Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 06 de Maio de 2025 às 17:43

Cresce consumo de etanol no Rio Grande do Sul

Preço é um dos fatores de atratividade do combustível

Preço é um dos fatores de atratividade do combustível

Unica/Divulgação/jc
Compartilhe:
Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Afastados de grandes centros produtores de álcool como, por exemplo, São Paulo, os gaúchos registram historicamente uma baixa demanda de etanol hidratado. No entanto, mesmo que com volumes ainda modestos, o consumo desse combustível veicular vem crescendo no Estado.
Afastados de grandes centros produtores de álcool como, por exemplo, São Paulo, os gaúchos registram historicamente uma baixa demanda de etanol hidratado. No entanto, mesmo que com volumes ainda modestos, o consumo desse combustível veicular vem crescendo no Estado.
Baseado em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o diretor da consultoria ES-Petro, Edson Silva, informa que o consumo de etanol no Rio Grande do Sul em 2024 foi de cerca de 124,5 milhões de litros, contra 54,9 milhões de litros no ano anterior, um aumento de 126,7%. O especialista ressalta que a tendência de incremento permanece em 2025.
O levantamento mais recente, de março deste ano, aponta que o consumo desse biocombustível cresceu 12,7% no Estado, se comparado ao mesmo mês de 2024. Os gaúchos estão na contramão da média nacional, que registrou uma queda de 6% da demanda, no mesmo período.
Já março em relação a fevereiro deste ano também indicou incremento, no caso de 6,3%. Mesmo com esse resultado, Silva frisa que o álcool continua com uma demanda bem aquém da gasolina no Rio Grande do Sul. O consumo de etanol dos gaúchos em março foi de 12 milhões de litros e o de gasolina foi de 333 milhões de litros. “Esse é um ponto que precisamos ter atenção, porque quanto maior o uso do combustível fóssil, maior o impacto ambiental”, alerta o especialista.
Além da questão ambiental, o encarecimento do combustível fóssil é um dos fatores que faz com que os motoristas analisem encher o tanque com etanol. Porém, apesar de mais cara, a gasolina possibilita que o automóvel rode mais quilômetros por litro. Silva recorda que o etanol começa a ser competitivo quando custa até 70% do valor do combustível derivado do petróleo.
Na última semana de abril, indica pesquisa da ANP, o preço médio do litro do etanol hidratado na bomba no Rio Grande do Sul foi de R$ 4,88 e em Porto Alegre de R$ 4,99. Já a gasolina comum no Estado, no mesmo intervalo de tempo, custou R$ 6,29 o litro e na Capital o valor médio foi de R$ 6,27. Ou seja, a diferença era superior ao patamar de 70%, mas não tanta.
O fator preço também é visto pelo presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua, como um fator que tem feito o interesse pelo álcool ser recuperado. Ele reitera que ainda não são volumes expressivos, entretanto vários postos retomaram a comercialização do biocombustível. “O etanol já está melhor e tende a melhorar ainda mais”, aposta o dirigente.
Dal’Aqua enfatiza que há a expectativa de que novas usinas produtoras de etanol sejam confirmadas no Rio Grande do Sul, sustentando um fornecimento local de álcool. Uma das iniciativas citadas por ele é a da empresa Be8, que está construindo uma planta desse biocombustível em Passo Fundo. O combustível será produzido do processamento de cereais como trigo, triticale, milho, entre outros.
O presidente do Sulpetro recorda que o etanol se propagou no País baseado fundamentalmente na cadeia da cana-de-açúcar, contudo os gaúchos não têm essa cultura desenvolvida em larga escala. Agora, a perspectiva é que o etanol no Estado seja fabricado a partir de outras matérias-primas.

Notícias relacionadas