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Publicada em 26 de Março de 2024 às 17:52

PIB gaúcho cresce 1,7% em 2023

Soja apresentou melhor desempenho entre da agropecuária, com crescimento de 35,5%

Soja apresentou melhor desempenho entre da agropecuária, com crescimento de 35,5%

EVANDRO OLIVEIRA
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Caren Mello
Caren Mello
O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul teve um crescimento de 1,7% em 2023, na comparação com 2022. Em valores nominais, atingiu R$ 640,299 bilhões, o que representa 5,90% do PIB nacional. O PIB per capita fechou o ano em R$ 55.454, crescimento de 1,4% em relação a 2022, e 10,5% superior ao do Brasil.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul teve um crescimento de 1,7% em 2023, na comparação com 2022. Em valores nominais, atingiu R$ 640,299 bilhões, o que representa 5,90% do PIB nacional. O PIB per capita fechou o ano em R$ 55.454, crescimento de 1,4% em relação a 2022, e 10,5% superior ao do Brasil.
O crescimento acumulado foi menor do que o nacional, que registrou um incremento de 2,9%. Nas taxas de crescimento acumuladas no ano, nos impostos houve um recuo de 0,9% em função da queda indústria, sobretudo no segmento agropecuário, o que impactou na arrecadação de ICMS e IPI. No Valor Adicionado Bruto, enquanto o Estado apresentou um crescimento de 2,3%, o País chegou a 3,0%.
Os dados foram apresentados na tarde desta terça-feira (26), pelo secretário adjunto da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão, Bruno Silveira, e diretor do Departamento de Economia e Estatística (DEE), Pedro Zuanazzi, e pelo pesquisador do DEE, Martinho Lazzari.

Em relação ao crescimento da agropecuária, o setor superou o nacional, com 16,3% contra 15,1% no País. “Em 2023 tivemos uma safra recorde, com um crescimento expressivo”, observou o pesquisador do Departamento de Economia e Estatística, Martinho Lazzari, lembrando que o excesso de chuvas nos primeiros meses do ano e o excesso de chuvas no final limitaram o crescimento. Ele explica que o Estado veio do ano anterior de uma safra deprimida em função da estiagem. Em 2023 foi menos intensa, permitindo uma recuperação parcial do setor. Nos serviços, o RS também superou o País, com 2,6% e 2,4%, respectivamente.
Na indústria, enquanto o crescimento nacional foi de 1,6%, o Estado teve uma retração de 0,4%. A indústria brasileira teve um ano com dificuldades, mas por razões locais a queda foi maior. A indústria de transformação recuou 5,4% no último ano. Além da redução nacional dos gastos com investimento, impactando o setor de máquinas e equipamentos, também houve paralisações técnicas em plantas de refino de petróleo e fabricação de celulose, além de férias coletivas em fábricas de veículos. De acordo com dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), apresentados pelos pesquisadores, de 2022 para 2023 houve uma queda de13% na produção de máquinas agrícolas, porém ainda 50% maior do que em 2019.
Foram apresentados também os destaques setoriais, com as variações das quantidades produzidas dos principais produtos agrícolas. Soja, com 35,5%, e milho, com 32% foram os que tiveram melhores desempenhos. O arroz teve uma queda de 7,3%, com a diminuição de 12% da área plantada para a soja, enquanto o trigo caiu 50,6% pelo excesso de chuvas.
Em relação ao segmento de serviços, o destaque ficou para os serviços de informação, comércio e intermediação financeira e seguros. “O comércio e serviço, de maneira geral, teve um ótimo desempenho, em um ano em que a recuperação agrícola não foi tanta”, disse Lazzari, ao observar que o setor que representa 2/3 da economia, o que permitiu segurar a produção, a renda e criando novas vagas.

Trimestres anteriores

Os pesquisadores também fizeram comparativo do quarto trimestre com o anterior, na série com ajuste sazonal, apresentando uma variação de 0,0%, a mesma do nacional. Já em comparação com o 4º Trimestre de 2022, houve uma queda de 0,7%.
Na base de comparação, a agropecuária recuou 12,3%, enquanto a indústria (0,1%) e os serviços (0,6%) expandiram-se. O desempenho negativo não foi uma surpresa. De acordo os pesquisadores, em geral, há um ano de queda e outro de subida, mas houve dois anos de queda, com estiagem severa em 2022 e 2023. "O impacto climático foi o grande", observou o diretor Zuanazzi.
Comparado ao mesmo trimestre de 2022, o PIB do Estado teve retração de 0,7%, desempenho inferior ao nacional (crescimento de 2,1%). A agropecuária, em razão da quebra da safra de trigo, recuou 23,1%. A indústria, novamente influenciada pela transformação, apresentou queda de 1,0%. Já os serviços cresceram 2,1%.
O nível do PIB encontra-se 0,6% acima do período pré-pandemia (4 º trimestre de 2019), mas 5,3% abaixo do seu pico, registrado no 2 º trimestre de 2021.

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