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Publicada em 20 de Novembro de 2023 às 01:25

Projeto de termelétrica gaúcha de R$ 1,5 bilhão aposta em segurança energética para sair do papel

Usina será construída no município de Charqueadas

Usina será construída no município de Charqueadas

/Divulgação Governo do Estado/JC
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Jefferson Klein Repórter
Mesmo com a perspectiva da manutenção do crescimento das fontes renováveis de energia no Brasil nos próximos anos, as usinas a gás natural ainda são consideradas como relevantes para garantir a segurança do sistema elétrico do País.
Mesmo com a perspectiva da manutenção do crescimento das fontes renováveis de energia no Brasil nos próximos anos, as usinas a gás natural ainda são consideradas como relevantes para garantir a segurança do sistema elétrico do País.
É dentro desse contexto que a Farroupilha Energia, uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) que está sob o guarda-chuva da empresa Arpoador Energia, vê a possibilidade de ir adiante com a ideia de construir uma termelétrica a ser alimentada com esse combustível fóssil, no município de Charqueadas, e que tem um investimento estimado em cerca de R$ 1,5 bilhão.
Um passo para que a proposta se concretize já foi dado, com a Licença Prévia (LP) recentemente concedida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). A planta está planejada para uma capacidade instalada de 299 MW (em torno de 7% da demanda média de energia dos gaúchos). Um dos desafios para que o empreendimento se torne uma realidade é de onde sairá o fornecimento de gás natural para alimentar a unidade, já que o Estado tem atualmente pouca disponibilidade desse combustível para atender a sua demanda.
"A gente acredita que vão ser necessárias soluções logísticas para o incremento de gás, seja com GNL (gás natural liquefeito) ou reforços da TBG (operadora do Gasoduto Bolívia-Brasil - Gasbol) para poder transportar mais gás para o Rio Grande do Sul", comenta o presidente da Arpoador Energia, Roberto Faria.
Sobre a hipótese de que a usina possa ser abastecida com gás argentino, proveniente da reserva de Vaca Muerta, se for construído o gasoduto Uruguaiana-Porto Alegre, Faria diz que o empreendimento pode se adaptar a qualquer alternativa e não há uma solução definida ainda.
No entanto, ele afirma que a possibilidade de usar a gaseificação do carvão não seria uma opção. Para comercializar sua geração, a térmica deverá participar de leilões de energia (mecanismos promovidos pelo governo federal que garantem a comercialização da produção de energia dentro do sistema elétrico nacional dos complexos mais competitivos).
O presidente da Arpoador Energia adianta que a perspectiva é que a iniciativa tenha condições de disputar certames a partir de 2024. A contar do início das obras, serão necessários em torno de três a quatro anos para concluir a implementação do complexo.

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