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Publicada em 08 de Junho de 2024 às 19:28

Setor eletroeletrônico do RS estima prejuízos de R$ 70 milhões com inundações

Exatron está entre as empresas que está cedendo seu parque fabril para indústrias atingidas

Exatron está entre as empresas que está cedendo seu parque fabril para indústrias atingidas

EXATRON/DIVULGAÇÃO/JC
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Nícolas Pasinato
Nícolas Pasinato
A indústria elétrica e eletrônica do Rio Grande do Sul teve prejuízos na casa de R$ 70 milhões com as enchentes no Estado. O levantamento preliminar foi repassado pelo diretor regional da Abinee-RS (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), Régis Haubert. O valor engloba perdas de faturamento, maquinário e demais despesas. 
A indústria elétrica e eletrônica do Rio Grande do Sul teve prejuízos na casa de R$ 70 milhões com as enchentes no Estado. O levantamento preliminar foi repassado pelo diretor regional da Abinee-RS (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), Régis Haubert. O valor engloba perdas de faturamento, maquinário e demais despesas. 
Haubert descreve que o desafio inicial do setor no Estado foi o de conseguir acessar os parques fabris afetados pelas cheias para dimensionar o tamanho do impacto que tiveram a partir da tragédia climática. Neste momento, a análise, segundo ele, é de se é possível recuperar parte das máquinas atingidas ou se será preciso fazer a compra de novos equipamentos.

“Há muitas máquinas de montagem de SMT (Surface Mount Technology). São máquinas de precisão e não sabemos ainda se vamos conseguir restaurá-las ou se haverá a necessidade de uma importação desses equipamentos, o que pode levar até 180 dias”, afirma, acrescentando como outro desafio o de prorrogar contratos de fornecimento para que as empresas da área não tenham as suas receitas ainda mais afetadas.

SOS Indústria Eletroeletrônica

Enquanto essa avaliação é feita, a associação criou uma iniciativa chamada SOS Indústria Eletroeletrônica. O projeto inclui uma série de ações para auxiliar as empresas do setor no Estado. Conforme a entidade, foram cerca de 10 empresas atingidas e que estão paradas desde o começo de maio, após as chuvas.

A ideia é que empresas da área de eletroeletrônica que não foram impactadas possam dar o suporte necessário para quem saiu prejudicado. Dessa forma, algumas delas se colocaram à disposição para cederam o seu parque fabril, com toda a infraestrutura, a fim de que outras indústrias pudessem dar continuidade à sua produção. Dentre elas, estão três empresas do Parque Canoas de Inovação: Exatron, Parks e Novus.

Linhas de financiamento

Além disso, a entidade deu início a conversas com instituições em busca de linhas de financiamento voltadas ao setor. “Tivemos uma conversa com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) na última semana, que apresentou três linhas de financiamento, voltados para máquinas e equipamentos, empreendimento e capital de giro. Também tivemos um encontro com o Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), que apresentou uma modalidade de financiamento para as indústrias afetadas”, relata Haubert.

Para o diretor regional da Abinee-RS, há ainda muitas demandas a serem atendidas pelos poderes públicos com o objetivo de reerguer as indústrias gaúchas após a cheia. Porém, entende que, em razão de se tratar de uma tragédia climática sem precedentes, isso irá ocorrer na medida em que os problemas mais fundamentais, como o de moradia e assistência à população atingida, são sanadas.

“É importante ter uma avaliação propositiva para que possamos solucionar os diversos problemas que nossas empresas estão enfrentando e, com isso, garantir emprego, renda e arrecadação, pois isso também afeta a economia do Estado como um todo”, diz.
Enchentes provocam queda de 15,6% nas vendas da indústria gaúcha em maio

Publicada na sexta-feira (7) pela Receita Estadual, a terceira edição do Boletim Econômico-Tributário da sobre os impactos das enchentes nas movimentações econômicas dos contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços (ICMS) do RS indica queda de 15,6% nas vendas da indústria em maio de 2024. A comparação é frente ao mesmo mês de 2023.

O volume de vendas das indústrias do Estado foi mais impactado nos setores de insumos agropecuários, com menos 39,1% em maio, metalmecânico, com menos 24,4%, e de pneumáticos e borrachas, com menos 18,2%. Os segmentos de têxteis e vestuário, com menos 17,2%, e de Madeira, Cimento e Vidro, com menos 16,1%, também estão com desempenho pior que a média geral da indústria gaúcha em comparação como mesmo período do ano anterior (-15,6%).

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