O teletrabalho teve a adesão de 7,4 milhões no Brasil no ano passado, de forma habitual ou ocasional, o que representa 7,7% do total de ocupados que não estavam afastados do trabalho (96,7 milhões). Os dados são do módulo inédito Teletrabalho e trabalho por meio de plataformas digitais 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgado nesta quarta-feira (25) pelo IBGE.
Segundo a classificação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) utilizada pela pesquisa, o teletrabalho é um tipo de trabalho remoto realizado em um local alternativo, que pode ser o próprio domicílio ou outro espaço, com a utilização de equipamentos de tecnologia da informação e comunicação (TIC), como computadores, telefones e tablets para realizar as tarefas do trabalho. A publicação estimou em 9,5 milhões o número de pessoas que exerceram trabalho remoto no período de referência, o que representava 9,8% do total de ocupados que não estavam afastados do trabalho. A partir desses dados é possível observar que, em 2022, havia 2,1 milhões que estavam em trabalho remoto, mas não estavam em teletrabalho, pois não usavam equipamentos de TIC para realizar as tarefas laborais.
“Para ser considerado trabalho remoto, é preciso que o trabalho seja realizado em ambiente alternativo ao local padrão de trabalho, ou seja, em local diferente daquele em que tipicamente se esperaria que fosse executado, considerando tanto a ocupação exercida pela pessoa quanto a sua posição na ocupação. Vamos supor que uma pessoa trabalhe por conta própria, em sua casa, na produção de pães e bolos para vender. Como o próprio domicílio é o lugar de funcionamento de seu negócio, para essa pessoa, trabalhar no domicílio não é considerado trabalho remoto. Já o teletrabalho é uma subcategoria do trabalho remoto, ocorrendo quando se utilizam equipamentos TIC para realizar as tarefas do trabalho”, explica Gustavo Fontes, analista da pesquisa.
O pesquisador afirma que a pandemia de Covid-19, com a necessidade do distanciamento social, impulsionou o teletrabalho, que continua sendo utilizado pelas empresas. “Mesmo com o arrefecimento da pandemia, com o fim da situação de emergência sanitária, percebemos que muitas pessoas seguem trabalhando nessa condição, pelo menos parcialmente”, aponta.
Cerca de 8,7% das mulheres ocupadas trabalharam nessa modalidade, contra 6,8% dos homens. As pessoas brancas (11,0%) também tinham percentuais muito superiores aos das pretas (5,2%) e pardas (4,8%). O grupo etário com a menor proporção de trabalhadores nessa situação era a dos adolescentes (14 a 17 anos), com 1,2%. Já o maior percentual ficou com o grupo de 25 a 39 anos, com 9,7%, acima da média nacional.
A pesquisa também investigou o teletrabalho por níveis de instrução. Apenas 0,6% dos ocupados que não tinham o Ensino Fundamental completo trabalhavam de forma remota, utilizando equipamentos de TIC. Entre os que tinham Ensino Fundamental completo ou Médio incompleto, esse percentual subiu para 1,3%. A maior proporção estava entre aqueles com Ensino Superior completo: 23,5% realizavam seu trabalho dessa forma pelo menos ocasionalmente.
“De todos os teletrabalhadores, quase 70% tinham Nível Superior. A proporção também era muito maior entre os profissionais das ciências e intelectuais, grupo que inclui, por exemplo, engenheiros, advogados, economistas, professores e diversos profissionais da área de TI, e entre as pessoas em cargos gerenciais e de direção. Esses tipos de ocupação tendem a ser mais favoráveis ao teletrabalho”, explica o analista.
Quando considerado o universo dos ocupados em teletrabalho, a maioria era homem (51,2%), enquanto 48,8% eram mulheres. Quase metade dos teletrabalhadores (49,6%) tinha de 25 a 39 anos de idade e 35,4% tinham de 40 a 59 anos. Somadas, essas faixas etárias respondiam por 85,0% do total. A ampla maioria (63,3%) dos ocupados que trabalhavam remotamente com equipamentos de TIC era branca (63,3%). A proporção de pretos e pardos era bem menor: 7,7% e 27,1%, respectivamente.
“Esses dados podem estar relacionados à inserção no mercado de trabalho, bem como ao nível de instrução. Sabemos que os cargos gerenciais e as ocupações de natureza científica ou intelectual têm predomínio de pessoas brancas. Isso pode explicar a diferença dessas taxas. É um reflexo da desigualdade no acesso à educação superior e às ocupações de maiores remunerações no país”, analisa Fontes.
O rendimento médio da população ocupada no país foi de R$2.714 em 2022, mas entre aqueles que realizaram pelo menos um dia de teletrabalho no período de referência, o rendimento era 2,4 vezes maior do que essa média: R$6.479. Já entre os não trabalharam desse modo, o rendimento era abaixo da média: R$2.398.
O analista da pesquisa ressalta que essa diferença não nasce necessariamente do uso do teletrabalho. “É uma correlação com o tipo de ocupação que favorece essa modalidade de trabalho, que tende a pagar salários mais altos. É o caso, por exemplo, daquelas ocupações com maiores proporções de trabalhadores realizando o teletrabalho, como os gerentes e profissionais das ciências e intelectuais”, explica.
O rendimento médio de quem estava em teletrabalho foi maior no Centro-Oeste (R$7.255), enquanto no Nordeste foi registrado o menor: R$ 4.820,00. Em todas as regiões, a média de quem era teletrabalhador foi maior do que aqueles que não eram.
A pesquisa também investigou o tema em relação às horas trabalhadas. Nesse indicador, houve pouca diferença entre os que realizaram o teletrabalho e aqueles que não trabalharam dessa forma. A média de horas de trabalho por semana foi levemente maior entre os teletrabalhadores: 39,7 horas contra 39,3 de quem não trabalhou dessa forma. A média de horas trabalhadas do total de ocupados do país também foi de 39,3.
Segundo a classificação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) utilizada pela pesquisa, o teletrabalho é um tipo de trabalho remoto realizado em um local alternativo, que pode ser o próprio domicílio ou outro espaço, com a utilização de equipamentos de tecnologia da informação e comunicação (TIC), como computadores, telefones e tablets para realizar as tarefas do trabalho. A publicação estimou em 9,5 milhões o número de pessoas que exerceram trabalho remoto no período de referência, o que representava 9,8% do total de ocupados que não estavam afastados do trabalho. A partir desses dados é possível observar que, em 2022, havia 2,1 milhões que estavam em trabalho remoto, mas não estavam em teletrabalho, pois não usavam equipamentos de TIC para realizar as tarefas laborais.
“Para ser considerado trabalho remoto, é preciso que o trabalho seja realizado em ambiente alternativo ao local padrão de trabalho, ou seja, em local diferente daquele em que tipicamente se esperaria que fosse executado, considerando tanto a ocupação exercida pela pessoa quanto a sua posição na ocupação. Vamos supor que uma pessoa trabalhe por conta própria, em sua casa, na produção de pães e bolos para vender. Como o próprio domicílio é o lugar de funcionamento de seu negócio, para essa pessoa, trabalhar no domicílio não é considerado trabalho remoto. Já o teletrabalho é uma subcategoria do trabalho remoto, ocorrendo quando se utilizam equipamentos TIC para realizar as tarefas do trabalho”, explica Gustavo Fontes, analista da pesquisa.
O pesquisador afirma que a pandemia de Covid-19, com a necessidade do distanciamento social, impulsionou o teletrabalho, que continua sendo utilizado pelas empresas. “Mesmo com o arrefecimento da pandemia, com o fim da situação de emergência sanitária, percebemos que muitas pessoas seguem trabalhando nessa condição, pelo menos parcialmente”, aponta.
Cerca de 8,7% das mulheres ocupadas trabalharam nessa modalidade, contra 6,8% dos homens. As pessoas brancas (11,0%) também tinham percentuais muito superiores aos das pretas (5,2%) e pardas (4,8%). O grupo etário com a menor proporção de trabalhadores nessa situação era a dos adolescentes (14 a 17 anos), com 1,2%. Já o maior percentual ficou com o grupo de 25 a 39 anos, com 9,7%, acima da média nacional.
A pesquisa também investigou o teletrabalho por níveis de instrução. Apenas 0,6% dos ocupados que não tinham o Ensino Fundamental completo trabalhavam de forma remota, utilizando equipamentos de TIC. Entre os que tinham Ensino Fundamental completo ou Médio incompleto, esse percentual subiu para 1,3%. A maior proporção estava entre aqueles com Ensino Superior completo: 23,5% realizavam seu trabalho dessa forma pelo menos ocasionalmente.
“De todos os teletrabalhadores, quase 70% tinham Nível Superior. A proporção também era muito maior entre os profissionais das ciências e intelectuais, grupo que inclui, por exemplo, engenheiros, advogados, economistas, professores e diversos profissionais da área de TI, e entre as pessoas em cargos gerenciais e de direção. Esses tipos de ocupação tendem a ser mais favoráveis ao teletrabalho”, explica o analista.
Quando considerado o universo dos ocupados em teletrabalho, a maioria era homem (51,2%), enquanto 48,8% eram mulheres. Quase metade dos teletrabalhadores (49,6%) tinha de 25 a 39 anos de idade e 35,4% tinham de 40 a 59 anos. Somadas, essas faixas etárias respondiam por 85,0% do total. A ampla maioria (63,3%) dos ocupados que trabalhavam remotamente com equipamentos de TIC era branca (63,3%). A proporção de pretos e pardos era bem menor: 7,7% e 27,1%, respectivamente.
“Esses dados podem estar relacionados à inserção no mercado de trabalho, bem como ao nível de instrução. Sabemos que os cargos gerenciais e as ocupações de natureza científica ou intelectual têm predomínio de pessoas brancas. Isso pode explicar a diferença dessas taxas. É um reflexo da desigualdade no acesso à educação superior e às ocupações de maiores remunerações no país”, analisa Fontes.
O rendimento médio da população ocupada no país foi de R$2.714 em 2022, mas entre aqueles que realizaram pelo menos um dia de teletrabalho no período de referência, o rendimento era 2,4 vezes maior do que essa média: R$6.479. Já entre os não trabalharam desse modo, o rendimento era abaixo da média: R$2.398.
O analista da pesquisa ressalta que essa diferença não nasce necessariamente do uso do teletrabalho. “É uma correlação com o tipo de ocupação que favorece essa modalidade de trabalho, que tende a pagar salários mais altos. É o caso, por exemplo, daquelas ocupações com maiores proporções de trabalhadores realizando o teletrabalho, como os gerentes e profissionais das ciências e intelectuais”, explica.
O rendimento médio de quem estava em teletrabalho foi maior no Centro-Oeste (R$7.255), enquanto no Nordeste foi registrado o menor: R$ 4.820,00. Em todas as regiões, a média de quem era teletrabalhador foi maior do que aqueles que não eram.
A pesquisa também investigou o tema em relação às horas trabalhadas. Nesse indicador, houve pouca diferença entre os que realizaram o teletrabalho e aqueles que não trabalharam dessa forma. A média de horas de trabalho por semana foi levemente maior entre os teletrabalhadores: 39,7 horas contra 39,3 de quem não trabalhou dessa forma. A média de horas trabalhadas do total de ocupados do país também foi de 39,3.
Além do teletrabalho realizado em qualquer ambiente (a própria casa, outro domicílio ou outros espaços – sempre como um local alternativo ao trabalho), a pesquisa também trouxe dados de quando a função era exercida no próprio domicílio do trabalhador. Cerca de 15,6% do total de ocupados que não estavam afastados trabalharam no próprio domicílio em 2022. Aqueles que realizam trabalho remoto em casa somaram 8,7 milhões, o que representava 9,0% desse total de ocupados. Por ser um recorte dentro desse tipo de trabalho, o teletrabalho apresentou um percentual menor: 7,3% dos ocupados, ou 7 milhões de pessoas. Isso significa que 94,8% dos ocupados que realizaram teletrabalho o fizeram na própria casa.
Como o acesso à internet é essencial para a realização do teletrabalho, esse dado também foi avaliado pelos pesquisadores. Quase metade (49,6%) dos domicílios do total de ocupados tinha computador e Internet. Quando considerados apenas os teletrabalhadores, essa proporção sobe para 91,2%. Menos de 9% deles não tinham computador, mas acessavam a Internet em casa. Quase todos os teletrabalhadores (99,8%) tinham acesso à Internet no próprio domicílio.


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