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Publicada em 03 de Outubro de 2024 às 18:09

Dólar fecha em alta de 0,53%, a R$ 5,47, com Oriente Médio no radar

Cenário fiscal brasileiro também interferiu na sessão desta quinta-feira (3)

Cenário fiscal brasileiro também interferiu na sessão desta quinta-feira (3)

Arte/Jc
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Agência Estado
O desconforto dos investidores à escalada do conflito entre Israel e Irã, além de dados mostrarem resiliência da economia norte-americana, gerou uma busca pelo dólar globalmente, fazendo com que o câmbio voltasse ao patamar de R$ 5,47 no segmento à vista nesta quinta-feira (3) — assim, apaga a apreciação que o real conquistou após a mudança de nota pela Moody's nesta semana.
O desconforto dos investidores à escalada do conflito entre Israel e Irã, além de dados mostrarem resiliência da economia norte-americana, gerou uma busca pelo dólar globalmente, fazendo com que o câmbio voltasse ao patamar de R$ 5,47 no segmento à vista nesta quinta-feira (3) — assim, apaga a apreciação que o real conquistou após a mudança de nota pela Moody's nesta semana.
A desvalorização da moeda local perdeu força no período da tarde, contida pela alta de 5% do petróleo e porque o Ministério da Fazenda anunciou nova Medida Provisória que pode gerar arrecadação extra que deve superar os R$ 16 bilhões em 2025. Ainda assim, o mercado tem ponderado que o risco fiscal segue no radar.
O dólar à vista fechou em alta de 0,53%, a R$ 5,4735. Às 17h33min, o contrato do dólar futuro para novembro avançava 0,54%, a R$ 5,4920. Já o DXY, índice que mede o dólar contra uma cesta de seis moedas fortes subiu 0,31%, a 101,89 pontos, maior nível desde 19 de agosto.
"A questão do Oriente Médio faz com que o mercado, em geral, busque segurança, e o dólar é a moeda que dá proteção para o mundo inteiro", afirma Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso. No local, o fiscal segue no radar das mesas de operações. Segundo Galhardo, "o mercado não engoliu muito a elevação de rating da Moody's, porque as condições fiscais não condizem com o novo rating".
Na noite da última quarta-feira (2), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou que o Brasil precisa de algum choque fiscal se quiser conviver com juros baixos. Segundo ele, as expectativas de inflação estão desancoradas e é importante fazer com que a taxa real neutra de juros do Brasil caia.
"O que Campos Neto quer dizer é que não adianta o governo 'tampar o sol com a peneira' e mostrar, como hoje, que o déficit primário do governo somou mais de R$ 22 bilhões em agosto", diz o gerente de câmbio da Treviso.
Como contraponto, o Ministério da Fazenda informou que a Medida Provisória que alonga o prazo para instituições financeiras deduzirem perdas decorrentes de inadimplência da base de cálculo do IRPJ e CSLL deve gerar uma arrecadação adicional que superará os R$ 16 bilhões em 2025 — o valor não está previsto no Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2025, portanto seria receita adicional ao já previsto na proposta enviada ao Congresso.

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