A mais recente empresa a confirmar interesse em construir parques eólicos na costa gaúcha é a Acciona Energia Brasil. A companhia ingressou com dois projetos offshore (no oceano) no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para conseguir o licenciamento ambiental e ir adiante com os empreendimentos Mares do Sul I e Mares do Sul II.
As iniciativas são “gêmeas”, sendo que cada uma prevê a instalação de 76 aerogeradores e cada equipamento com uma potência de 20 MW. As duas usinas somadas totalizarão 3.040 MW (o que corresponde a cerca de 31% da capacidade instalada de todas as fontes de energia no Rio Grande do Sul). As estruturas estão previstas para ficarem na costa de São José do Norte e Santa Vitória do Palmar.
Em média, o mercado estima em aproximadamente R$ 10 milhões o investimento necessário para implementar 1 MW eólico offshore. Dentro dessa perspectiva, o aporte da Acciona para tirar do papel os dois parques, com potência total, seria na ordem de R$ 30,4 bilhões. A Acciona tem origem espanhola e atua globalmente. Os negócios do grupo incluem energia renovável, tratamento e gestão de água, sistemas de transporte e mobilidade ecoeficientes, entre outras.
A empresa também protocolou processos de licenciamento ambiental para parques eólicos offshore no Rio de Janeiro e Ceará. Segundo o diretor País da filial brasileira da Acciona Energía, Herbert Laier, a abertura dos procedimentos reflete a estratégia de negócios e visão de longo prazo da companhia no mercado brasileiro. “Embora a regulação das eólicas offshore no Brasil ainda esteja pendente, a empresa, presente em mais de 20 países e com grande capacidade de investimento, quer estar preparada para futuras oportunidades a partir de um possível crescimento do setor offshore”, afirma o executivo.
No País desde 2021, quando solidificou sua presença no Brasil com a compra de projetos eólicos na região Nordeste, totalizando 1,2 mil MW de capacidade, a empresa planeja se tornar um player chave no processo de transição energética de longo prazo, combinando sua expertise em infraestrutura e energia, contribuindo para a descarbonização da economia. O interesse da Acciona, como os projetos de outros grupos, demonstra o excelente potencial do Rio Grande do Sul para a geração eólica offshore.
De acordo com dados do Ibama, registrados até 14 de julho deste ano, o Estado é a região do Brasil com mais empreendimentos desse tipo com pedidos de licenciamento no órgão ambiental: 24. Atrás dos gaúchos, estão os cearenses, com 23 complexos. Quanto à potência instalada, o Rio Grande do Sul é a região que concentra também o maior volume de capacidade: 61.719 MW. No País inteiro, já foram protocolados no Ibama 78 projetos offshore. Essas estruturas totalizam uma potência instalada de 189.068 MW. Além do Rio Grande do Sul e Ceará, há registro de iniciativas a serem desenvolvidas no Rio de Janeiro, Santa Catarina, Espírito Santo, Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte.


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