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Publicada em 11 de Junho de 2024 às 10:10

Inflação em Porto Alegre chega a 0,87% em maio, a maior do País

Batata-inglesa teve a maior influência na inflação em maio de 2024

Batata-inglesa teve a maior influência na inflação em maio de 2024

Marco Quintana/Arquivo/JC
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Agências
Porto Alegre teve o maior Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em maio, refletindo o impacto da tragédia climática no Rio Grande do Sul. Considerado a inflação oficial do País, o IPCA na capital gaúcha ficou em 0,87% no mês passado, enquanto o índice nacional foi de 0,46% no período, contra 0,38% em abril. Dos 16 locais pesquisados, apenas Goiânia (-0,06%) teve deflação, relacionada ao recuo de preços da gasolina (-3,61%) e do etanol (-6,57%) no município. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (11).
Porto Alegre teve o maior Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em maio, refletindo o impacto da tragédia climática no Rio Grande do Sul. Considerado a inflação oficial do País, o IPCA na capital gaúcha ficou em 0,87% no mês passado, enquanto o índice nacional foi de 0,46% no período, contra 0,38% em abril. Dos 16 locais pesquisados, apenas Goiânia (-0,06%) teve deflação, relacionada ao recuo de preços da gasolina (-3,61%) e do etanol (-6,57%) no município. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (11).
“A situação de calamidade acabou afetando a alta dos preços de alguns produtos e serviços. Em maio, as principais altas foram da batata-inglesa (23,94%), do gás de botijão (7,39%) e da gasolina (1,80%)”, destaca o gerente da pesquisa, André Almeida.
Em razão da situação de calamidade pública na Região Metropolitana de Porto Alegre, área de abrangência da pesquisa, a coleta de preços na modalidade remota foi intensificada, permanecendo, também, a coleta em modo presencial quando possível. O percentual coletado na modalidade remota, por telefone ou pela internet, que estava em torno de 20%, passou para aproximadamente 65% em decorrência da situação extraordinária observada em maio.

IPCA acumula alta de 2,27% no ano

A inflação acumulada em 2024 é de 2,27% e, nos últimos 12 meses, de 3,93%. As principais influências da alta de preços no País em maio foram exercidas pelos tubérculos, raízes e legumes (6,33%). A batata-inglesa teve o maior impacto individual sobre o IPCA, com aumento de 20,61% no mês passado.
“Em maio, com a safra das águas na reta final e um início mais devagar da safra das secas, a oferta da batata ficou reduzida. Além disso, parte da produção foi afetada pelas fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, que é uma das principais regiões produtoras”, diz o gerente da pesquisa, André Almeida.
Também ficaram mais caros em maio a cebola (7,94%), o leite longa vida (5,36%) e o café moído (3,42%). “O leite está em período de entressafra e houve queda nas importações. Essa combinação resultou em uma menor oferta. Em relação ao café, os preços das duas espécies têm subido no mercado internacional, o que explica o resultado de maio”, destaca o pesquisador.
Apesar da alta de preços, o gasto com a alimentação no domicílio (0,66%) desacelerou na comparação com abril (0,81%), o que é explicado pelas variações negativas de alguns alimentos, como as frutas (-2,73%). “O principal alimento com queda em maio foram as bananas: a maior oferta da banana d’água pressionou os preços da prata, e as duas baixaram. Isso ajudou a segurar o aumento da alimentação no domicílio”, analisa André.
Já os preços da alimentação fora do domicílio (0,50%) subiram 0,39% no mês passado, influenciados pela aceleração do lanche (de 0,44% para 0,78%). Já a variação da refeição (0,36%) ficou próxima à registrada em abril (0,34%).
O segundo grupo que mais influenciou o resultado geral foi o de habitação (0,67%), com o aumento da energia elétrica residencial (0,94%), o terceiro item de maior impacto individual sobre o resultado geral. O resultado é explicado pela aplicação dos reajustes tarifários em Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Recife (PE), Fortaleza (CE) e Aracaju (SE). A taxa de água e esgoto (1,62%) e o gás encanado (0,30%) também contribuíram para a alta do grupo.
Já a variação de saúde e cuidados pessoais (0,69%) foi a maior entre os nove grupos investigados pela pesquisa. O resultado foi influenciado pelo aumento nos preços do plano de saúde (0,77%) e dos itens de higiene pessoal (1,04%), com destaque para perfume (2,59%) e produtos para pele (2,26%). “O mês de maio é marcado pelo Dia das Mães, que colaborou para o aumento de preços dos perfumes, artigos de maquiagem e produtos para pele”, avalia o gerente.
No grupo dos transportes (0,44%), a passagem aérea registrou a primeira alta do ano (5,91%) e foi o quarto item individual de maior impacto na inflação do País. Em abril, a deflação desse item foi de 12,09%. Além dele, em maio, houve alta nos combustíveis (0,45%), impactada pelo etanol (0,53%), pelo óleo diesel (0,51%) e pela gasolina (0,45%). Também subiram os preços do metrô (1,21%) e do táxi (0,55%).

INPC tem alta de 0,46% em maio

A alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 0,46% em maio, também acelerando em relação ao resultado anterior (0,37%). O resultado foi impactado pelos produtos alimentícios, que subiram 0,64% em maio, após a alta de 0,57% em abril. Já os preços dos não alimentícios variaram 0,40%, acima do registrado no mês anterior (0,31%).

“Em maio, o resultado do INPC foi igual ao do IPCA, e o comportamento dos grupos foi bem próximo. O de alimentos teve mais impacto [no INPC] por conta do peso maior desse grupo dentro do orçamento das famílias de mais baixa renda”, destaca André. O índice geral acumula aumento de 2,42% no ano e de 3,34% nos últimos 12 meses.

Entre as áreas de abrangência da pesquisa, a maior variação também ocorreu em Porto Alegre (0,95%), vinculada, assim como no caso do IPCA, às altas da batata-inglesa (23,94%), do gás de botijão (7,39%) e da gasolina (1,80%).

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