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ENERGIA

- Publicada em 31 de Outubro de 2023 às 01:25

Eleição não atrapalhará integração energética

Gás proveniente da reserva de Vaca Muerta pode entrar no País através da cidade de Uruguaiana

Gás proveniente da reserva de Vaca Muerta pode entrar no País através da cidade de Uruguaiana


/GOVERNO DA ARGENTINA/DIVULGAÇÃO/JC
Com a votação do segundo turno das eleições argentinas se aproximando, dia 19 de novembro, logo será conhecido o novo presidente do país vizinho: o peronista e atual ministro da Economia, Sergio Massa, ou o candidato da coalizão A Liberdade Avança, o ultradireitista Javier Milei. Apesar de perfis distintos, a expectativa é de que prosseguirão as tratativas com o Brasil para o fornecimento de gás de folhelho (também conhecido como gás de xisto) da jazida de Vaca Muerta, independentemente de quem vencer o pleito.
Com a votação do segundo turno das eleições argentinas se aproximando, dia 19 de novembro, logo será conhecido o novo presidente do país vizinho: o peronista e atual ministro da Economia, Sergio Massa, ou o candidato da coalizão A Liberdade Avança, o ultradireitista Javier Milei. Apesar de perfis distintos, a expectativa é de que prosseguirão as tratativas com o Brasil para o fornecimento de gás de folhelho (também conhecido como gás de xisto) da jazida de Vaca Muerta, independentemente de quem vencer o pleito.
 O diretor da MaxiQuim Assessoria de Mercado, João Luiz Zuñeda, salienta que se trata de um assunto político-econômico e que os investimentos deverão sair, mesmo que, no caso de vitória de Milei, eventualmente o diálogo com o governo brasileiro se torne mais difícil. Ele ressalta que o Brasil apresenta uma grande demanda por gás e, por outro lado, a Argentina possui uma enorme oferta.
O consultor detalha que a Argentina tem uma capacidade para produzir cerca de 150 milhões de metros cúbicos diários de gás e metade desse potencial é proveniente de Vaca Muerta. De acordo com o diretor da MaxiQuim, a produção de petróleo e gás está crescendo na Argentina, o que significa que os aportes estão acontecendo. "A chave da questão é como investir mais e mais rápido, porque não se pode esquecer que estamos falando de matéria-prima vinculada ao carbono e o mundo quer descarbonizar", alerta.
Mesmo com essa perspectiva de o planeta tentar diminuir o uso das fontes fósseis, a Argentina já informou que pretende fornecer para o Chile, antes do final de 2024, até 5 milhões de metros cúbicos diários de gás, no inverno, e mais cerca de 9 milhões de metros cúbicos ao dia, entre os meses de outubro e dezembro. Para Zuñeda, a parceria entre essas duas nações não significa que "faltará" gás para o mercado brasileiro, que é atrativo por causa do seu tamanho. "Vamos comparar com uma loja de carros, tem um cliente que compra um automóvel e outro que adquire uma frota inteira, o Chile é o que compra um veículo e o Brasil é o que quer a frota", exemplifica o consultor.
Para o Rio Grande do Sul, o gás argentino também desperta interesse, pois uma das possibilidades é de o combustível entrar no País por Uruguaiana. Esse foi um dos tópicos que foram discutidos durante a missão liderada pelo governador gaúcho, Eduardo Leite, à nação vizinha, em julho. O líder do governo do Estado na Assembleia Legislativa, deputado Frederico Antunes (PP), frisa que o gás argentino somente possui duas opções lógicas para chegar ao Brasil: pela fronteira com o Rio Grande do Sul, através de Uruguaiana, ou entrando primeiramente pela Bolívia, para depois alcançar a região de Mato Grosso do Sul.
O parlamentar reforça ainda que o maior consumidor de gás nas proximidades é o Brasil. "E eles (argentinos) precisam exportar esse gás para melhorar suas condições econômicas", aponta Antunes. O deputado lembra que a Argentina pode decidir exportar o combustível como gás natural liquefeito (GNL), por navios, e atingir destinos mais distantes do que a América do Sul, porém isso significa maiores custos logísticos do que a ligação por gasodutos com nações que ficam mais perto.
Segundo o parlamentar, passada a disputa eleitoral entre Massa e Milei, a questão de um acordo quanto à integração energética entre Argentina e Brasil se tornará mais célere. "Eu acho que isso deverá ser a prioridade para quem ganhar as eleições", conclui Antunes.