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Publicada em 18 de Fevereiro de 2025 às 17:25

Polo moveleiro gaúcho fechou 2024 com queda de 2,5% no total de empregos

Cadeia de produção de mobiliário acumula vagas em aberto no Estado

Cadeia de produção de mobiliário acumula vagas em aberto no Estado

Movergs/Divulgação/JC
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Roberto Hunoff
Roberto Hunoff Jornalista
De Caxias do Sul
De Caxias do Sul
Por falta de mão de obra qualificada, a indústria gaúcha de móveis fechou o ano passado com recuo de 2,5% no total de empregos. De acordo com Diego Machado, diretor de comunicação do Sindmóveis de Bento Gonçalves, principal polo produtor de mobiliário no Estado, não há um número exato de vagas em aberto, no entanto, ele garante que são muitas.
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Para fazer frente a este cenário, a entidade firmou parcerias com o Senai para formar mão de obra nova e com o Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC) para a qualificação. “Houvesse o preenchimento destas vagas, o resultado teria sido positivo. Temos a preocupação de atrair novos trabalhadores, mas também de reter os já existentes, que precisam de qualificação”, comenta.

O Observatório Econômico, organizado pelo CIC, apurou a geração de 1.084 vagas em Bento Gonçalves no ano passado, crescimento de 135% em relação ao observado no final de 2023. O setor industrial teve saldo de 890 empregos, dos quais 393 na fabricação de móveis. Bento Gonçalves terminou o ano passado com 48.988 empregos formais, 2,3% de alta sobre 2023.
Apesar do recuo na geração de empregos, o polo gaúcho apurou faturamento de R$ 13 bilhões no ano passado, alta de 14%. Do total, US$ 261 milhões, avanço de 8%, têm origem em exportações, principalmente para países como os Estados Unidos, Paraguai, Chile, Peru e México.
De acordo com Machado, a expectativa é que o setor repita o desempenho em 2025, especialmente com aumento de exportações, favorecidas pelo câmbio.
“Estamos em crescimento, o que existe é este desencaixe entre evolução tecnológica e mão de obra qualificada. Para 2025 temos como meta elevar os investimentos na formação e qualificação de pessoas para operação, principalmente de equipamentos automatizados, adquiridos nos últimos anos diante dos impactos causados pelo susto com a pandemia. Desde então, o setor passou por mudanças drásticas em tecnologia em busca de competitividade, produtividade e eficiência”, afirma.


Além da falta de mão de obra, outra preocupação é com o aumento no custo dos principais insumos da cadeia. Em 2024, a inflação nas matérias-primas do setor foi de 10% e já há sinalização de nova variação para este ano, com índice ainda não formalizado. “Parte do crescimento na receita do setor em 2024 teve como origem o repasse aos preços finais dos reajustes dos insumos. Por serem commodities, existe uma questão global que repercute nos preços. É algo que nos preocupa”, observa.

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