As oportunidades de negócios do Rio Grande do Sul com a Alemanha foram o tema da reunião-almoço da Câmara Brasil Alemanha no RS nesta quinta-feira (20). O evento, realizado no hotel Hilton Porto Alegre, teve como palestrante o governador Eduardo Leite, que destacou que o país europeu é estratégico no que se refere à cadeia de produção do hidrogênio verde, considerado o combustível do futuro neste momento de transição energética.
Leite destacou diferenciais do Rio Grande do Sul em relação a outros estados brasileiros que estão com projetos na área, casos de Ceará e Pernambuco. Enquanto as unidades da federação nordestinas são menos distantes da Europa, o Estado tem 84% da matriz energética de fontes renováveis e potencial para ampliar parques eólicos e solares.
Além disso, há vantagens logísticas com o Porto de Rio Grande, que já tem distrito industrial e fabricação de fertilizantes, sem falar na indústria metalmecânica gaúcha, importante para fornecer equipamentos. O governador ainda citou o estudo contratado com a consultoria McKinsey, que atestou a potencial competitividade de hidrogêncio verde no Rio Grande do Sul.
Outra vantagem do Estado são laços culturais com a Alemanha, em função da imigração, bem como da atuação de importantes empresas alemãs em solo gaúcho. Neste aspecto, Leite observou que as relações culturais e o intercâmbio são importantes para fortalecer a confiança, sendo também um fator decisivo na atração de investimento estrangeiro. O chefe do Executivo gaúcho destacou ainda a qualificação do capital humano no Estado.
“Nós temos muitas oportunidades aqui e elas podem também ser através de parcerias com cooperativas, universidades e empresas. Sem dúvida nenhuma, uma delas diz respeito à geração de energia limpa para Europa”, afirmou o governador, destacando a importância de aproveitar o momento de transição energética e “surfar na onda” da sustentabilidade e da necessidade de mudanças em busca da preservação do meio ambiente, além da busca da Europa por outras fontes de energia, em função da guerra da Rússia com a Ucrânia. Em sua palestra, Leite ainda fez um balanço de reformas, privatizações e medidas para melhorar a competitividade e desburocratizar a atividade econômica.
A reunião também marcou a despedida do cônsul-geral da Alemanha para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Milan Simandl, após três anos atuando no posto em solo gaúcho. O diplomata também apontou a importância da energia limpa como uma janela para os negócios com a Alemanha. E lembrou que o hidrogênio verde é um tema que está em pauta em todo o mundo.
O encontro ainda festejou os 68 anos da Câmara Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul, bem como a contagem regressiva para os festejos de 200 anos de imigração alemã no Estado. Este mês de julho marca os 199 anos, e uma comissão já trabalha há tempo na preparação dos festejos do bicentenário da Imigração Alemã no Brasil, em 2024.
“O Rio Grande do Sul é o estado brasileiro que primeiro criou uma comissão para marcar os 200 anos da imigração alemã. Eu sou muito feliz por ter a oportunidade de atuar para fortalecer os laços entre os dois países, principalmente, culturais e econômicos”, salientou o cônsul Simandl.
Depois da fala do cônsul e da palestra do governador, o presidente da Câmara Brasil Alemanha no Rio Grande do Sul, Cleomar Prunzel, mediou um bate-papo com perguntas a Leite, tratando de temas como reforma tributária, privatizações, competitividade e desburocratização, fabricação de carro elétrico e acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.


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