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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 15 de Maio de 2024 às 01:25

Surreal: concessionárias do RS vendem veículos e não conseguem emplacar e faturar

Concessionárias foram inundadas na Zona Norte da Capital, muitas com carros novos dentro

Concessionárias foram inundadas na Zona Norte da Capital, muitas com carros novos dentro

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Patrícia Comunello
Em meio à maior crise climática e com prejuízos bilionários no Rio Grande do Sul, as cerca de 700 revendas de veículos novos gaúchas estão enfrentando uma situação quase surreal. As lojas vendem carros, seja em localidades sem inundação ou onde tem, como Porto Alegre, mas não conseguem emplacar e, por consequência, faturar e ter fluxo de caixa.
Em meio à maior crise climática e com prejuízos bilionários no Rio Grande do Sul, as cerca de 700 revendas de veículos novos gaúchas estão enfrentando uma situação quase surreal. As lojas vendem carros, seja em localidades sem inundação ou onde tem, como Porto Alegre, mas não conseguem emplacar e, por consequência, faturar e ter fluxo de caixa.

LEIA MAIS: Carros de luxo estão submersos em maior polo de revendas do RS

Os emplacamentos não são feitos porque o sistema do Detran-RS está fora do ar. O órgão de trânsito e seus serviços, como emplacamentos, são afetados pelo impacto da inundação na Procergs, estatal de processamento de dados do Estado. A empresa fica próxima ao Guaíba e foi atingida pelas águas.
A impossibilidade de emitir o documento para os veículos vendidos é relatada pela direção do Sindicato das Concessionárias e Distribuidores de Veículos do RS (Sincodiv/Fenabrave-RS).
"Sem sistema, estamos desde 6 de maio sem poder faturar nada, sem emitir nota fiscal", descreve o presidente do Sincodiv/Fenabrave-RS, Jefferson Fürstenau. "O pior de tudo é que, além de não poder ter as lojas, estão sem sistema do Detran-RS", lamenta Fürstenau.
Diante da dificuldade, o sindicato levou proposta ao Detran-RS, via Procergs, para que as empresas possam voltar a usar o documento provisório impresso do emplacamento para liberar emissão de nota fiscal. "Estamos negociando com as autoridades para que volte pelo menos a licença provisória de dez dias que se colava no para-brisa do carro. Pelo menos para o setor voltar a respirar. Neste momento, estamos sem ar."
Fürstenau cita que clientes vêm buscando carros novos, pois perderam veículos nas cheias. Empresas também estão demandando unidades para repor a frota que também foi alvo das inundações. "Tem procura e venda, mas não conseguimos emitir nota e emplacar", reforça o dirigente.
A coluna Minuto Varejo questionou o Detran-RS sobre a possibilidade de emitir licença provisória. Em nota, o órgão explicou que não é possível fazer a licença fora do sistema. "Todos os serviços prestados pelo Detran-RS dependem de registros nas bases dos sistemas nacionais da Senatran, e a interface era feita exclusivamente por sistemas fornecidos pela Procergs", vincula o departamento, em nota.
"Para que seja feita a emissão de uma licença provisória, o veículo precisa estar registrado no sistema estadual e com autorização pelo Renavan Nacional para emissão das placas. Sem os sistemas da Procergs, isso não tem como ser executado, pois não há consulta à base nacional. Sem esses registros, não é possível a emissão de nenhuma autorização provisória de emplacamento ou de circulação", alega o órgão.
O Detran-RS diz que há esforços para "minimizar os impactos desse apagão total dos sistemas" que afetam diversos órgãos estaduais. "Mas nesse momento não há definição da Procergs sobre a retomada dos sistemas do Detran-RS", completa o departamento de trânsito. O diretor-presidente da estatal de processamento, Luiz Fernando Záchia, diz que o assunto foi encaminhado às secretarias da Segurança e da Fazenda. É uma decisão das pastas, indica Záchia.

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