A atividade econômica no Rio Grande do Sul, o segundo mandato do presidente dos Estados Unidos, Donaldo Trump, o plano de desenvolvimento econômico do governo federal e as perspectivas de negócios para o setor privado foram discutidos no evento Plano de Voo da Amcham, que abordou o tema "O que esperar da economia gaúcha em 2025". O encontro foi realizado nesta quarta-feira (22) na sede da Amcham, em Porto Alegre. O coordenador regional da Amcham/RS, Daniel Soibelmann, disse que é preciso estar preparado para identificar as melhores oportunidades de negócios para os empresários independentemente de quem esteja no comando do governo brasileiro ou no cenário dos Estados Unidos.
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No painel de abertura, a economista Patrícia Palermo, professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), disse que a atividade econômica no Rio Grande do Sul acontece em 2025 em um ritmo menor do que aconteceu no ano passado porque ainda há problemas de natureza fiscal que vão travar o crescimento do Estado, principalmente a médio prazo. "A dúvida é quando essa atividade econômica vai desacelerar e quanto ela vai desacelerar", comenta.
Com relação às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donaldo Trump, a economista diz que o chefe do executivo norte-americano "é um ser midiático", ou seja, ele tem interesse que as suas palavras virem manchete. Segundo Patrícia, não existe nenhuma dúvida que os Estados Unidos é a economia mais importante do mundo - é um país que representa mais de 1/4 da economia mundial. "O Brasil é um parceiro relevante em termos de atividade econômica para outras economias do mundo", explica.
Para a economista da Pucrs, caso ocorram retaliações comerciais dos Estados Unidos com relação a produtos de outros países, poderá abrir espaço para o mercado brasileiro. "Ainda é cedo para entender os reais impactos das medidas de Donald Trump. Mas, por exemplo, o agronegócio, especialmente a soja no primeiro mandato do norte-americano, criou problemas para a China, o que abriu espaço para a soja brasileira ter entrada na economia chinesa", recorda.
De acordo com André Nunes de Nunes, economista-chefe da Federação Sicredi, faz parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discutir a política externa em público com frases de efeito e ameaças como forma de negociar. "Tem um cunho bastante ideológico no que ele fala com relação ao Brasil e as redes sociais", acrescenta. Com relação ao Rio Grande do Sul, o momento é favorável e haverá um crescimento do Estado relacionado principalmente à safra agrícola.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, disse que está otimista com a economia gaúcha. "É natural que o Executivo tenha um atenção especial com a reconstrução do Rio Grande Sul. Porém, estamos trabalhando para atrair investimentos e impulsionar a economia gaúcha", destaca. No ano passado, segundo Polo, com todas as dificuldades enfrentadas com as enchentes, o governo do Estado conseguiu consolidar investimentos importantes como o da CMPC e o da Aeromot. "Em 2025, estamos trabalhando muito forte com o nosso Plano de Desenvolvimento Econômico. Queremos promover o PIB do Rio Grande do Sul", acrescenta.
O evento contou ainda com as palestras Ana Paula Grings, CFO da Piccadilly, Gustavo Sudbrack, CEO e fundador da Slap.law, Rafael Prikladnicki, líder do Invest RS, e Fábio Schmitt, partner da Ernst & Young.