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Publicada em 19 de Novembro de 2024 às 01:25

Capital relacional é potência para empreendedores, diz Theo Braga

Investidor aporta capital e smart money em pelo menos 30 startups

Investidor aporta capital e smart money em pelo menos 30 startups

Torin Zanette/Divulgação/JC
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Patricia Knebel
Patricia Knebel
Ele quer ajudar a transformar a juventude e formar novas lideranças, por meio de conhecimento, investimento e conexões de negócios. Theo Braga, 25 anos, é uma das maiores autoridades jovens do Brasil. Multinegócios, lidera e investe em empresas das áreas de tecnologia ao mundo da educação e entretenimento. É o fundador e CEO da SME Educação Corporativa, está à frente do pool de investimentos Brasil Smart e é sócio da HB Capital. É o idealizador do Réveillon Arcanjos, uma das mais disputadas festas de Ano Novo de Maceió.
Ele quer ajudar a transformar a juventude e formar novas lideranças, por meio de conhecimento, investimento e conexões de negócios. Theo Braga, 25 anos, é uma das maiores autoridades jovens do Brasil. Multinegócios, lidera e investe em empresas das áreas de tecnologia ao mundo da educação e entretenimento. É o fundador e CEO da SME Educação Corporativa, está à frente do pool de investimentos Brasil Smart e é sócio da HB Capital. É o idealizador do Réveillon Arcanjos, uma das mais disputadas festas de Ano Novo de Maceió.
Filho de João Kepler, criador da Bossa Nova, hoje Bossa Invest, e um dos maiores investidores de risco do Brasil, Theo nunca quis ficar à sombra do pai. "Existe uma grande diferença entre ser herdeiro e sucessor. Herdeiro é quem vai usufruir do que alguém um dia conquistou, e sucessor é quem vai transformar aquilo em algo muito maior ou criar seu próprio negócio, honrando sempre o passado. Quero ser uma evolução do meu pai", comenta.
Alinhado com essa visão, criou o Conselho, iniciativa que reúne jovens sucessores do País, que costumam se reunir para discutir sobre o futuro e gerar novas oportunidades de negócios.
Mercado Digital - O ecossistema de inovação brasileiro está em um processo de amadurecimento e, o que vemos hoje, é um olhar maior do empreendedor para o apoio que os investidores podem dar e que vai além do dinheiro. Como você tem percebido essa mudança?
Theo Braga - De fato, de uns tempos para cá, os empreendedores passaram a ver mais valor em um capital muito maior do que qualquer dinheiro possa comprar, que é o smart money. O capital intelectual e o relacional são fundamentais para que eles possam ir do ponto A para o ponto B. Nós investimos muito em negócios nos quais a nossa contribuição vai além do recurso financeiro. São empresas que a gente sabe que, se gerarmos valor via relacionamento, direcionamento, conselho ou alguma porta que pudermos abrir, vão destravar o crescimento.
Mercado Digital - Qual o seu envolvimento com um negócio depois de fazer aporte?
Theo Braga - Na nossa tese, nós não somos sócios, somos investidores. Não vamos ficar perguntando porque o empreendedor demitiu uma pessoa e contratou outra. O nosso papel é muito mais de ajudar, dar as ferramentas e gerar as conexões do que ficar cobrando. Tem muito empreendedor que tem medo de trazer parceiros para o negócio por medo deles interferirem na operação e, assim, eles perderem celeridade e controle. Na minha visão, o empreendedor deve ter autonomia, senão a startup vira um navio, com muita gente tomando decisões.
Mercado Digital - Onde entra a SME nesse processo?
Theo Braga - Queremos transformar a SME no maior ecossistema de negócios da nova economia. A nossa missão é, justamente, ajudar os empreendedores na construção de uma visão mais ampliada das suas empresas, colaborar com a busca de parceiros estratégicos e pessoas que possam agregar, levando esses negócios ao próximo nível. E, como eu disse, não só com o dinheiro. Muitas vezes, o que o empreendedor está precisando de outras coisas para gerar o próprio recurso dele. Tem negócios que colocamos um pouco de capital financeiro e muito capital intelectual e relacional. É o poder de você trazer pessoas que irão aportar muito valor pela inteligência que trarão para o negócio.
Mercado Digital - Os empreendedores precisam ampliar a visão e perceber as oportunidades além do óbvio.
Theo Braga - Exatamente. Existe um ponto cego muito grande nas empresas, já que a tendência das pessoas é olhar para aquilo que elas sabem fazer. Mas, quando você foca só no seu motor 1 e você não cria motores 2, 3 e 4, você passa, muitas vezes, a ficar desatualizado. E aí vem alguma coisa mais nova, mais moderna e que ultrapassa o seu serviço. Então, todo empresário deve estar dia, tarde e noite pensando em como criar novos negócios que podem, inclusive, matar o seu próprio negócio, e não ter medo disso. E aí entra a nova economia, entra o jogo do equity. Como que a gente consegue escalar os negócios? Criar um ecossistema ao redor dele. Toda empresa pode ser uma empresa também de serviços. Um exemplo é a AB InBev, com o Zé Delivery (app criado para ser a unidade de venda direta da multinacional e que passou de 1 milhão de pedidos em 2019 para 1 milhão de pedidos em apenas uma semana durante a pandemia). Eles passaram a ter um serviço para entregar produtos direto na casa das pessoas.
Mercado Digital - Como mudar essa mentalidade?
Theo Braga - É importante ter uma visão ampliada do negócio, e não apenas tática e operacional. Aliás, um dos grandes problemas hoje dos empreendedores é focar no operacional e não olhar para aquilo que realmente pode transformar o negócio deles. Esse é um desafio diário que precisamos enfrentar. Se não fizermos isso, podemos ficar cegos para o futuro. É isso que fazemos todos os dias aqui na SME, com os empreendedores que estão conectados conosco.

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