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Publicada em 04 de Julho de 2024 às 17:45

Fluminenses devem passar gaúchos em capacidade de geração distribuída até 2034

Prática se propagou no Brasil com instalações de painéis fotovoltaicos

Prática se propagou no Brasil com instalações de painéis fotovoltaicos

BLUE SOL - ENERGIA SOLAR/BLUE SOL ENERGIA SOLAR/DIVULGAÇÃO/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Nos últimos anos, o Rio Grande do Sul se consolidou no pódio da Micro e Minigeração Distribuída (MMGD – em que o consumidor produz sua própria energia, normalmente através de sistemas solares fotovoltaicos) do País juntamente com São Paulo e Minas Gerais. No entanto, segundo projeções do Plano Decenal de Expansão de Energia 2034, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Rio de Janeiro deve superar o Estado nesse quesito nos próximos dez anos.
Nos últimos anos, o Rio Grande do Sul se consolidou no pódio da Micro e Minigeração Distribuída (MMGD – em que o consumidor produz sua própria energia, normalmente através de sistemas solares fotovoltaicos) do País juntamente com São Paulo e Minas Gerais. No entanto, segundo projeções do Plano Decenal de Expansão de Energia 2034, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Rio de Janeiro deve superar o Estado nesse quesito nos próximos dez anos.
Conforme o estudo, enquanto os fluminenses deverão contar com uma potência instalada de aproximadamente 4,9 mil MW em Micro e Minigeração Distribuída em 2034, os gaúchos deverão registrar em torno de 4,7 mil MW (o que é mais do que toda a demanda de energia do Rio Grande do Sul atualmente). A liderança do ranking será dos paulistas, com 10,9 mil MW, seguidos dos mineiros, com 5,7 mil MW.
O conselheiro da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) e sócio-diretor da Noale Energia, Frederico Boschin, argumenta que um fator que deve acelerar o crescimento da geração distribuída no Rio de Janeiro é a elevada tarifa de energia praticada no mercado cativo (atendido pelas concessionárias) daquele estado. Ele cita entre os motivos do encarecimento da conta de luz da população fluminense o grande volume de furto de energia.
No caso do Rio Grande do Sul, o especialista assinala que, mais do que os custos tarifários e a vocação energética (disponibilidade de irradiação solar), a oferta de financiamento para a instalação de sistemas fotovoltaicos e um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) elevado são razões que impulsionam o setor na região. “As pessoas no Estado são engajadas na tecnologia e entendem o modelo econômico do negócio”, comenta o sócio-diretor da Noale Energia.
A EPE prevê que o País terá entre 46,9 MW mil a 70,5 mil MW em micro e minigeração distribuída daqui a dez anos. O presidente da ABGD, Carlos Evangelista, afirma que esse crescimento significará investimentos entre R$ 70,4 bilhões e R$ 162 bilhões. “As expectativas para a geração distribuída nos próximos anos são bastante promissoras”, celebra o dirigente. Ele adianta que especialmente a fonte solar irá continuar impulsionando o setor no Brasil.
A atividade está se tornando protagonista da expansão da capacidade instalada no País. Em 2023, pelo terceiro ano seguido, a EPE informa que a fonte solar distribuída superou a expansão de todas as demais fontes, em termos de capacidade instalada, com o acréscimo de 8,3 mil MW (as grandes usinas eólicas ficaram na segunda colocação, com 4,9 mil MW).
De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na soma de todo o Brasil, a capacidade instalada da geração distribuída é hoje de cerca de 29,58 mil MW (sendo 29,31 mil MW proveniente da energia fotovoltaica). O Rio Grande do Sul conta hoje com mais de 308 mil sistemas de geração distribuída operando em todos os seus 497 municípios.
O total desses equipamentos soma aproximadamente 2,81 mil MW de potência instalada (sendo cerca de 2,79 mil MW oriundos da fonte solar). As outras fontes do Estado agrupadas (eólicas, hídricas, biomassa e térmicas fósseis) representam cerca de 9,68 mil MW. Já o líder no País em questão de capacidade de geração distribuída é São Paulo, com em torno de 4,11 mil MW, seguido de Minas Gerais, com em torno de 3,9 mil MW. O Rio de Janeiro, no momento, possui uma potência da ordem de 1,16 mil MW.

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