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Economia

Indústria

- Publicada em 13 de Abril de 2023 às 17:13

Exportações da indústria calçadista gaúcha caem no primeiro trimestre

A queda no volume de exportações observada no Estado reflete, a situação do setor em todo país

A queda no volume de exportações observada no Estado reflete, a situação do setor em todo país


DIEGO SOARES/TARENTTARE/DIVULGAÇÃO/CIDADE
Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que o Rio Grande do Sul segue sendo o estado que mais exporta calçados. Entretanto, no primeiro trimestre de 2023, as fábricas gaúchas exportaram 9,58 milhões de pares por US$ 139,94 milhões, quedas tanto em receita, -4%, quanto em volume, -11,2%, em relação ao mesmo intervalo de 2022.
Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que o Rio Grande do Sul segue sendo o estado que mais exporta calçados. Entretanto, no primeiro trimestre de 2023, as fábricas gaúchas exportaram 9,58 milhões de pares por US$ 139,94 milhões, quedas tanto em receita, -4%, quanto em volume, -11,2%, em relação ao mesmo intervalo de 2022.
A queda no volume de exportações observada no Estado reflete a situação do setor em todo país. De acordo com os dados da Abicalçados, entre janeiro e março, foram embarcados 38,44 milhões de pares ao exterior, registros 5,7% inferiores em volume ao mesmo período do ano passado. Apesar disso, houve aumento nas arrecadações, números 2,4% superiores em valores em relação ao primeiro trimestre de 2022. Segregando apenas o mês de março, as exportações somaram 11,67 milhões de pares e US$ 108,66 milhões, quedas tanto em volume, de -11,4%, quanto em valores, -2,6%, em relação a março de 2022.
O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que o mês de março já reflete o cenário de desaceleração econômica internacional, associado a elevadas taxas de inflação, o que compromete o crescimento de setores produtores de bens de consumo não essenciais. De acordo com Ferreira, ao mesmo tempo, é possível notar um acirramento da concorrência internacional, na medida em que a China retoma seu posicionamento após as restrições da política de Covid Zero.
Além das questões relacionadas a China, na avaliação do executivo, é necessário considerar queda do custo do frete internacional, hoje quase 80% abaixo do mesmo mês do ano anterior. Ferreira ressalta que as dificuldades com a elevação do frete fizeram, no ano passado, com que países geograficamente próximos ao Brasil buscassem o abastecimento aqui, em detrimento da Ásia.

Desaquecimento nos EUA
Outro fato destacado pelo dirigente é a queda das exportações para os Estados Unidos, principal destino do calçado brasileiro no exterior. Ele afirma que, como resultado da desaceleração internacional e do crescimento do nível de estoques no mercado, as importações totais de calçados dos Estados Unidos já sofreram redução de 21,5% em volume. Segundo o presidente da instituição, isso gera impacto direto nos embarques brasileiros.

No trimestre, o principal destino das exportações de calçados brasileiros foram os Estados Unidos. No período, os norte-americanos importaram 2,9 milhões de pares verde-amarelos, que geraram US$ 56,87 milhões, quedas tanto em volume (-51,5%) quanto em receita (-35,9%) em relação ao mesmo período do ano passado.

O segundo destino dos primeiros três meses foi a Argentina, que recebeu 3,23 milhões de pares por US$ 55,32 milhões, altas tanto em volume (+1,4%) quanto em receita (+52,8%) em relação ao mesmo período de 2022.

Com crescimento expressivo e ultrapassando a França na terceira posição, a Espanha figurou no ranking dos principais destinos do calçado brasileiro. No primeiro trimestre, foram embarcados para lá 5,75 milhões de pares, que geraram US$ 17,8 milhões, altas de 265,6% e 272,2%, respectivamente, ante o mesmo intervalo do ano passado.

Importações seguem em alta

As importações de calçados, diferentemente das exportações, seguem em tendência de alta. No primeiro trimestre, entraram no Brasil 9,9 milhões de pares por US$ 111,96 milhões, altas tanto em volume, de +11,4%, quanto em receita, de +27,4% em relação ao mesmo período de 2022. As principais origens seguem sendo os países asiáticos.
O primeiro deles é a China, que exportou para o Brasil, nos três meses, 5,64 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 16,22 milhões, alta de 12,3% em volume e queda de 2% em receita na relação com 2022. Na segunda posição apareceram os calçados importados do Vietnã. Nos três meses, entraram no Brasil 2,4 milhões de pares vietnamitas por US$ 55,58 milhões, altas tanto em volume, cujo aumento foi de +21,8%, quanto em receita, que teve alta de +43,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

Fechando o ranking das importações, apareceram os calçados da Indonésia. Nos três meses, o Brasil importou 846,27 mil pares de calçados daquele país, despendendo um total de US$ 17,3 milhões, altas de 13,3% e de 11,3%, respectivamente, no comparativo com o mesmo intervalo de 2022.

Alerta
Ferreira alerta que as importações de calçados chineses estão 51% superiores às importações do país asiático na média dos últimos sete anos. O executivo afirma que hoje, calçados chineses a preços menores do que US$ 2 chegam ao Brasil, o que aponta para prática de dumping. Para ele, o fato exige atenção especial do Governo Federal, pois coloca em risco a indústria nacional e os milhares de empregos gerados por ela.

Em partes de calçados - cabedais, palmilhas, solas, saltos etc - as importações do trimestre somaram US$ 7,15 milhões, 20,3% mais do que no mesmo período do ano passado. As principais origens foram China, Paraguai e Vietnã.