas que tenham condições de adotar o “hidrogênio verde” no seu sistema produtivo, logístico ou de entrega de energia ao consumidor. Serão R$ 102,4 milhões destinados ao Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Hidrogênio Verde (H2V-RS) - as empresas interessadas apresentarão projetos e cada uma poderá receber até R$ 30 milhões, com contrapartida de 30%. O operador financeiro será o Badesul.
O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (2) pelo governador Eduardo Leite (PSD), acompanhado do chefe da Casa Civil, Artur Lemos, e da secretária de Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann. “É um passo fundamental dentro de uma estratégia que vem sendo desenvolvida”, aponta Leite, em referência à "estratégia de descarbonização" - o objetivo é que políticas locais dialoguem com as metas nacional e global de redução da emissão de gases poluentes na atmosfera, responsáveis pelo aquecimento global. As mudanças climáticas, como chuvas intensas e frequentes, assim como estiagens severas, são consequência desse aquecimento.
O edital com orientações das iniciativas que poderão concorrer ao recurso será divulgado nos próximos dias e receberá inscrições entre 16 de junho e 16 de julho. O prazo curto, conforme Lemos, atende a um dos propósitos, que é atrair empresas já estruturadas, já que o prazo para implementação, após a liberação do recurso, é de 24 meses. O aporte será destinado a empresas gaúchas de forma única ou por meio de aglomerados com outras nacionais e internacionais, desde que tenham atuação no Estado.
Serão elegíveis projetos que atendam a um ou mais dos seguintes fatores: no processo produtivo industrial, inovação em equipamentos na linha de produção; em insumos para a atividade industrial, inovação em produtos; e no setor de mobilidade verde, no transporte na linha de produção, no transporte de cargas ou de passageiros.
Uma cartilha do governo sobre o hidrogênio verde (H2V) classifica este como o hidrogênio gerado por energia renovável (hidrelétrica, solar ou eólica), com vasta aplicabilidade e com emissões de carbono significativamente menores do que o hidrogênio cinza, feito a partir do gás natural, assim como demais combustíveis fósseis.
Embora o anúncio - e a assinatura de um decreto estadual que cria a iniciativa - tenha acontecido em 2025, o Programa H2V vem sendo articulado desde 2019, conforme explicou Artur Lemos. Estudos desenvolvidos pela consultoria McKinsey & Company  apontam que o setor tem potencial de gerar 41 mil empregos e injetar R$ 62 bilhões no PIB gaúcho até 2040. O compromisso global é neutralizar as emissões de carbono até 2050.
Junto ao hidrogênio verde, compõem a estratégia de descarbonização do Estado ações como a busca por parcerias nacionais e internacionais, subsídio para consumidores que adotem matriz energética de fontes renováveis e incentivos fiscais para atrair e estimular novos negócios que usem energia limpa desde o início. Algumas destas e outras iniciativas dependerão de aval do Legislativo para serem implementadas.
Também foi tratado no evento, embora com menor atenção, da usina gaúcha a carvão Candiota 3. Na busca por reduzir até zerar a emissão de poluentes, não há espaço para o modelo de geração de energia à base de carvão. Pensando nisso, um estudo está em andamento com foco na região e deve ficar pronto ao fim desde ano. Na defesa do governador Eduardo Leite, "a transição energética justa é aquela que tem a preocupação de promover a descarbonização sem esquecer que há pessoas, famílias, dependentes de uma economia que se estabeleceu em outros tempos e não pode ser encerrada de forma abrupta". Para isso, o governo aposta, conforme Lemos, em "reinventar a economia com o que temos de riqueza.

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