As exportações do Rio Grande do Sul chegaram a US$ 21,9 bilhões entre janeiro e dezembro de 2024, uma queda de 1,9% na comparação com 2023. Entretanto, o resultado é o terceiro maior em valores nominais desde o início da série histórica, sem considerar a inflação do período. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (22) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
Apesar do recuo das exportações, o percentual negativo do Rio Grande do Sul foi inferior à média de todas as unidades da federação, que caíram 2,6% no período. No ranking brasileiro, o Estado perdeu uma posição, passando da sexta para a sétima, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná e Pará. A participação relativa se manteve, ficando em 6,6%.
Entre os principais itens exportados pelo RS destacam-se soja em grão (US$ 4,6 bilhões), fumo não manufaturado (US$ 2,5 bilhão) e farelo de soja (US$ 1,4 bilhão), carne de frango (US$ 1,3 bilhão), cereais (US$ 1 bilhão), celulose (US$ 979,0 milhões), carne suína (US$ 625,8 milhões), polímeros de etileno, em formas primárias (US$ 589,9 milhões), partes e acessórios dos veículos automotivos (US$ 574,2 milhões) e calçados (US$ 568,2 milhões).
Ricardo Leães, um dos autores do levantamento estatístico juntamente com Flávia Félix Barbosa, destacou que o resultado negativo das exportações de 2024 não pode ser condicionado apenas à enchente enfrentada pelo Estado em maio e junho. Nos meses anteriores, o Rio Grande do Sul já havia registrado três quedas subsequentes.
Produtos importantes para a economia gaúcha apresentaram queda nas exportações, como farelo de soja (menos US$ 376,8 milhões; -20,6%), cereais (menos US$ 361,2 milhões; -25,6%) carne de frango (menos US$ 184,9 milhões; -12,7%), óleo de soja (menos US$ 165,3 milhões; -35,3%) e tratores agrícolas (menos US$ 84,3 milhões; -30,7%).
Os avanços na exportação ocorreram nas vendas de soja em grão (mais US$ 489,6 milhões; 12%), fumo não manufaturado (mais US$ 243,5 milhões; 10,6%) e celulose (mais US$ 146,3 milhões; 17,6%).
Os avanços na exportação ocorreram nas vendas de soja em grão (mais US$ 489,6 milhões; 12%), fumo não manufaturado (mais US$ 243,5 milhões; 10,6%) e celulose (mais US$ 146,3 milhões; 17,6%).
A China se manteve como o principal comprador das exportações gaúchas em 2024, liderando a lista de 194 destinos, com 26,2% do percentual. União Europeia (12%), Estados Unidos (8,4%), Argentina (5%), Coreia do Sul (3,5%), Vietnã (3%), Uruguai (2,6%), Paraguai (2,4%) e Chile (2,3%) também se destacaram entre os principais mercados.
Estudo ressalta importância do Porto Meridional de Arroio do Sal
O Rio Grande do Sul deverá contar, nos próximos anos, com um novo porto de águas profundas, o Porto Meridional de Arroio do Sal. O estudo do DEE destaca que o projeto, em etapa de licenciamento ambiental junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), deve movimentar cerca de 5 milhões de toneladas de carga sólida e a granel, 800 mil toneladas de cargas líquidas, 1,8 mil toneladas de cargas gerais e 300 contêineres.
O investimento beneficiará, especialmente, empresas localizadas na Serra Gaúcha, visto que já existe uma conexão rodoviária entre a região e o Litoral Norte do Rio Grande do Sul: a Rota do Sol. Sem a necessidade de recorrer aos portos de Rio Grande ou Imbituba (SC), os custos logísticos seriam diminuídos para as exportadoras.