Após desvalorização de 1,46% na quinta-feira, o dólar experimentou uma leve queda na sexta-feira, e encerrou o pregão ainda acima do nível técnico de R$ 5,65. Divisas emergentes em geral ganharam terreno em dia marcado por uma rodada global de enfraquecimento da moeda americana. Por aqui, a leitura do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril praticamente em linha com as expectativas teve pouca influência na formação da taxa de câmbio. Investidores ajustaram posições de forma cautelosa à espera do início das negociações comerciais entre norte-americanos e chineses. Não houve apetite para grandes apostas depois do rali dos ativos de risco na quinta com a notícia de acordo sobre tarifas entre EUA e Reino Unido, seguido de declarações mais amenas do presidente norte-americano, Donald Trump, em relação à China.
Nas primeiras horas do pregão, o dólar até ensaiou um movimento de alta, em aparente ajuste após o tombo da quinta, e registrou máxima a R$ 5,6700. A moeda trocou de sinal ainda pela manhã e, com mínima a R$ 5,6386, encerrou a sessão em queda de 0,11%, a R$ 5,6548. Com as perdas na quinta e nesta sexta anulando os ganhos das três sessões anteriores, o dólar terminou a semana estável. A divisa recua 0,38% em maio e 8,50% no ano.
O economista da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, observa que houve uma melhora do ambiente para divisas emergentes nos últimos dias com os sinais recentes de flexibilidade por parte do governo americano, com anúncio de que várias negociações comerciais em andamento e disposição para dialogar com a China.
Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY apresentou queda moderada, mas manteve-se acima da linha dos 100,000 pontos, rodando na casa dos 100,300 pontos no fim da tarde. Na semana, o Dollar Index sobe cerca de 0,30%, passando a acumular alta por volta de 0,70% em março, diminuindo as perdas no ano para menos de 8%.
Após o ganho de 2,12%, e com renovação de recorde histórico intradia na sessão da quinta-feira, o Ibovespa teve uma sexta-feira de acomodação, ainda em viés positivo. No fechamento, mostrava alta de 0,21%, aos 136.511,88 pontos, com giro a R$ 30,4 bilhões. Na semana, o Ibovespa sustentou ganho de 1,02%, e no mês avança 1,07%. Foi o quinto avanço semanal consecutivo, a mais longa sequência de alta do Ibovespa desde a série de seis semanas positivas entre outubro e novembro de 2023.
Para Bruna Centeno, economista e advisor da Blue3 Investimentos, a temporada de balanços trimestrais - em semana movimentada também pela "superquarta" de decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos - contribuiu para dar o impulso visto nas últimas sessões, com o Ibovespa tendo obtido na quinta-feira, ressalta ela, o sexto maior nível de fechamento da história. "Horizonte de longo prazo parece melhorar, também, com a sinalização do Copom de que o ciclo de aperto monetário está bem perto do fim, ou pode mesmo já ter chegado na reunião de maio", acrescenta.
Entre as ações de commodities, Petrobras subiu 0,51% (ON) e 0,65% (PN), e Vale ON avançou 0,40%. Na ponta ganhadora do Ibovespa, Porto Seguro ( 5,66%), PetroReconcavo ( 5,49%), Itaú e Lojas Renner ( 4,92%). No lado oposto, Azul (-11,89%), MRV (-11,22%) e CSN (-9,87%).