Apesar de a implementação da Inteligência Artificial (AI) ainda estar em fase inicial nas empresas de serviços financeiros no Brasil, os principais administradores do segmento nacional acreditam que a competitividade de suas companhias dependerão cada vez mais da disrupção tecnológica. A questão das mudanças climáticas, no entanto, figura entre as menores preocupações destes executivos. Estas estão entre as principais conclusões de pesquisa apresentada à imprensa pela PwC na manhã desta terça-feira (30).
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Segundo a 27ª edição da Global CEO Survey, 74% dos respondentes do setor financeiro acreditam que a AI generativa melhorará a qualidade dos produtos ou serviços das empresas nos próximos 12 meses – percentual que corresponde a 64% dos administradores de outros setores no País e de 59% no recorte global da área.
Embora 43% dos entrevistados apontem preocupação com os riscos cibernéticos, 41% deles não acreditam que suas organizações sobreviverão por mais de 10 anos se mantiverem o rumo atual. Segundo um dos sócios da sócios da PwC Brasil, Lindomar Schmoller, este grupo está em busca da reinvenção contínua para seguir competitivo.
Nesse sentido, além da digitalização, os administradores afirmam estar atentos às mudanças nas preferências do consumidor e nas ações da concorrência: “A gente vê surgindo outros negócios como bancos digitais, cooperativos, novos entrantes na área de seguros. Todos estes já ajustados nesta nova realidade. Percebe-se, então, essa necessidade de reinvenção contínua".
Em relação ao meio ambiente, as transformações climáticas ainda não são uma ameaça aos negócios deste segmento: apenas 9% dos líderes consultados apresentaram esta preocupação. Por outro lado, 54% deles afirmaram ter ações de eficiência energética em curso ou concluídas, e 52% avançam nos aspectos relacionados à inovação em produtos e serviços com baixo impacto climático e na implementação de iniciativas para proteger os bens físicos e/ou a mão de obra contra estes fatores.
“O segmento de serviços financeiros no Brasil está ciente sobre a influência das mudanças climáticas como megatendência que irá gerar impactos na forma de fazer negócio e tem se movido para ser responsável com o planeta e amenizar as consequências financeiras decorrentes desse fator”, aponta Schmoller.
A pesquisa anual da PwC ouviu mais de 4,7 mil CEOs em mais de 100 países, incluindo o Brasil, de 2 de outubro a 10 de novembro de 2023.
Outros resultados da pesquisa
- 60% dos CEOs do setor financeiro estão confiantes quanto ao crescimento da economia do País nos próximos 12 meses.
- 37% esperam uma aceleração na economia global, e 29% apostam em um desaceleramento.
- Ao todo, 26% das lideranças do setor de serviços financeiros no Brasil relataram até 10% de realocação de recursos de um ano para outro.
- Entre os mercados mais importantes, o segmento coloca Estados Unidos, China e México no topo da lista. Os três países da Europa o que estavam entre os cinco principais no ano passado – Alemanha, França e Reino Unido –, foram excluídos da lista.
- Ao todo, 26% das lideranças do setor de serviços financeiros no Brasil relataram até 10% de realocação de recursos de um ano para outro.
- Entre os mercados mais importantes, o segmento coloca Estados Unidos, China e México no topo da lista. Os três países da Europa o que estavam entre os cinco principais no ano passado – Alemanha, França e Reino Unido –, foram excluídos da lista.