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Publicada em 30 de Abril de 2025 às 18:36

Bandeira amarela beneficia continuidade da operação de Candiota 3

Usina na região da  Campanha voltou recentemente a operar com foco no mercado de curto prazo

Usina na região da Campanha voltou recentemente a operar com foco no mercado de curto prazo

Tatiana Gappmayer/Divulgação/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Além de sinalizar uma conta de luz mais cara, o anúncio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que maio será um mês de bandeira amarela (que indica condições de geração hidrelétrica menos favoráveis) faz crescer as chances da termelétrica Candiota 3 continuar operando por mais tempo. A usina gaúcha a carvão voltou a gerar em abril com foco no mercado spot (de curto prazo), depois de ter interrompido as atividades em janeiro, quando acabou seu contrato de fornecimento.
Além de sinalizar uma conta de luz mais cara, o anúncio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que maio será um mês de bandeira amarela (que indica condições de geração hidrelétrica menos favoráveis) faz crescer as chances da termelétrica Candiota 3 continuar operando por mais tempo. A usina gaúcha a carvão voltou a gerar em abril com foco no mercado spot (de curto prazo), depois de ter interrompido as atividades em janeiro, quando acabou seu contrato de fornecimento.
Em nota, a Âmbar Energia, companhia responsável pela unidade, informou que “Candiota 3 está funcionando em uma operação deficitária, como usina merchant (sem contrato), para contribuir com a segurança energética do País em um cenário hídrico adverso”. A declaração está em linha com a nota divulgada pela Aneel que afirma que a decretação da bandeira amarela ocorreu devido à redução das chuvas em razão da transição do período chuvoso para o período seco do ano. Segundo o órgão regulador do setor elétrico, as previsões de chuvas e vazões nas regiões dos reservatórios hidrelétricos para os próximos meses ficaram abaixo da média.
Enquanto houver a perspectiva das bandeiras, seja amarela ou vermelha, que confirmam limitações hídricas, o diretor da Siclo Consultoria em Energia Plinio Milano argumenta que há a expectativa que Candiota 3 continue gerando. Ele salienta que na Região Sul brasileira o nível dos reservatórios hidrelétricos está baixo, em torno de 40%, acarretando a ‘importação’ de energia do Sudeste, o que conforme o consultor é mais um motivo para acionar a térmica candiotense.
O presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales, acrescenta que, quando ocorre a necessidade do acionamento das termelétricas, as usinas com menor custo operacional são demandadas antes das plantas que são mais onerosas. A dúvida que fica quanto ao futuro é por quanto tempo ainda irá durar a bandeira amarela e se nos próximos meses poderá ser estipulada a vermelha (cenários mais custosos de geração) ou a verde (melhor situação para as hidrelétricas, que são mais baratas e de menor impacto ambiental que as térmicas fósseis).
O diretor da Siclo Consultoria considera que é uma tendência que ocorram bandeiras amarelas ou vermelhas nas próximas contas de luz, pelo menos até novembro. Milano frisa que o período de chuva no Brasil começou um pouco atrasado, em dezembro, e já em março as precipitações ficaram abaixo do esperado. “Então ligou o sinal amarelo, porque até abril é quando os reservatórios poderiam encher e depois, até novembro, é só queda”, diz o consultor.
Já o presidente do Instituto Acende Brasil não descarta a possibilidade da melhora do cenário hídrico e que a bandeira verde volte a vigorar antes de chegar o último bimestre do ano. Enquanto na bandeira verde não ocorre cobrança extra na conta de luz dos consumidores, na amarela há um acréscimo de R$ 0,01885 para cada kWh consumido (o que equivale a R$ 1,885 por 100 kWh). Na bandeira vermelha - patamar 1 são R$ 0,04463 por kWh (R$ 4,463 por 100 kWh) e na bandeira vermelha - patamar 2 R$ 0,07877 a cada kWh (ou R$ 7,877 por 100 kWh).
Sales enfatiza que esse modelo deixou mais claro para o consumidor quando há um maior custo na geração de energia. “Nada mais é que fazer uma cobrança tempestiva, na hora que ocorre o fato que gera o custo”, destaca o dirigente. Ele recorda que, antigamente, esse custo era embutido na tarifa dos consumidores.

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