A Parceria Público-Privada (PPP) para que seja implementada uma estrutura solar fotovoltaica, composta por uma ou mais usinas, está prestes a ser assinada pela prefeitura de Porto Alegre. O secretário de Parcerias da Capital, Giuseppe Riesgo, destaca que o projeto já passou pelos trâmites usuais e a expectativa é firmar o acordo antes do final de janeiro.
O complexo terá capacidade instalada de 4,1 MW, suficiente para alimentar 441 instalações de baixa tensão vinculadas ao poder municipal. A energia gerada poderá atender ao consumo de locais como unidades básicas de saúde, Mercado Público, Edifício Intendente José Montaury, entre outros.
Quem venceu a concorrência para prestar o serviço foi a empresa Energia Sustentável do Piauí, apresentando um lance de cerca de R$ 380,6 mil (montante que se refere à despesa mensal que o município terá com o serviço prestado). Riesgo detalha que, a partir do acordo firmado, a companhia terá doze meses para fazer a instalação do complexo e iniciar a operação, que terá uma concessão de 26 anos. “Isso possibilitará uma economia de aproximadamente 10% do que a gente gasta atualmente (de conta de luz), mas o foco desse projeto era mais a questão da sustentabilidade”, enfatiza o secretário.
Ainda não há uma definição do local onde serão instalados os painéis fotovoltaicos. A estrutura não precisa ficar em Porto Alegre, porém Riesgo lembra que a usina, dentro das regras da geração distribuída (em que o consumidor produz sua própria energia), precisa ser situada em uma área abrangida pela CEEE Equatorial, que é a distribuidora que atende à capital gaúcha.
A implantação do complexo fotovoltaico não é a única ação que a prefeitura porto-alegrense busca desenvolver com energias sustentáveis. Na semana passada, o poder municipal finalizou a migração de todas as instalações de média tensão para a compra de eletricidade no mercado livre (ambiente formado por grandes consumidores que podem escolher de quem comprar a energia).
O projeto foi iniciado em abril de 2024 e abrange 60 instalações como, por exemplo, o Hospital de Pronto Socorro (HPS), Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV), as Usinas de Asfalto, o Paço Municipal e o Centro Administrativo Municipal. A secretária municipal da Fazenda, Ana Pellini, detalha que a energia adquirida no mercado livre é proveniente de fontes renováveis como a solar e a eólica. Mas, diferentemente da geração distribuída, essa energia pode ser oriunda de qualquer ponto do País.
“Porto Alegre está na busca de ser a capital da sustentabilidade, com várias medidas nessa direção e o uso da energia renovável é uma delas”, frisa a secretária. Com a totalidade do projeto do mercado livre implementado, Ana adianta que, em um período de um ano inteiro, a perspectiva é que se deixe de emitir cerca de 400 toneladas de CO2 no meio ambiente. A título de comparação, ela informa que para retirar 1 mil toneladas de CO2 da atmosfera é preciso de cerca de 7 mil árvores.
Outra iniciativa do poder municipal na área da sustentabilidade citada pela secretária é a reposição de alguns ônibus antigos por modelos elétricos. Ana informa que a prefeitura está buscando financiamento internacional para desenvolver esse objetivo.