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Publicada em 18 de Novembro de 2023 às 12:04

Projeto de termelétrica gaúcha de R$ 1,5 bilhão aposta em segurança energética para sair do papel

Usina será construída no município de Charqueadas

Usina será construída no município de Charqueadas

Divulgação Governo do Estado/JC
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Jefferson Klein Repórter
Mesmo com a perspectiva da manutenção do crescimento das fontes renováveis de energia no Brasil nos próximos anos, as usinas a gás natural ainda são consideradas como relevantes para garantir a segurança do sistema elétrico do País. É dentro desse contexto que a Farroupilha Energia, uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) que está sob o guarda-chuva da empresa Arpoador Energia, vê a possibilidade de ir adiante com a ideia de construir uma termelétrica a ser alimentada com esse combustível fóssil, no município de Charqueadas, e que tem um investimento estimado em cerca de R$ 1,5 bilhão.
Mesmo com a perspectiva da manutenção do crescimento das fontes renováveis de energia no Brasil nos próximos anos, as usinas a gás natural ainda são consideradas como relevantes para garantir a segurança do sistema elétrico do País. É dentro desse contexto que a Farroupilha Energia, uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) que está sob o guarda-chuva da empresa Arpoador Energia, vê a possibilidade de ir adiante com a ideia de construir uma termelétrica a ser alimentada com esse combustível fóssil, no município de Charqueadas, e que tem um investimento estimado em cerca de R$ 1,5 bilhão.
Um passo para que a proposta se concretize já foi dado, com a Licença Prévia (LP) recentemente concedida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). A planta está planejada para uma capacidade instalada de 299 MW (em torno de 7% da demanda média de energia dos gaúchos). Um dos desafios para que o empreendimento se torne uma realidade é de onde sairá o fornecimento de gás natural para alimentar a unidade, já que o Estado tem atualmente pouca disponibilidade desse combustível para atender a sua demanda.
“A gente acredita que vão ser necessárias soluções logísticas para o incremento de gás, seja com GNL (gás natural liquefeito) ou reforços da TBG (operadora do Gasoduto Bolívia-Brasil – Gasbol) para poder transportar mais gás para o Rio Grande do Sul”, comenta o presidente da Arpoador Energia, Roberto Faria. Sobre a hipótese de que a usina possa ser abastecida com gás argentino, proveniente da reserva de Vaca Muerta, se for construído o gasoduto Uruguaiana-Porto Alegre, Faria diz que o empreendimento pode se adaptar a qualquer alternativa e não há uma solução definida ainda.
No entanto, ele afirma que a possibilidade de usar a gaseificação do carvão não seria uma opção.
Para comercializar sua geração, a térmica deverá participar de leilões de energia (mecanismos promovidos pelo governo federal que garantem a comercialização da produção de energia dentro do sistema elétrico nacional dos complexos mais competitivos). O presidente da Arpoador Energia adianta que a perspectiva é que a iniciativa tenha condições de disputar certames a partir de 2024. A contar do início das obras, serão necessários em torno de três a quatro anos para concluir a implementação do complexo.
Faria reforça que estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que é vinculada ao Ministério de Minas e Energia, indicam a necessidade de uma energia garantida (que não oscile com as condições climáticas) para a região Sul do País. A opinião que a térmica reforçaria a segurança energética regional é compartilhada pelo presidente da Fepam, Renato Chagas. “A usina Farroupilha proporcionará um aumento da confiabilidade do sistema de abastecimento de energia elétrica do Rio Grande do Sul, indo ao encontro do contexto de transição energética do Estado, que propõe a geração de energia segura e necessária em complementação a fontes como a eólica e a solar”, destaca Chagas.

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