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TECNOLOGIA

- Publicada em 14 de Setembro de 2023 às 08:09

Gigantes da tecnologia se reúnem em Washington para discutir IA

Elon Musk foi um dos participantes do fórum sobre IA no Capitólio, em Washington

Elon Musk foi um dos participantes do fórum sobre IA no Capitólio, em Washington


MANDEL NGAN/AFP/JC
Embora estejam surgindo projetos de regulação a respeito da Inteligência Artificial (IA) nos Estados Unidos, uma lei ainda não foi criada para controlar ou até incentivar as invenções tecnológicas em solo norte-americano. Representantes das gigantes do setor se reuniram no Capitólio, em Washington, para tratar do assunto nesta quarta-feira (13).
Embora estejam surgindo projetos de regulação a respeito da Inteligência Artificial (IA) nos Estados Unidos, uma lei ainda não foi criada para controlar ou até incentivar as invenções tecnológicas em solo norte-americano. Representantes das gigantes do setor se reuniram no Capitólio, em Washington, para tratar do assunto nesta quarta-feira (13).
Entre os 20 convidados, estavam Elon Musk (da Tesla e do antigo Twitter, atual X), Mark Zuckerberg (da Meta) e Bill Gates (fundador da Microsoft). O encontro deve impulsionar o Senado a pensar de forma mais apressada sobre o que fazer com a IA.
Enquanto isso, a União Europeia (UE) e a China despontam com suas próprias regulações. A tendência é que os Estados Unidos tenham que seguir o que for decidido na Europa, que lidera o tema, para evitar fricção com as empresas.
"As regulações não podem ser muito diferentes, senão as companhias de tecnologia irão reclamar", avalia Shabbi Khan, advogado especialista em IA, do escritório Foley & Lardner, instalado em Boston. Ele acredita, aliás, que a IA "tem potencial de ser catastrófica ao impactar tantas indústrias".
"Essencialmente, o emprego de todo mundo está em risco", acrescenta. O advogado revela que a demanda dos clientes para assuntos relacionados à IA cresceu tanto que o escritório poderia sobreviver apenas desses casos.
A professora de Políticas Públicas da Universidade de Michigan, próximo a Detroit, Shobita Parthasarathy, lembra que a IA não é um tópico recente, mas todo mundo começou a falar dela agora. "É algo que venho estudanto há muito tempo", sustenta.
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Shobita destaca que muitas pessoas são resistentes à IA, e, para ela, isso é algo bom. "Expertise técnica não significa sabedoria social. Precisamos dos resistentes para tornar a tecnologia melhor", interpreta. Até porque, segundo a pesquisadora, os especialistas em tecnologia vêm de contextos de privilégio, o que os afasta de algumas realidades.
Além da reunião em Washington, os gigantes da tecnologia assinaram uma carta com suas preocupações sobre a IA (veja abaixo) em março deste ano. Shobita, no entanto, alerta para a narrativa que esse grupo utiliza.
"Eles querem mostrar que a tecnologia é incontrolável e que não tem nada a ser feito contra isso", afirma. A professora deixa claro que é uma otimista sobre o assunto, embora realista.

O que diz a carta assinada pelos empreendedores

A carta dos gigantes da tecnologia foi divulgada neste ano, logo após o lançamento do ChatGPT-4. O texto cita os perigos da tecnologia. Confira alguns trechos abaixo:

"Os sistemas contemporâneos de IA estão se tornando competitivos em tarefas gerais, e devemos nos perguntar: devemos deixar que as máquinas inundem nossos canais de informação com propaganda e falsidade? Devemos automatizar todos os trabalhos, incluindo os satisfatórios? Deveríamos desenvolver mentes não-humanas que eventualmente nos superassem em número, fossem mais espertas, obsoletas e nos substituíssem? Devemos arriscar perder o controle de nossa civilização? Tais decisões não devem ser delegadas a líderes tecnológicos não eleitos. Sistemas poderosos de IA devem ser desenvolvidos apenas quando estivermos confiantes de que seus efeitos serão positivos e seus riscos serão administráveis.
Essa confiança deve ser bem justificada e aumentar com a magnitude dos efeitos potenciais de um sistema. A declaração recente da OpenAI sobre inteligência artificial geral afirma que 'Em algum momento, pode ser importante obter uma revisão independente antes de começar a treinar sistemas futuros e para os esforços mais avançados concordar em limitar a taxa de crescimento da computação usada para criar novos modelos'. Nós concordamos. Esse ponto é agora. Portanto, pedimos a todos os laboratórios de IA que parem imediatamente por pelo menos seis meses o treinamento de sistemas de IA mais poderosos que o GPT-4. Essa pausa deve ser pública e verificável e incluir todos os principais atores. Se tal pausa não puder ser decretada rapidamente, os governos devem intervir e instituir uma moratória."
Como foi o encontro no Capitólio
A reunião, organizada pelo senador Chuck Schumer, foi a portas fechadas. Esta é a primeira de nove comissões que devem dar origem ao rascunho da legislação sobre IA nos Estados Unidos. Além de Elon Musk, Mark Zuckerberg e Bill Gates, integraram o grupo os CEOs do Google, IBM, OpenAI e Nvidia. 
Após a reunião, o senador disse que foi um fórum muito produtivo. "Uma coisa nós sabemos: nosso trabalho está apenas começando. Não será fácil, mas a IA tem um potencial incrível e desafiador. Precisamos fazer tudo que pudermos para criar uma legislação que faça o mundo com a IA um lugar melhor", discursou. 
Curiosidade sobre o símbolo da capital norte-americana

Muito se fala em tecnologia no roteiro organizado pelo Departamento de Estado para os jornalistas conhecerem os projetos de Inteligência Artificial nos Estados Unidos. Há espaço também para curiosidades das cidades visitadas. Uma informação surpreendente: a Casa Branca, cuja construção foi concluída em 1800, é toda de madeira, embora revestida de granito.
O objetivo é mostrar que trata-se da residência de uma pessoa, e não um palácio, como na monarquia. Os arquitetos a fizeram de forma modesta para enfatizar que o presidente não é um rei.
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