Com foco em dar uma rota mais sustentável à cadeia do carvão mineral, a companhia chinesa JNG tenta introduzir no Rio Grande do Sul uma tecnologia de captura de CO2 que permite a geração de fertilizantes como o bicarbonato de amônia. A ideia da empresa é iniciar ainda em 2024 as experiências com esse produto em solo gaúcho.
O diretor-executivo da GCO Soluções Empresariais e representante da JNG no Brasil, Giuliano Capeletti, informa que, se tudo transcorrer satisfatoriamente, a meta é começar neste primeiro semestre os testes. Ele detalha que foram realizadas reuniões com a Emater, Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (antiga Fepagro) para desenvolver as ações no Estado.
De acordo com Capeletti, o objetivo é observar como o bicarbonato de amônia irá se comportar reagindo com as culturas agrícolas locais. “Para ver a viabilidade econômica do uso desse fertilizante no Estado”, enfatiza o executivo. O Rio Grande do Sul tem particular interesse na iniciativa, já que o CO2 capturado pode ser oriundo das termelétricas a carvão que hoje estão em atividade no município de Candiota, que concentra a maior reserva brasileira desse mineral.
Capeletti salienta que uma delegação da JNG visitou em março as usinas a carvão Candiota 3 e Pampa Sul, além do poder municipal candiotense, a empresa mineradora Copelmi e a Unipampa, em Bagé. Os chineses também participaram neste mês da feira de agronegócio Expodireto Cotrijal, realizada na cidade de Não-Me-Toque. “A gente queria mostrar a nossa solução para os agricultores e também a tecnologia para os representantes do governo do Estado”, ressalta o diretor-executivo da GCO.
Para Capeletti, a proposta apresentada pelos chineses pode ser agregada ao plano de transição energética que está sendo construído pelo governo gaúcho para o Rio Grande do Sul. O Estado pretende elaborar um estudo para a região carbonífera para realizar a mudança gradual da utilização das fontes fósseis para as renováveis.