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Publicada em 27 de Março de 2024 às 17:10

Bares e restaurantes estudam adaptar custos para se adequar a decretos do governo

Abrasel estima um aumento de até 20% nos insumos da alimentação

Abrasel estima um aumento de até 20% nos insumos da alimentação

CasaDaColônia/Instagram/Divulgação/JC
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Caren Mello
Caren Mello
A próxima segunda-feira, dia em que começam a vigorar os decretos do governo do Estado de corte de benefícios para diversos setores, provocará alguns ajustes em vários setores. Um deles, em particular, o setor de bares e restaurantes, busca formas de equilíbrio nas contas, uma vez que, após o período de queda na circulação nos meses de verão, março costuma ser o de recuperação.
A próxima segunda-feira, dia em que começam a vigorar os decretos do governo do Estado de corte de benefícios para diversos setores, provocará alguns ajustes em vários setores. Um deles, em particular, o setor de bares e restaurantes, busca formas de equilíbrio nas contas, uma vez que, após o período de queda na circulação nos meses de verão, março costuma ser o de recuperação.
Em vários deles, já existem avisos de aumento afixados nos balcões de pagamento, para que clientes mais rotineiros não sejam surpreendidos. Em outros, o aumento dos insumos determinará a substituição das marcas e até ajustes no cardápio.
A seccional gaúcha da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-RS) acredita que ainda é possível reverter a decisão do governo do Estado. Junto com outras 15 entidades, entre elas, Fecomércio-RS, Farsul, Fiergs e Federasul, foi lançada a campanha "Não ao aumento - Sim ao alimento". As entidades entendem que o impacto nos produtos alimentícios pode ter um desdobramento em toda economia gaúcha.
O presidente da Abrasel-RS, João Melo, relata a preocupação no setor, sobretudo em função do período recorrente de endividamento nos meses de verão. "Não adianta mudar o produtor porque todos vão ter aumento. O valor acaba sendo repassado para o cardápio e, por consequência, a redução de público. Isso assusta o consumidor", observou Melo, que também lembra dos custos nos supermercados. Melo estima um aumento de 15% a 20% nos insumos, sem que haja possibilidade de repassar o percentual para os itens de cardápio. No caso do restaurante Gambrinus, de sua propriedade, haverá diminuição no número de pratos oferecidos, em lugar de aumento no valor final do prato.
"É muito complicado. Se repassamos os 20%, perdemos clientes. Se não repassamos, é um risco para a sobrevivência da empresa", pondera. De acordo com um estudo da entidade, bares e restaurante viram 2023 como um ano ainda de retomada dos efeitos da pandemia, chegando a um equilíbrio nos últimos meses.
Representantes das entidades signatárias da campanha estiveram nesta terça-feira na Assembleia Legislativa em apoio ao projeto de PDL (Projeto de Decreto Legislativo) que contesta os decretos do governo do Estado. Além disso, o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, está convocando as lideranças de classe de todo Estado para participarem de uma mobilização, na próxima segunda-feira, em frente ao Palácio Piratini contra os decretos. Segundo a Federasul, o corte de benefícios retiram renda das famílias, comprometendo empregos, negócios e a viabilidade de pequenos agricultores familiares.
 

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