Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 05 de Março de 2024 às 18:05

Trensurb fica fora do plano nacional de desestatização do governo federal

Trensurb transporta 120 mil pessoas por dia e passa por seis cidades da Região Metropolitana

Trensurb transporta 120 mil pessoas por dia e passa por seis cidades da Região Metropolitana

CLAITON DORNELLES/arquivo/JC
Compartilhe:
Cláudio Isaías
Cláudio Isaías Repórter
A Trensurb, junto com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), foi retirada nesta terça-feira (5) do Plano Nacional de Desestatização (PND) do governo federal. A decisão foi anunciada pelo diretor-presidente da Trensurb, Fernando Marroni.
A Trensurb, junto com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), foi retirada nesta terça-feira (5) do Plano Nacional de Desestatização (PND) do governo federal. A decisão foi anunciada pelo diretor-presidente da Trensurb, Fernando Marroni.
A privatização da empresa havia sido incluída no PND durante o governo do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro. A retirada da empresa do Plano era uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Marroni anunciou também a realização de um estudo por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para expansão do trem até o município de Alvorada, na região Metropolitana de Porto Alegre. Marroni junto com os deputados Dionilso Marcon e Elvino Bohn Gas, participou em Brasília da reunião com o secretário Marcus Cavalcanti, secretário especial do Programa de Parcerias de Investimentos da Casa Civil.
Segundo Marroni, a empresa realizou estudos que foram apresentados ao governo Lula de que não haveria vantagens no processo de desestatização da Trensurb. "Convencemos o governo federal que haveria uma grande possibilidade de expansão que passaria por retirar a empresa do PND", comenta. Conforme o diretor-presidente da Trensurb, o presidente Lula cumpriu a promessa de campanha de não privatizar as empresas de mobilidade urbana. "É um momento de muita alegria para a Trensurb. Sabemos da necessidade do serviço continuar e da expansão até o município de Alvorada", destaca.
De acordo com Marroni, os estudos iniciados pelo BNDES em função da inclusão da Trensurb no programa seguem agora com foco nos investimentos necessários para a empresa. "A decisão do governo federal se alinha ao compromisso da atual gestão da empresa com a preservação dos serviços públicos e sua visão estratégica para o fortalecimento da estatal", explica. Para Marroni, a empresa desempenha um papel vital na mobilidade urbana da região. "Queremos assegurar que continue a fazê-lo com eficiência e acessibilidade para todos os cidadãos", comenta.
O diretor-presidente considera que a decisão pela retirada do PND é mais um passo na direção da promoção do desenvolvimento sustentável e da melhoria da qualidade de vida para a população. Desde que assumiu a gestão da empresa, em junho de 2023, segundo Marroni, a atual gestão da Trensurb tem atuado junto dos parlamentares e diversos partidos políticos buscando a manutenção do caráter público e estatal da Trensurb. Em fevereiro, a gestão da estatal esteve à frente da aprovação de resolução do Conselho das Cidades - órgão colegiado deliberativo e consultivo ligado ao Ministério das Cidades - que recomendou a retirada da empresa e da CBTU do PND.

A empresa estima que a expansão até Alvorada custaria cerca de R$ 6 bilhões e beneficiaria 170 mil pessoas. A ideia é ampliar o trem através do chamado corredor nordeste. O trecho de 16 quilômetros teria onze estações - com saída da estação Aeroporto e seguiria pela zona Norte da Capital.
A Trensurb transporta 120 mil passageiros por dia, e segundo Marroni, tem potencial para transportar até 200 mil passageiros. O sistema conta com 22 estações e o trem metropolitano passa pelas cidades de Porto Alegre, Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo. 

Notícias relacionadas