Está previsto para dezembro deste ano o certame de concessão da chamada Rota Integração do Sul, que envolve segmentos das BRs-116/158/392/290 dentro do Rio Grande do Sul. O Ministério dos Transportes informa que os estudos ainda estão em desenvolvimento, mas se espera, ao todo, desembolsos de aproximadamente R$ 9,5 bilhões no empreendimento, sendo R$ 5,3 bilhões em Capex (investimento de capital, como infraestrutura, equipamentos e tecnologia) e R$ 4,2 bilhões em Opex (operações como socorro médico e mecânico, por exemplo).
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No total, serão 674,1 quilômetros concedidos à iniciativa privada e, tudo transcorrendo dentro do previsto, a assinatura do contrato deverá acontecer entre maio e junho de 2026. Segundo a assessoria de comunicação do Ministério dos Transportes, o trajeto definitivo ainda está em fase de estudo. Porém, municípios como Porto Alegre, Camaquã, Santana da Boa Vista, Santa Maria e Cruz Alta deverão compor a Rota Integração do Sul.
Também conforme a pasta, a decisão de quem vencerá a disputa passa pelo critério de menor valor de tarifa a ser praticado. Atualmente, não existem praças de pedágio em operação nos trechos que serão leiloados e não há previsão de implantação de praças físicas na concessão, pois se avalia a possibilidade de utilização de sistema de livre passagem (free-flow), ou seja, com a utilização de pórticos de cobrança eletrônica.
De acordo com o Ministério dos Transportes, essa solução permite que o motorista passe no pedágio sem cancela e sem interrupções. Além disso, não é necessário reduzir a velocidade ao passar pelos pórticos, o pagamento é proporcional à extensão percorrida, permite mais fluidez nas estradas e menos impacto no tempo do trajeto da viagem, reduz congestionamento e, consequentemente, a emissão de poluentes.
O presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura, Paulo Menzel, frisa que, em termos de logística e infraestrutura, o Rio Grande do Sul está décadas atrasado. Por isso, qualquer ação de magnitude semelhante à da Rota Integração do Sul, ele considera como elogiável e positiva. No entanto, por outro lado, o dirigente não julga que se trata de uma iniciativa prioritária para o Rio Grande do Sul.
Antes desse empreendimento, Menzel indica a necessidade de que todos os municípios gaúchos contem com acesso asfáltico, manutenção adequada do sistema viário e recuperação total dos impactos ocasionados pela catástrofe climática que atingiu o Estado no ano passado. “São prioridades e estamos pensando em fazer uma coisa nova. Precisamos entender que a logística é uma rede de conexão de pessoas e cargas e estamos longe disso”, ressalta o dirigente.
Quanto à questão do custo futuro do pedágio da nova concessão, Menzel destaca que essa valorização dependerá do tamanho da concorrência pelo empreendimento. Nas proximidades da Rota Integração do Sul já existe uma concessão que, frequentemente, é alvo de críticas pelos usuários devido às elevadas tarifas praticadas.
O Polo Rodoviário de Pelotas, administrado pela Ecosul, possui 457,3 quilômetros de extensão e é composto pelas rodovias BR 116 – entre Camaquã, Pelotas e Jaguarão, com 260,5 quilômetros – e BR 392 – trecho de 196, 8 quilômetros, que corta as cidades de Rio Grande, Pelotas e Santana da Boa Vista. O fim dessa concessão está previsto para março de 2026 e o Ministério dos Transportes afirma, em nota, que o estudo do leilão desse polo está sendo priorizado e a carteira de certames de 2026 “será publicada oportunamente”.