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Publicada em 08 de Fevereiro de 2024 às 14:00

Importação de veículos em janeiro é a maior dos últimos dez anos

Anfavea prevê ciclo de investimento no setor de R$ 100 bilhões

Anfavea prevê ciclo de investimento no setor de R$ 100 bilhões

FCA/DIVULGAÇÃO/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Apesar do crescimento das vendas de veículos no Brasil em janeiro de 2024, em relação ao mesmo mês do ano anterior, o volume de produção interna permaneceu estável. Esse cenário ocorreu devido à queda das exportações e aumento das importações. O emplacamento de modelos estrangeiros teve no primeiro mês do ano a maior participação no mercado nacional dos últimos dez anos: 19,5%. A cada dez veículos vendidos no País, dois vieram de fora. Dos cerca de 31,5 mil importados licenciados, quase metade era oriunda da Argentina (46%) e 25% da China.
Apesar do crescimento das vendas de veículos no Brasil em janeiro de 2024, em relação ao mesmo mês do ano anterior, o volume de produção interna permaneceu estável. Esse cenário ocorreu devido à queda das exportações e aumento das importações. O emplacamento de modelos estrangeiros teve no primeiro mês do ano a maior participação no mercado nacional dos últimos dez anos: 19,5%. A cada dez veículos vendidos no País, dois vieram de fora. Dos cerca de 31,5 mil importados licenciados, quase metade era oriunda da Argentina (46%) e 25% da China.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, destaca que o aumento das importações pode ser explicado, em parte, pela antecipação de compras de veículos elétricos e híbridos em dezembro de 2023 para serem comercializados no primeiro trimestre de 2024 a um custo menor, já que neste ano esses modelos voltaram a pagar imposto de importação.
Os elétricos responderam por 14% dos veículos estrangeiros comercializados no Brasil em janeiro deste ano e os híbridos por 19% do total. No entanto, o representante da Anfavea frisa que o patamar de importações está mais elevado do que se considera saudável para o setor. “É algo que precisa ser monitorado”, adverte o dirigente.
Soma-se a essa situação o baixo desempenho das exportações, que em janeiro de 2024 caíram 43%, em comparação com o mesmo período em 2023, fechando o mês em 19 mil unidades. Conforme Leite, as quedas mais expressivas foram na Colômbia (-79%), Chile (-60%), México (-19%) e Argentina (também -19%). Esses fatores fizeram com que a produção de veículos no Brasil ficasse estável em janeiro, em um patamar de 153 mil unidades (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus), mas com alta dos emplacamentos de 13%, passando para 162 mil unidades, contra 143 mil vendas no primeiro mês do ano passado.
Apesar do começo de 2024 verificar uma produção similar a de 2023, o presidente da Anfavea prevê um ciclo futuro de crescimento e investimentos, até 2028 ou 2029, na ordem de R$ 100 bilhões, das montadoras de veículos e do segmento de autopeças no Brasil. Uma das ferramentas que contribuirá para esse desenvolvimento, segundo Leite, será o programa nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover). A iniciativa pretende elevar as exigências de sustentabilidade da frota automotiva, estimular a propagação de novas tecnologias e atrair investimentos.
O dirigente divulgou as projeções para o setor em apresentação online realizada nesta quinta-feira (8). Também participou do evento o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que ressaltou que a meta do governo federal é apoiar o segmento industrial e que o Brasil é o oitavo maior fabricante de veículos do mundo e o sexto maior mercado. Ele também salientou que o País vive um bom momento econômico, com as reduções da inflação, dos juros e do desemprego e a perspectiva de aumento do PIB. “Estamos em um quadro positivo, com reformas estruturantes”, reforça Alckmin.
Origem dos veículos importados emplacados em janeiro de 2024:

Argentina – 14.405 unidades
China – 7.958 unidades
México – 3.491 unidades
Alemanha – 2.017 unidades
Uruguai – 737 unidades
Outros – 2.875 unidades
Total – 31.483 unidades
Fonte: Anfavea

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