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JC 90 anos

- Publicada em 25 de Maio de 2023 às 19:34

Agronegócio adota cautela em ano de dificuldades na economia

Bier comemora desempenho do setor de máquinas agrícolas no trimestre

Bier comemora desempenho do setor de máquinas agrícolas no trimestre


TÂNIA MEINERZ/JC
Os três anos com ocorrência de estiagem associados aos desdobramentos da guerra na Ucrânia e à crise social e econômica decorrente da pandemia de Covid-19 constroem um ambiente desafiador para o agronegócio gaúcho. O momento exige cautela, atenção e ajustes constantes para manter as contas no azul e atravessar a turbulência, mas sem tirar o foco dos objetivos.
Os três anos com ocorrência de estiagem associados aos desdobramentos da guerra na Ucrânia e à crise social e econômica decorrente da pandemia de Covid-19 constroem um ambiente desafiador para o agronegócio gaúcho. O momento exige cautela, atenção e ajustes constantes para manter as contas no azul e atravessar a turbulência, mas sem tirar o foco dos objetivos.
É assim que funciona a rotina da Cotrijal Cooperativa Agropecuária e Industrial, de Não Me-Toque, no Norte gaúcho. Atravessando um ano difícil, com insumos em alta, preços das commodities em baixa, juros elevados, crédito restrito e instabilidade política, a cooperativa, que faturou R$ 5,8 bilhões em 2022, revê seu planejamento. Corte de custos desnecessários e adiamento de projetos estão vigendo, preventivamente, ainda que a empresa esteja forte, sólida e segura, diz o presidente, Nei César Mânica.
O dirigente, porém, valoriza cenários de dificuldades como oportunidades de investimentos e de geração de novas alternativas de renda para seus mais de 16 mil associados. Para isso, acredita na qualificação de pessoas e na força da informação.
“Toda mídia é importante, porque nos traz oportunidades, apresenta as dificuldades e a realidade. O Jornal do Comércio é muito importante porque traz informações econômicas com credibilidade e apresenta cases de soluções e caminhos para melhorarmos nos nossos negócios”, disse Mânica, sobre os 90 anos do JC.
Presente ao evento, o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers), Claudio Bier, comemorou que as vendas do setor no primeiro trimestre do ano mantiveram o desempenho do período anterior. É que a estiagem castigou a safra de verão das lavouras gaúchas, mas não se espalhou por outras regiões brasileiras, onde a produção de grãos foi recorde em 2022.
“Tivemos uma supersafra nacional, impulsionada pela tecnologia embarcada nas máquinas que trabalham em novas fronteiras agrícolas. Embora o produtor gaúcho esteja com menos disponibilidade de recursos, o restante do País é comprador. E 65% das máquinas agrícolas são produzidas no Rio Grande do Sul”, analisou. O dirigente também exaltou a relação do agronegócio com o Jornal do Comércio. Segundo ele, o veículo faz uma cobertura eficiente do setor, porque conhece a importância do segmento para a economia do estado.
 

Santa Clara adota postura conservadora de gestão

Momento é de cautela em função das margens de lucro ajustadas, afirma Guerra

Momento é de cautela em função das margens de lucro ajustadas, afirma Guerra


EVANDRO OLIVEIRA/JC
Elogiada por produtores de leite por sua gestão eficiente e por manter uma relação transparente com os associados em um segmento onde os preços são tãoinstáveis, a Cooperativa Santa Clara, de Carlos Barbosa, adota postura conservadora e gestão profissionalizada para não errar na condução dos seus negócios. É momento de cautela, por conta da margem de lucro ajustada nas cadeias de laticínios e da suinocultura, disse na Fiergs o diretor administrativo e financeiro da empresa, Alexandre Guerra.
“Estamos agora verificando a redução dos preços do milho e da soja. Mas nossa atividade tem um ciclo de cinco a seis meses para se completar, e somente ao final é que se pode considerar a diminuição dos custos. Já o setor lácteo é muito dinâmico, com duas ‘safras’ por dia, com ordenhas pela manhã e à tarde. Com margens já pequenas, nos preocupam as importações de lácteos do Mercosul, em volumes até três vezes maiores que no ano passado”, observou.
Guerra pondera que o Brasil depende da produção interna de leite e derivados, mas o setor é penalizado com a pressão sobre os preços com a entrada de produtos de outros países. “Por outro lado, a população vive momento de menor poder aquisitivo. É preciso equalizar as taxas para que a economia possa girar. Enquanto isso, o caminho é buscar acelerar a inovação, buscar mais produtividade, maior escala, agregar valor aos produtos e fazer ajustes nos processos internos. É um trabalho que está na nossa rotina diária. Mas o governo poderia ajudar, controlando a importação excessiva e criando mecanismos de estímulo ao setor”.
Com 4,8 mil associados, 2,2 mil funcionários e uma produção média diária de 800 mil litros de leite, a Santa Clara faturou R$ 2,2 bilhões em 2022, tendo dividido um lucro de R$ 14 milhões aos sócios. Para este ano, o planejamento é de crescer 8%. Apesar das dificuldades, a empresa mantém o número como desafio.
Guerra avalia que Jornal do Comércio tem papel fundamental na economia, por executar uma cobertura que abrange todos os elos das cadeias produtivas. “A apropriação de informações mais precisas nos permite tomadas de decisão rápidas e definição de estratégias e operações do dia-a-dia”, concluiu o dirigente.