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CENÁRIO

- Publicada em 25 de Outubro de 2023 às 21:09

Construção civil tem previsão de crescimento de 1,5%

O novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a retomada do Minha Casa, Minha Vida são citados como projetos capazes de gerar investimentos robustos em todo o Brasil

O novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a retomada do Minha Casa, Minha Vida são citados como projetos capazes de gerar investimentos robustos em todo o Brasil


/EVANDRO OLIVEIRA/JC
Após crescimento nacional de 6,9% no ano passado, a construção civil representa 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e 17,7% do PIB do setor industrial. A alta registrada em 2022 ocorre depois de o segmento crescer 10% em 2021. Para este ano, as expectativas são de mais estabilidade: a Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê alta de 1,5%.
Após crescimento nacional de 6,9% no ano passado, a construção civil representa 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e 17,7% do PIB do setor industrial. A alta registrada em 2022 ocorre depois de o segmento crescer 10% em 2021. Para este ano, as expectativas são de mais estabilidade: a Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê alta de 1,5%.
"A construção civil vem de alguns bons anos, principalmente no pós-pandemia. Viemos de oito semestres seguidos de crescimento no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Se olharmos, também, o PIB da construção civil nos últimos dois anos, ele cresceu cerca de 17%, quase o dobro do PIB da economia nacional", afirma o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon-RS), Cláudio Teitelbaum.
O Sinduscon, aliás, atua em 350 municípios gaúchos, possui 8 mil empresas filiadas, que geram 800 mil empregos diretos e indiretos. No Brasil, o setor somou mais de 190 mil novos postos de trabalho formais em 2022, uma das melhores performances do mercado.
O presidente explica que é natural esta previsão de crescimento mais estável em momentos posteriores a ciclos de alta no setor. "Entendemos que se não tivermos pequeno crescimento, pelo menos uma estabilidade no próximo ciclo da construção civil a gente terá", diz Teitelbaum. Ele destaca programas nacionais anunciados pelo governo Lula que preveem aquecimento no setor, como o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a retomada do Minha Casa, Minha Vida.
"São duas áreas do setor que estavam um pouco adormecidas nos últimos ciclos e que vão voltar a receber robustos investimentos, segundo o anunciado", afirma o presidente do Sinduscon-RS.
O PAC prevê investimentos de R$ 1,7 trilhão em obras e serviços no Brasil em quatro anos. Além desses projetos, programas de Habitação de Interesse Social podem movimentar o mercado imobiliário, tendo em vista que este segmento historicamente já teve uma participação de 60% na média nacional.
Apesar deste cenário de expectativas positivas para a construção civil, alguns fatores preocupam o setor. Em 2023, a habitação foi prejudicada pela elevada taxa de juros brasileira (veja mais na página 3) - atualmente em 12,75% -, resultando na saída de investidores da caderneta de poupança. O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) perdeu, de janeiro a setembro deste ano, R$ 72 bilhões. A poupança representa parte significativa dos investimentos em construção civil e, quando em baixa, prejudica o segmento.
Mesmo com esses desafios, o setor segue otimista para redução da taxa Selic ainda neste ano. Em um cenário de desaceleração da inflação, a CNI projeta que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) fará mais dois cortes de 0,5 ponto percentual nas duas reuniões restantes do comitê no ano, o que pode resultar em uma taxa de juros a 11,75% ao ano no final de 2023.