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Publicada em 23 de Janeiro de 2025 às 14:08

RS fecha 2024 com crescimento de 48% nas recuperações judiciais

Comércio é o setor que mais tem recorrido a novas rodadas de negociações

Comércio é o setor que mais tem recorrido a novas rodadas de negociações

KENTEEGARDIN VIA VISUALHUNT/DIVULGA??O/JC
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Maria Amélia Vargas
Maria Amélia Vargas Repórter
Para um número significativo de empresas gaúchas, as enchentes de maio do ano passado foram ainda mais prejudiciais aos seus negócios do que a pandemia de Covid-19. Se no período da crise sanitária os empreendimentos precisaram fechar, com a tragédia climática os atingidos tiveram perdas de bens materiais. Por tudo isso, segundo dados da Junta Comercial do RS, houve 48% mais de pedidos de recuperação em 2024 na comparação com o ano anterior.
Para um número significativo de empresas gaúchas, as enchentes de maio do ano passado foram ainda mais prejudiciais aos seus negócios do que a pandemia de Covid-19. Se no período da crise sanitária os empreendimentos precisaram fechar, com a tragédia climática os atingidos tiveram perdas de bens materiais. Por tudo isso, segundo dados da Junta Comercial do RS, houve 48% mais de pedidos de recuperação em 2024 na comparação com o ano anterior.
Por outro lado, a presidente da autarquia, Lauren Momback Mazzardo, ressalta que o número de negócios que encerraram seus processos também aumentou. Em 2023, foram 26 as empresas que finalizaram o procedimento, contra 48 no ano passado – isso significa 84% de diferença para mais em relação aos dois períodos.
“Neste caso, consideramos a recuperação judicial como uma estratégia tomada pelas empresas para a preservação dos negócios, especialmente as que sofreram mais impactos”, destaca a dirigente.
Na sua avaliação, os auxílios públicos estaduais tiveram um papel fundamental na recuperação de muitas empresas gaúchas, especialmente diante dos desafios impostos pelas enchentes. “O Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável focou nas ações de retomada, reconstrução e resiliência climática, oferecendo um suporte significativo para a recuperação de diversos setores”, aponta Lauren.
O presidente da Orchestra Soluções de Gestão, Telmo Schoeler, acredita que, além dos movimentos governamentais, como precatórios e alongamento de dívidas, os bancos também colaboraram com parcelamentos maiores e concessões de novos créditos. “Mas é importante a consciência de que o sucesso do caso decorre das imprescindíveis ações corretivas implantadas e não apenas dos auxílios oferecidos”, afirma o especialista.
“Recuperar uma empresa em crise é um ato multidisciplinar de governança e gestão que poderá envolver ajustes de estratégia, localização, operação, tecnologia, pessoas, finanças, controles, etc.”, ressalta Schoeler. De acordo com ele, as ações jurídicas também fazem parte desse processo, embora nem sempre requeira a recuperação judicial, “pois este ato deve ser visto como instrumento para solução de caso, podendo ser requerido para questões de prazos, trabalhistas, entre outros”.

Perspectivas para 2025
Na análise da presidente da Junta Comercial do RS, o ano será promissor para a saúde das empresas no Rio Grande do Sul: “O Estado está implementando estratégias de desenvolvimento econômico que visam aumentar a produtividade, elevar o PIB e consolidar o Rio Grande do Sul como um polo atrativo de investimentos”.
Para ela, a confirmação de investimentos significativos por empresas como CMPC, Scala Data Center, Aeromot e Coca-Cola Femsa, que somam mais de R$ 30 bilhões, demonstra a confiança no nosso Estado. Além disso, afirma a dirigente, iniciativas como a retomada da agência de desenvolvimento gaúcha, a InvestRS, têm sido essenciais para fomentar a competitividade e incentivar a inovação, fatores fundamentais para um ambiente de negócios mais saudável e sustentável em 2025.

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