O Banco do Brasil, em viagem à Nova York na semana da Nações Unidas, captou US$ 800 milhões para projetos de sustentabilidade. Em uma das captações, de US$ 50 milhões, o banco fechou acordo inédito com Citibank em que o juros do financiamento com o banco americano diminuem à medida que forem atingidas metas de sustentabilidade, nos chamados "sustentability linked loans".
"O governo tem agido rapidamente e de forma organizada, justamente para combater o fogo. Em NY, os investidores não percebem as queimadas como fator impeditivo. Eles veem com atenção, o que a gente mais ouviu dos investidores sobre o tema foi a importância de ter investimentos em sustentabilidade, com a floresta em pé", disse a presidente da instituição, Tarciana Medeiros.
O valor captado será utilizado para projetos com foco em meio ambiente. A proposta, anunciada no primeiro semestre, é de financiamento para agricultores rurais na região da Amazônia Legal.
Em Nova York, a presidente do Banco do Brasil anunciou que o projeto liberou, desde abril, R$ 1,5 bilhão para financiamento de bioeconomia. Além disso, disse que a expectativa é de que esse valor chegue a R$ 5 bilhões.
"Os investidores olham o Brasil como ponto de convergência para os debates sobre sustentabilidade, inclusive com a G20 e a COP30, que se aproximam. A sustentabilidade gera riquezas e temos conseguido bons negócios. Entre 2023 e 2024, só em Nova York, tivemos a captação de mais de R$ 13 bilhões em recursos sustentáveis para aplicação no Brasil", disse a presidente do Banco do Brasil no Investor Day, encontro organizado pela instituição com investidores estrangeiros.
O Brasil preside o G20 neste ano e sediará a COP30, em Belém, no ano que vem. A agenda ambiental foi uma das principais pautas de integrantes do governo nos eventos da ONU nesta semana.
A maior operação foi junto aos bancos JPMorgan Chase Bank, Standard Chartered Bank, HSBC Bank e Crédit Agricole, que soma US$ 800 milhões, com garantia da Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA). Esta também fez uma doação de US$ 300 mil para mulheres empreendedoras no campo e comunidades quilombolas e indígenas. De acordo com interlocutores do banco, a expectativa é de que os recursos captados ultrapassem US$ 1 bilhão, porque há ainda propostas sendo finalizadas.
Folhapress