Doze municípios gaúchos estão em estado de emergência em saúde animal, em decorrência da identificação de dois focos de Influenza Aviária da Alta Patogenicidade (H5N1) no Rio Grande do Sul. O decreto assinado pelo governador Eduardo Leite, publicado sábado no Diário Oficial do Estado, é válido por 60 dias e abrange Montenegro, Sapucaia do Sul, Triunfo, Capela de Santana, Nova Santa Rita, Esteio, Canoas, Gravataí, São Leopoldo, Cachoeirinha, Novo Hamburgo e Portão.
Na véspera, a Secretaria da Agricultura e o Ministério da Agricultura confirmaram a presença do vírus em uma granja de Montenegro - o primeiro caso em estabelecimento de produção comercial do País - e no Parque Zoológico de Sapucaia. Também na sexta-feira, o Ministério da Agricultura já havia decretado estado de emergência zoossanitária abrangendo uma área de 10 quilômetros ao redor da propriedade onde foi detectada a infecção pelo vírus.
Na granja, que concentrava 17 mil galinhas poedeiras de ovos com aptidão para frangos de corte, cerca de 15 mil animais começaram a morrer no final de semana anterior, desencadeando a notificação aos órgãos de vigilância sanitária animal do Estado na segunda-feira passada. Após vistoria, as outras 2 mil aves foram sacrificadas na sexta-feira, e iniciou-se o processo de depopulação e desinfecção do local.
Para conter a disseminação da doença, barreiras foram instaladas sábado em locais estratégicos no entorno da propriedade infectada. Veículos que transportam animais, ração e leite estão sendo vistoriados e desinfectados nesses pontos. Cerca de 60 profissionais participam das ações de fiscalização e monitoramento que serão realizadas em raios de três e sete quilômetros da granja infectada – já isolada –, para assegurar que nenhum outro caso passe despercebido.
Os estabelecimentos distantes até três quilômetros são considerados dentro da área de foco. Nesses locais, técnicos do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA) da Secretaria da Agricultura inspecionarão as aves a cada três dias. E as granjas localizadas sete quilômetros fora desse raio serão vistoriadas a cada sete dias, explicou a diretora do Departamento, Rosane Collares.
Ela acredita que as equipes deverão levar cerca de uma semana para chegar a todos os 520 criatórios dentro do perímetro afetado. As medidas foram iniciadas neste sábado. Caso não sejam identificados novos focos, o processo de encerramento do período de emergência será iniciado. Conforme o DDA, o levantamento da interdição na granja será de pelo menos 28 dias. Esse tempo é equivalente a duas vezes o período de incubação da doença.
Com o episódio no município do Vale do Caí, China, União Europeia, Argentina, Uruguai, Chile e México já suspenderam as importações de todo o Brasil. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ressaltou que o País mantém diversos acordos bilaterais com nações parceiras, prevendo diferentes medidas diante de casos como esse. E que as negociações serão feitas caso a caso, para proteger a avicultura nacional, defendendo a regionalização para reduzir a área de restrição de produtos para embarque. Com isso, pretende minimizar o impacto na economia. Os acordos contemplam restrições somente à área afetada, ao município de Montenegro, ao Rio Grande do Sul ou mesmo travar as exportações de todo o Brasil.
A pasta ressaltou que países como Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, por exemplo, já aprovaram a regionalização e que “não há, no momento, restrição generalizada da exportação de produtos de aves do Rio Grande do Sul”.
A pasta ressaltou que países como Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, por exemplo, já aprovaram a regionalização e que “não há, no momento, restrição generalizada da exportação de produtos de aves do Rio Grande do Sul”.
Além disso, o Mapa informou ter rastreado todos os ovos para incubação oriundos da granja onde foi registrado o primeiro caso de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP). Os ovos foram enviados a incubatórios em Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, e medidas de saneamento previstas no plano de contingência já foram adotadas.
Como precaução, o governo de Minas determinou o descarte de 450 toneladas de ovos fecundados e materiais relacionados. Segundo o Mapa, não há comprovação de contaminação, mas todas as ações necessárias foram tomadas para proteger a avicultura nacional e conter a doença.
Como precaução, o governo de Minas determinou o descarte de 450 toneladas de ovos fecundados e materiais relacionados. Segundo o Mapa, não há comprovação de contaminação, mas todas as ações necessárias foram tomadas para proteger a avicultura nacional e conter a doença.
Caso é mais um desafio para o setor após doença de Newcastle
O caso é mais um golpe no setor avícola, que há quase um ano enfrentou a Doença de Newcastle em um aviário de Anta Gorda e que mantém até hoje o Rio Grande do Sul fora do roteiro de importações da China e do Chile. E faz disparar um sinal de alerta na região, cuja economia é fortemente apoiada pela atividade avícola, com centenas de estabelecimentos com produção comercial ou de subsistência.
O Brasil é o terceiro maior produtor de carne de frango e o maior exportador, com recordes de 5,294 milhões de toneladas embarcadas e de faturamento, com US$ 9,928 bilhões, em 2024. O RS, mesmo com os problemas enfrentados a partir do foco de Newcastle, em julho, exportou mais de 690 mil toneladas, respondendo por cerca de 13% das exportações nacionais desse segmento no ano passado e obtendo receita estimada em US$ 1,3 bilhão, conforme a Asgav.
Tentando manter a serenidade, o presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, disse em coletiva de imprensa realizada na sede da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, que confia na qualidade e na eficiência dos órgãos de controle e nas tratativas do governo federal com os países importadores para a rápida resolução do problema e a normalização das vendas.
CIEE - Site todo - 05/25
Santos ressaltou que o consumo de carne de frango e ovos tem crescido e não coloca em risco a população e que espera pelos desdobramentos da situação para definir os próximos passos, com possível redirecionamento de produtos que iriam para destinos eventualmente sob embargo.
“Não estamos 100% protegidos. Há aves migratória que podem transportar o vírus, mas o setor atua fortemente com ações e protocolos de biossegurança e educação dos profissionais que trabalham nos estabelecimentos comerciais para reduzir os riscos. Esse é um problema não do RS, mas da avicultura brasileira. Estamos atentos aos impactos do mercado”.
O dirigente também lembrou que, por se tratar de uma granja parceira de uma grande empresa do setor, há confiança ainda maior no manejo da situação, uma vez que a unidade deverá receber forte aparato de suporte tecnológico.
O secretário da Agricultura, Edivilson Brum, mostrou preocupação com o impacto do caso especialmente sobre a economia de Montenegro, mas também lembrou das dificuldades enfrentadas pelo setor produtivo gaúcho nos últimos anos.
“Recentemente, tivemos quatro estiagens e uma enchente. Agora estamos verificando uma nova queda na produção de grãos. Quando o Brasil tem produção recorde e o RS sofre queda, não é porque desaprendemos a plantar".
Mas reforçou o trabalho para o enfrentamento de enfermidades como essa. Segundo ele, a eficiência do sistema e da estrutura de fiscalização e controle sanitário animal do RS foi testado e apresentou resposta rápida e eficiente no caso da Doença de Newcastle, ocorrido em 2024, o que assegura experiência na condução deste episódio.
O Brasil é o terceiro maior produtor de carne de frango e o maior exportador, com recordes de 5,294 milhões de toneladas embarcadas e de faturamento, com US$ 9,928 bilhões, em 2024. O RS, mesmo com os problemas enfrentados a partir do foco de Newcastle, em julho, exportou mais de 690 mil toneladas, respondendo por cerca de 13% das exportações nacionais desse segmento no ano passado e obtendo receita estimada em US$ 1,3 bilhão, conforme a Asgav.
Tentando manter a serenidade, o presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, disse em coletiva de imprensa realizada na sede da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, que confia na qualidade e na eficiência dos órgãos de controle e nas tratativas do governo federal com os países importadores para a rápida resolução do problema e a normalização das vendas.
CIEE - Site todo - 05/25
Santos ressaltou que o consumo de carne de frango e ovos tem crescido e não coloca em risco a população e que espera pelos desdobramentos da situação para definir os próximos passos, com possível redirecionamento de produtos que iriam para destinos eventualmente sob embargo.
“Não estamos 100% protegidos. Há aves migratória que podem transportar o vírus, mas o setor atua fortemente com ações e protocolos de biossegurança e educação dos profissionais que trabalham nos estabelecimentos comerciais para reduzir os riscos. Esse é um problema não do RS, mas da avicultura brasileira. Estamos atentos aos impactos do mercado”.
O dirigente também lembrou que, por se tratar de uma granja parceira de uma grande empresa do setor, há confiança ainda maior no manejo da situação, uma vez que a unidade deverá receber forte aparato de suporte tecnológico.
O secretário da Agricultura, Edivilson Brum, mostrou preocupação com o impacto do caso especialmente sobre a economia de Montenegro, mas também lembrou das dificuldades enfrentadas pelo setor produtivo gaúcho nos últimos anos.
“Recentemente, tivemos quatro estiagens e uma enchente. Agora estamos verificando uma nova queda na produção de grãos. Quando o Brasil tem produção recorde e o RS sofre queda, não é porque desaprendemos a plantar".
Mas reforçou o trabalho para o enfrentamento de enfermidades como essa. Segundo ele, a eficiência do sistema e da estrutura de fiscalização e controle sanitário animal do RS foi testado e apresentou resposta rápida e eficiente no caso da Doença de Newcastle, ocorrido em 2024, o que assegura experiência na condução deste episódio.
Ovos de granja com caso de gripe aviária estão rastreados, diz Mapa
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou ter rastreado todos os ovos para incubação fornecidos pela granja onde ocorreu o primeiro caso de vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP).
O destino desses ovos são incubatórios localizados em Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Segundo o Ministério, já foram adotadas as medidas de saneamento definidas no plano de contingência para influenza aviária e doença de Newcastle.
O destino desses ovos são incubatórios localizados em Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Segundo o Ministério, já foram adotadas as medidas de saneamento definidas no plano de contingência para influenza aviária e doença de Newcastle.
China, UE e Argentina suspendem compras de carne de frango do Brasil. Entre as ações previstas está a destruição desses ovos. Ontem (17), o governo de Minas Gerais determinou o descarte de 450 toneladas de ovos fecundados e demais materiais envolvidos, como medida preventiva.
"A iniciativa mostrou-se necessária para manter o controle sanitário, seguindo planos prévios para possíveis ocorrências do tipo, garantindo contenção e erradicação da doença e a manutenção da capacidade produtiva do setor", informou o governo estadual em comunicado oficial.
O Mapa ressalta que não há comprovação de contaminação nesses ovos, e que adotou "todas medidas necessárias para proteção da avicultura nacional".
"A iniciativa mostrou-se necessária para manter o controle sanitário, seguindo planos prévios para possíveis ocorrências do tipo, garantindo contenção e erradicação da doença e a manutenção da capacidade produtiva do setor", informou o governo estadual em comunicado oficial.
O Mapa ressalta que não há comprovação de contaminação nesses ovos, e que adotou "todas medidas necessárias para proteção da avicultura nacional".