Dando continuidade ao seu processo de enxugamento, buscando cortar os postos de combustíveis menos eficientes, a Ipiranga registrou no final do primeiro semestre deste ano um total de 6.281 estabelecimentos compondo sua rede. Ao término de 2022, o número era de 6.771 unidades e em 2021 o registro era de 7.104 revendedores.
“A gente vinha de anos difíceis, com o resultado abaixo do que a Ipiranga podia gerar”, comenta o CEO da companhia, Leonardo Linden. Essa racionalização das ações também atingiu as lojas de conveniência AmPm. No ano passado, foram 384 dessas operações fechadas, contra 141 inaugurações. O executivo argumenta que uma loja com vendas baixas pode não ser um problema para a Ipiranga a curto prazo, mas é uma dificuldade para o revendedor e pode também ser para a distribuidora, a médio prazo.
Linden frisa que há um plano de retomada de crescimento da Ipiranga que passa pela adoção de estratégias regionalizadas, para responder melhor à demanda do mercado, e resgate da relação com os revendedores e da marca. As dificuldades enfrentadas pela empresa, como a volatilidade dos preços dos derivados de petróleo, fizeram com que seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caísse.
De acordo com o CFO da Ultrapar (Grupo Ultra, que controla a Ipiranga), Rodrigo Pizzinatto, no primeiro semestre de 2023 o Ebitda da distribuidora foi de R$ 988 milhões e em igual período do ano passado foi de R$ 1,348 bilhão. Esse desempenho também contribuiu para que o resultado do Grupo Ultra como um todo diminuísse de R$ 2,344 bilhões, para R$ 1,957 bilhão no mesmo espaço de tempo.
Apesar disso, Pizzinatto enfatiza que a tendência é de uma recuperação da Ipiranga. Além dessa empresa, estão sob o guarda-chuva do Grupo Ultra as companhias Ultragaz (um dos principais players do mercado nacional de GLP) e a Ultracargo (de soluções logísticas). Segundo o CEO da Ultrapar, Marcos Lutz, uma das ideias futuras é avaliar em que áreas ligadas ao agronegócio, segmento que ele considera o mais resiliente da economia brasileira, as empresas do grupo poderão aumentar sua performance.
“E se formos falar de uma nova aquisição, negócios que tenham exposição ao agro serão mais bem-vistos no nosso olhar de hoje, o que não impede vermos outras coisas também”, assinala Lutz. Uma das expectativas é quanto ao crescimento do segmento de biocombustíveis. A estimativa é que a produção de soja no País (que pode ser utilizada na fabricação de biodiesel) e de milho (que pode ser aproveitado na cadeia do etanol) passe de 215,1 milhões de toneladas em 2018-2019 para 343,2 milhões de toneladas em 2030 -2031. Lutz, Pizzinatto e Linden participaram nesta terça-feira (5) do Ultra Day, evento que serve para repassar informações do grupo para investidores e analistas.


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