A população gaúcha, majoritariamente urbana, tem apenas 12,5% de pessoas residindo em ambiente rural. Há 14 anos, em 2010, eram 14,8%, de acordo com informações do Censo Demográfico 2022: Malha de Setores Censitários definitivos. A pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi divulgada nesta quinta-feira (14), e demonstra uma tendência de crescimento urbano em todo o País.
No Rio Grande do Sul, embora a parcela da população que vive em cidades tenha tido um aumento, de 9,1 milhões para 9,5 milhões, há um crescimento também da população rural em certos municípios.
O maior aumento da população em cidades foi em Candiota, no sul do RS, que cresceu de 8,7 mil para 10,7 mil habitantes nesse período. O número de candiotenses, mesmo aumentando em 20%, diminuiu sua população rural e, no território urbano, mais do que triplicou. A cidade que era 70% rural, hoje é 20%. Em 12 anos, a população em território urbanizado saltou de 2,6 mil para 8,6 mil.
O cenário é similar em relação a Terra de Areia e Cambará do Sul. No primeiro caso, a população urbana aumentou de 5,1 mil, para 8,6 mil e a rural diminuiu de 4,6 mil para 1,6 mil. Já Cambará do Sul teve aumento de população nas cidades de 3 mil para 4,6 mil. Fora delas, porém, diminuiu, de 3,5 mil para 1,7 mil.
Mas a tendência não se mantém em todas cidades gaúchas. Santa Maria do Herval, Picada Café e Morro Reuter foram as cidades que mais tiveram um crescimento das populações em zona rural, assim como diminuição de residentes urbanos.
O município de Santa Maria do Herval, com 6,3 mil pessoas, segundo dados do IBGE, quase que dobrou a população rural. De 1,6 mil, o número de hervalenses fora de cidades quase dobrou, para 3,3 mil. A população urbana foi de 4,3 mil para 2,9 mil, decréscimo de 31,3%.
Em Picada Café, a diminuição foi de 18,4%. A cidade de 5,3 mil habitantes, na encosta da Serra Gaúcha, registrou 4,5 mil residentes urbanos em 2012, e atualmente registra 3,7 mil. Já Morro Reuter, de 6 mil habitantes, diminuiu em 9% seus residentes urbanos, de 4,8 mil para 4,3 mil. A cidade de Pinto Bandeira não tinha os dados de 2010 disponíveis.
Tendência Nacional
A maior tendência observada no Brasil, porém, está relacionada muito mais ao crescimento de pessoas em áreas urbanas e diminuição em áreas rurais. Segundo nota publicada pelo IBGE, do total de 203,1 milhões de pessoas que vivem no Brasil, de acordo com o censo de 2022, 177,5 milhões, ou 87,4%, residiam em áreas urbanas, enquanto 25,6 milhões, representando 12,6%, estavam em áreas rurais. No Censo de 2022 também, pela primeira vez, a população rural apresentou decréscimo em todas as regiões do Brasil.
Em relação a 2010, quando o grau de urbanização foi de 84,4%, houve aumento de 16,6 milhões de pessoas morando em áreas urbanas e queda de 4,3 milhões vivendo em áreas rurais.
Os maiores percentuais de população urbana foram observados nas regiões Sudeste (94,44%) e Centro-Oeste (91,35%), seguidas das regiões Sul (88,24%), Norte (78,47%) e Nordeste (77,64%). A Região Norte apresentou a maior variação na taxa de urbanização entre 2010 e 2022 (4,96 p.p.), passando de 73,53% para 78,47%.