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Publicada em 30 de Janeiro de 2024 às 18:34

Bolsa exclui ações da Gol de índices após pedido de recuperação judicial nos EUA

A medida é habitual em casos de recuperação judicial

A medida é habitual em casos de recuperação judicial

SIGMAPRESS/FOLHAPRESS/JC
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Folhapress
A B3, Bolsa de Valores brasileira, informou nesta segunda-feira (29) que irá excluir as ações da Gol (GOLL4) de todos os seus índices, como desdobramento de seu pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. A medida é habitual em casos de recuperação judicial e segue os termos do manual de definições e procedimentos dos índices da Bolsa.
A B3, Bolsa de Valores brasileira, informou nesta segunda-feira (29) que irá excluir as ações da Gol (GOLL4) de todos os seus índices, como desdobramento de seu pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. A medida é habitual em casos de recuperação judicial e segue os termos do manual de definições e procedimentos dos índices da Bolsa.
Segundo a B3, a companhia aérea terá seus títulos excluídos dos índices Ibovespa, IBRA, IBXX, ICO2, IDVR, IGCT, IGCX, ITAG, IVBX e SMLL ao seu preço de fechamento após o encerramento do pregão regular de terça-feira (30). "A participação [será] redistribuída proporcionalmente aos demais integrantes da carteira com o pertinente ajuste nos redutores", afirma a Bolsa, em nota.
As ações preferenciais da companhia (GOLL4) continuarão sendo negociadas normalmente, mas passam a ser listadas na B3 sob o título de "Outras Condições" a partir do pregão de terça. O pregão desta segunda-feira da B3 foi marcado por um tombo de 33,61% das ações da Gol, em resposta aos desdobramentos do pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. Os papéis encerraram o dia a R$ 3,93, ante R$ 6,65 na quarta-feira, véspera do anúncio -uma queda acumulada de 40,9%.
Com isso, o valor de mercado da companhia aérea chegou a R$ 1,64 bilhão, segundo levantamento de Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria. A Bolsa fechou em queda de 0,36%, aos 128.502,69 pontos.
Na sexta-feira (26), um dia depois que a notícia de recuperação judicial veio a público, o juiz Martin Glenn já havia aceitado o pedido da empresa aérea para seguir no processo de proteção contra falência nos EUA, o chamado "Chapter 11".
Com isso, as partes -sejam pessoas físicas, sócios, corporações, estrangeiras ou nacionais- ficam proibidas de abrir ou dar continuidade a quaisquer ações judiciais ou administrativas contra os devedores, entre outros impedimentos. Eles também não poderão executar, contra os devedores ou seus bens, sentenças obtidas antes do início do processo de "Chapter 11", entre outros impedimentos.
Com a decisão judicial, a Gol também garante manutenção e proteção de suas licenças e concessões, uma vez que a Justiça proibiu atos de revogação e suspensão dessas autorizações. A decisão final sobre o pedido da Gol para fazer um empréstimo Debtor-in-Possession (DIP) de US$ 950 milhões acontecerá em audiência na Justiça de Nova York, agendada para 15 de fevereiro, às 12h pelo horário de Brasília. Quaisquer objeções à concessão a medida devem ser apresentadas até 8 de fevereiro na corte norte-americana.

Na segunda-feira (29), o juiz responsável pelo processo de recuperação judicial da Gol, Martin Glenn deu uma autorização provisória permitindo a entrada imediata de US$ 350 milhões na companhia. O restante do valor do empréstimo só será repassado à empresa após a autorização final da Justiça.

O empréstimo de US$ 950 milhões será feito por detentores de títulos de dívida da Abra, a holding que controla a Gol e a Avianca. Esses financiadores do DIP terão preferência de pagamento, à frente de todos os outros credores da Gol, como é usual neste tipo de financiamento. 

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