Porto Alegre,

Publicada em 01 de Novembro de 2024 às 14:26

Transpetro investe em projeto de pesca cooperativa entre pescadores e botos no RS

Iniciativa visa preservar interação entre trabalhadores e golfinhos

Iniciativa visa preservar interação entre trabalhadores e golfinhos

Projeto Botos da Barra/Divulgação/CIDADES
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jornal cidades
A Transpetro, em parceria com o Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar), do Campus Litoral Nortes (CLN), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), retomou o investimento no Projeto Botos da Barra do Rio Tramandaí. Realizada na região onde a companhia opera o Terminal Marítimo Almirante Soares Dutra (Tedut), localizado entre Osório e Tramandaí, a iniciativa pretende salvaguardar a pesca cooperativa entre pescadores artesanais e os botos-de-Lahille, uma espécie de golfinho ameaçada de extinção.
A Transpetro, em parceria com o Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar), do Campus Litoral Nortes (CLN), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), retomou o investimento no Projeto Botos da Barra do Rio Tramandaí. Realizada na região onde a companhia opera o Terminal Marítimo Almirante Soares Dutra (Tedut), localizado entre Osório e Tramandaí, a iniciativa pretende salvaguardar a pesca cooperativa entre pescadores artesanais e os botos-de-Lahille, uma espécie de golfinho ameaçada de extinção.
Segundo nota da empresa, com investimento previsto de R$ 950 mil nos próximos três anos, a ação socioambiental mantém uma interação rara no mundo de cooperação entre humanos e animais: os botos cercam os cardumes de tainha utilizando a ecolocalização e sinalizam aos pescadores o momento ideal para lançar as tarrafas. Assim, os pescadores garantem a pesca - o que gera renda e alimento - enquanto os botos comem os peixes que se desorientam dos cardumes e escapam das redes.
A nova fase do projeto, com convênio firmado até 2027, também dará ênfase à educação ambiental direcionada a escolas e à comunidade em geral, abordando a importância da alimentação de qualidade e do valor cultural e imaterial da pesca com botos. A área de estudo também será expandida, incluindo o Sistema Lagunar Tramandaí-Armazém e as águas costeiras adjacentes à Barra, uma região de relevância ecológica e econômica. Isso ampliará o impacto das medidas e permitirá alcançar um público ainda maior.
“Ao retomar o convênio com o Projeto Botos da Barra, apoiaremos o fortalecimento da economia local e a valorização da identidade cultural da região, além de gerar conhecimento científico e engajamento da comunidade”, afirma o gerente de Responsabilidade Social da Transpetro, Jordano Zanardi. "Com a Transpetro, conseguiremos avançar e pensar no futuro, consolidar o conhecimento, trazer novas informações para a comunidade e contribuir para a construção de políticas públicas eficazes na proteção da pesca cooperativa e do ecossistema estuarino-lagunar onde ela ocorre", complementa o coordenador do projeto e professor da Ufrgs, Dr. Ignacio Benites Moreno.
Fenômeno raro

A pesca cooperativa é uma interação rara no mundo, com ocorrências no sul do Brasil e no sul e sudeste do continente asiático, mais especificamente, na Índia e em Myanmar (antiga Birmânia). Essa tradição é transmitida culturalmente de pais para filhos e através de grupos sociais. Na Barra do Rio Tramandaí, os comportamentos associados a esta interação vêm sendo aprendidos e propagados entre as gerações de pescadores e botos há, pelo menos, 120 anos. Atualmente, 13 botos são considerados residentes na Barra do rio Tramandaí e participam da pesca cooperativa.

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