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ENTREVISTA

- Publicada em 14 de Julho de 2023 às 00:10

"A cadeia produtiva se movimenta em harmonia"

Suzana percebe que Porto Alegre é um exemplo de diálogo entre setor público e privado

Suzana percebe que Porto Alegre é um exemplo de diálogo entre setor público e privado


/TÂNIA MEINERZ/JC
"A cadeia produtiva se movimenta de forma harmoniosa." A avaliação é da presidente da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), Suzana Vellinho Englert, em relação às mudanças na gestão municipal, que, segundo ela, é "parceira do empreendedor" e sobre a atração de eventos de inovação e turismo à Capital. Nesta entrevista, a presidente da ACPA reflete, ainda, sobre as metas da associação, como a ampliação do número de associados, os desafios no empreendedorismo e as perspectivas econômicas para este ano. "É o momento das entidades se reunirem e propiciarem debates, conversas e diálogos com os empreendedores para saber como, efetivamente, o comércio do nosso município pode ser mais atuante e ir mais ao encontro das verdadeiras necessidades", diz.
"A cadeia produtiva se movimenta de forma harmoniosa." A avaliação é da presidente da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), Suzana Vellinho Englert, em relação às mudanças na gestão municipal, que, segundo ela, é "parceira do empreendedor" e sobre a atração de eventos de inovação e turismo à Capital. Nesta entrevista, a presidente da ACPA reflete, ainda, sobre as metas da associação, como a ampliação do número de associados, os desafios no empreendedorismo e as perspectivas econômicas para este ano. "É o momento das entidades se reunirem e propiciarem debates, conversas e diálogos com os empreendedores para saber como, efetivamente, o comércio do nosso município pode ser mais atuante e ir mais ao encontro das verdadeiras necessidades", diz.
Jornal do Comércio - Qual é a avaliação que a ACPA faz sobre o cenário econômico do ano de 2023 em relação ao ano passado?
Suzana Vellinho Englert - A transição entre 2022 e 2023 trouxe para o Brasil profundas mudanças no âmbito da política econômica. As mudanças vão ocorrendo no decorrer dos meses; e os dados a respeito da atual gestão federal se limitam a um histórico de quatro ou cinco meses nos quais há uma mistura de resultados derivados da gestão econômica liderada pelo ex-ministro Paulo Guedes, e do atual, Fernando Haddad. Mas em termos de perspectivas, há diretrizes bastante claras de que o atual Executivo federal tem a disposição política de aumentar a intervenção do estado na vida privada e nos negócios, seja por conta de impostos mais elevados e pela regulamentação mais intensa. Em 2022, tínhamos um contexto econômico ainda difícil, mas promissor em termos de perspectiva de investimentos do setor produtivo, é verdade, represado pelos juros elevados. Agora, em 2023, a Selic continua em patamares inviáveis, mas junto com isto temos um ambiente de maiores demandas por arrecadação de impostos, e isto gera maiores dificuldades para a multiplicação da riqueza no País.
JC - Quais são as metas da ACPA para 2023?
Suzana - Ao ser eleita como presidente da ACPA, junto com as diversas áreas da entidade, realizamos um trabalho de grupo em que foram definidas as nossas premissas. São elas: ampliar o quadro associativo, gerar novos negócios, fortalecer a sustentabilidade da entidade, incrementar relacionamentos empresariais e institucionais e aumentar a aproximação com micro e pequenos negócios.
JC - Quais são os projetos da entidade propostos para os seus associados este ano?
Suzana - Nossas ações são desenvolvidas pensando no médio, micro e pequenos empreendimentos, sem descuidar do grande também. Temos eventos consolidados: o MenuPOA e Bom Dia Associado, onde ambos abordam temas de interesse do nosso associado, dos empresários e pertinentes ao município de Porto Alegre. Estamos, ainda, cada vez mais trazendo para dentro da entidade o viés da inovação. Temos como norteador a busca por parcerias que possam agregar a troca de experiências, vivências, networking e conhecimento.
JC - O que desejam os associados da ACPA de modo geral?
Suzana - Querem network, qualificação, valoração e aproximação de suas marcas com a Associação Comercial. O NuME - Núcleo da Mulher Empreendedora, o mais antigo da entidade, proporciona essa conexão, assim como os eventos da entidade que geram relacionamento.
JC - Quais as ações realizadas pela ACPA para apoiar e valorizar os seus associados?
Suzana - O associado é sempre a figura central de nossas ações. Com esse viés, desenvolvemos a campanha "Meu Negócios Tem ACPA", em março desse ano. A ação tem como objetivo mostrar os negócios dos associados, que, em conjunto com a ACPA, crescem juntos. Temos convênios com instituições financeiras, que possuem linhas de crédito e benefícios exclusivos aos associados ACPA. Ainda na linha de benefícios, temos um conjunto de serviços como plano de saúde, previdência privada e demais serviços, que atendem aos associados, funcionários e familiares. Tão importante quanto os benefícios mencionados é a postura da entidade perante assuntos sensíveis e de extrema importância para o desenvolvimento do empreendedorismo. Através de um trabalho desenvolvido pela diretoria, estamos fortalecendo a nossa relação com o Executivo municipal para que o associado tenha um canal mais direto com os governantes. Dessa forma, temas como impostos, carga tributária e outros assuntos que interferem no desempenho dos negócios serão abordados de maneira mais efetiva pela ACPA.
JC - Qual tem sido o maior desafio dos associados este ano?
Suzana - O associado é o empresário que tem as mesmas dificuldades que a maioria de quem empreende: gerar receita para pagar suas obrigações e fazer uma reserva econômica. Mas entendo que o desafio está em recuperar o desequilíbrio gerado pela pandemia. As mudanças econômicas, novo governo e as incertezas do cenário político e econômico interferem de forma significativa no cotidiano do empreendedor. Outro fator é o mundo digital. Ainda é um campo desconhecido para muitas pessoas, tanto para o comerciante quanto para o seu público. Essa relação está sendo estabelecida na medida em que as necessidades vão surgindo e a pandemia mostrou isso. A Covid-19 acelerou o processo que muitos não estavam familiarizados, o do universo digital. Ainda existem barreiras a serem rompidas. Um elemento muito importante ganhou força nesse processo, a LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados. Neste sentido, criamos o NUDATA - Núcleo de Privacidade e Proteção de Dados por entendermos que o desafio aumentou na relação com o consumidor. Queremos nos relacionar, mas não podemos ultrapassar as barreiras da privacidade.
JC - A inovação tem se tornado cada vez mais uma questão dentro do comércio brasileiro. Que iniciativas observam nesse sentido?
Suzana - O mundo digital está presente para mostrar que existem outras formas de relacionamento. A Associação Comercial está atenta para qualificar o seu público para que ele esteja cada vez mais habilitado para esse mercado do digital, onde o online complementa com a prestação de serviços e o comércio de forma física.
JC - Porto Alegre se tornou um dos municípios mais favoráveis ao empreendedorismo no Brasil. O que acha que colaborou para isso?
Suzana - A atual gestão municipal vem trabalhando fortemente para a desburocratização dos processos que entravam o avanço do empreendedorismo. O movimento para trazer grandes eventos para Porto Alegre é um exemplo de que a gestão pública está investindo no potencial do empresariado local. A cadeia produtiva se movimenta de forma harmoniosa, liberações de alvarás em tempo recorde, impacto direto na cadeia hoteleira, restaurantes, entretenimento, comércio. Todos se beneficiam. Eventos como South Summit, a etapa Porto Alegre do Circuito Nacional de Skate, o Expo Churrasco - Festival Internacional do Churrasco, Maratona Internacional de Porto Alegre são exemplificações que demostram esta abertura da Capital para o mundo. A gestão municipal está sendo parceira do empreendedor.
JC - Como analisa a passagem de mais um Dia do Comércio?
Suzana - É o momento das entidades se reunirem e propiciarem debates, conversas e diálogos com os empreendedores para saber como, efetivamente, o comércio do nosso município pode ser mais atuante e ir mais ao encontro das verdadeiras necessidades.