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Publicada em 23 de Maio de 2025 às 20:27

Dólar fecha em queda após susto com o IOF e tarifas de Trump contra a UE

A moeda fechou a sessão desta sexta-feira com uma leve queda de 0,26%, a R$ 5,6455

A moeda fechou a sessão desta sexta-feira com uma leve queda de 0,26%, a R$ 5,6455

Arte/JC
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Agências
Após chegar a subir mais de 1% pela manhã, o dólar fechou a sessão desta sexta-feira (23) com uma leve queda de 0,26%, a R$ 5,6455. Já a Bolsa encerrou com um avanço de 0,40%, a 137.824 pontos, revertendo a abertura mais negativa, quando chegou a despencar até 1,50%, indo abaixo dos 135 mil pontos na mínima do pregão.
Após chegar a subir mais de 1% pela manhã, o dólar fechou a sessão desta sexta-feira (23) com uma leve queda de 0,26%, a R$ 5,6455. Já a Bolsa encerrou com um avanço de 0,40%, a 137.824 pontos, revertendo a abertura mais negativa, quando chegou a despencar até 1,50%, indo abaixo dos 135 mil pontos na mínima do pregão.
Em uma sessão marcada por alta volatilidade, investidores reagiram ao recuo do governo Lula em relação a parte das medidas de aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em operações cambiais. Os movimentos também tiveram como pano de fundo a ameaça do presidente dos EUA, Donald Trump, de tarifar os produtos da União Europeia em 50%. Na semana, a divisa norte-americana acumulou queda de 0,38%, enquanto a Bolsa soma perdas de 1,12%.
Na quinta (22), com o mercado à vista de câmbio já fechado, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) baixou um decreto para aumentar o IOF de uma série de operações de câmbio e crédito de empresas, com previsão de arrecadação de R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026. Também foi divulgado o congelamento de R$ 31,3 bilhões de despesas do Orçamento deste ano.
As mudanças leveram o dólar futuro a acelerar antes de seu fechamento, às 18h. Diante dessa repercussão negativa no mercado financeiro, o governo chamou uma reunião de emergência ainda na noite de quinta e decidiu rever dois pontos da medida sobre o IOF, estabelecendo alíquota zero sobre aplicações de fundos de investimentos do Brasil em ativos no exterior.
Antes de recuar, o governo havia previsto uma alíquota de 3,5% sobre essas aplicações. A mudança deve reduzir o ganho de arrecadação em aproximadamente R$ 6 bilhões até 2026.
Na madrugada desta sexta, antes da abertura dos mercados, um novo decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União. Mesmo com o alívio das medidas, as primeiras negociações desta sessão ainda refletiam as incertezas dos investidores com o cenário fiscal do governo.
"Foi um pânico tão generalizado, tão generalizado, que a Fazenda teve que revogar algumas medidas", afirmou Alison Correia, analista de investimentos e com-fundador da Dom Investimentos.
"Voltaram atrás em relação aos fundos, por que quem vai querer diversificar os seus investimentos lá fora? Uma das poucas defesas que a gente tem é conseguir diversificar os nossos investimentos alocando também em moedas mais fortes de mercados internacionais." Ao longo do dia, o dólar desacelerou alta com o mercado absorvendo o fato de que o Ministério da Fazenda voltou atrás na medida cambial mais sensível, que era a cobrança de IOF em aplicações de fundos de investimento no exterior.
Em entrevistas a jornalistas em São Paulo na manhã desta sexta, Haddad afirmou que o governo não tem problema em corrigir rota, "desde que o rumo traçado pelo governo seja mantido", após a pasta recuar de parte das medidas do IOF.
Segundo noticiou a Folha, a decisão de recuar também foi motivada pelo receio de que o episódio pudesse repetir a experiência traumática da crise do Pix, em janeiro, quando a disseminação de fake news sobre o tema prejudicou a popularidade do presidente. As operações com cartões de crédito e débito internacionais, cartão pré-pago internacional, cheques de viagem para gastos pessoais, cuja alíquota passou de 3,38% para 3,5%, serão mantidas.

 

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