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Publicada em 24 de Junho de 2024 às 18:03

Transformadores gaúchos de plástico defendem isonomia com zona franca para acelerar retomada

Várias empresas do segmento foram afetadas pelas cheias

Várias empresas do segmento foram afetadas pelas cheias

Divulgação Sinplast-RS/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Os produtores gaúchos de plástico, que já criticavam a desigualdade de concorrência com os artigos oriundos da Zona Franca de Manaus, viram o cenário se agravar com as recentes enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. O presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do Rio Grande do Sul (Sinplast-RS), Gerson Haas, defende que igualar no Estado os benefícios tributários concedidos no Norte do País agilizaria a recuperação do setor.
Os produtores gaúchos de plástico, que já criticavam a desigualdade de concorrência com os artigos oriundos da Zona Franca de Manaus, viram o cenário se agravar com as recentes enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. O presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do Rio Grande do Sul (Sinplast-RS), Gerson Haas, defende que igualar no Estado os benefícios tributários concedidos no Norte do País agilizaria a recuperação do setor.
“O Rio Grande do Sul deveria ter hoje o benefício da Zona Franca de Manaus, que fosse por dois ou três anos, que todo mundo se reergueria sozinho”, reforça o dirigente. Ele estima que, atualmente, a vantagem tributária dos artigos naquela região é de quase 40% em comparação aos produtos fabricados em solo gaúcho.
Entre os benefícios concedidos na zona franca, o representante do Sinplast-RS cita a isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na venda, com crédito presumido para os adquirentes de materiais, além da importação com preços muito atrativos e novamente com vantagens tributárias, que o restante do País não possui. Haas confirma que foi um número muito grande de empresas gaúchas impactadas com as recentes cheias.
De acordo com dados da Receita Estadual, dos 2,3 mil estabelecimentos do setor de plástico, 94% estão em municípios afetados (60% em calamidade e 34% em emergência). Essas empresas respondem por 95% da arrecadação do segmento e desse total de companhias, 17% estão em áreas que foram inundadas.
O presidente do Sinplast-RS assinala que há vários transformadores de plásticos que atuam nas regiões Metropolitana de Porto Alegre, da Serra e nos Vales do Taquari, Rio Pardo e Caí, que foram duramente afetados pelas enchentes. Haas salienta que, além de várias unidades que sofreram alagamentos, muitos funcionários das companhias transformadoras de plásticos tiveram suas vidas impactadas pelas cheias.
Para o dirigente, a velocidade da retomada do segmento ainda é lenta. Um fator que ele considera essencial para acelerar essa recuperação é agilizar a liberação de linhas de financiamento anunciadas pelo poder público. “As empresas têm extrema necessidade de financiamento. Isso é muito importante para o recomeço dessas companhias que tanto perderam”, reitera.
Durante as enchentes, Haas frisa que a utilidade dos produtos plásticos foi ressaltada. Ele lembra que o próprio Sinplast-RS forneceu itens aos desabrigados como marmitex (para alimentação), copos e talheres descartáveis, vasilhames com água, plásticos para proteção contra umidade, entre outros artigos. Para seus sócios, por pelo menos 90 dias, foi isentada a contribuição associativa. Outro fato celebrado por Haas foi a decisão do governo estadual de adiar o pagamento do ICMS. Ele lembra que os tributos federais também foram postergados.

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