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Economia

- Publicada em 02 de Abril de 2023 às 17:44

Desemprego volta a subir e atinge 8,6%

Apesar da deterioração, o resultado ainda foi o mais baixo para esse período do ano desde fevereiro de 2015

Apesar da deterioração, o resultado ainda foi o mais baixo para esse período do ano desde fevereiro de 2015


Marcelo Camargo/Agência Brasil/JC
A taxa de desemprego no País subiu de 8,4% no trimestre terminado em janeiro para 8,6% no trimestre até fevereiro, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Apesar da deterioração, o resultado ainda foi o mais baixo para esse período do ano desde fevereiro de 2015, quando estava em 7,5%."Daqui para a frente, devemos ver uma trajetória de lenta elevação da taxa de desemprego. Nossa expectativa é de que a taxa ajustada sazonalmente encerre 2023 perto de 9%, podendo ficar um pouco abaixo disso. Para 2024, nossa projeção é de que a taxa evolua para 9,5%", previu Claudia Moreno, economista do C6 Bank, em comentário.Passado o período de excepcionalidade dos anos de pandemia de covid-19, o avanço da taxa de desemprego mostra um retorno do mercado de trabalho ao padrão de sazonalidade, mas é possível que haja também em algumas atividades influência do desaquecimento econômico, avaliou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.No trimestre encerrado em fevereiro de 2023, 1,571 milhão de pessoas perderam o trabalho, enquanto 483 mil passaram a buscar uma vaga, fazendo o contingente de desempregados subir a 9,224 milhões.Embora tenha havido aumento na procura por trabalho, a migração de 1,473 milhão de pessoas para a inatividade em apenas um trimestre impediu um avanço ainda maior na taxa de desemprego. Com o enxugamento das vagas existentes, não fosse um aumento da inatividade, "certamente a população desocupada teria sido maior", confirmou Beringuy."Se há pessoas que vão para fora da força, elas deixam de pressionar o mercado de trabalho", confirmou a coordenadora do IBGE.A população inativa - pessoas em idade de trabalhar que nem trabalham nem buscam emprego - está maior em 4,7 milhões de pessoas em relação ao nível pré-pandemia, lembrou o economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores. "Se a gente estivesse com a taxa de participação de 2019, o desemprego, com ajuste sazonal, estaria em 11%, por isso, a taxa de desemprego não conta toda a história", disse Imaizumi.Para o economista da LCA, a redução no número de pessoas participando do mercado de trabalho pode ter relação com o desenho do programa Auxílio Brasil, em 2022, que foi pouco criterioso na distribuição dos benefícios. "Vimos esse aumento forte das famílias unicelulares, o que fez com que uma mesma família recebesse mais de um auxílio", observou Imaizumi.A redução na população trabalhando foi puxada majoritariamente pela formalidade no trimestre terminado em fevereiro de 2023. Entre o 1,571 milhão de pessoas que deixaram de trabalhar, 596 mil atuavam como informais, o restante tinha ocupação formal.A queda no emprego formal foi puxada pelo setor público, mas as demissões ocorridas na indústria também ajudaram a desacelerar a geração de vagas no setor privado. 
A taxa de desemprego no País subiu de 8,4% no trimestre terminado em janeiro para 8,6% no trimestre até fevereiro, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar da deterioração, o resultado ainda foi o mais baixo para esse período do ano desde fevereiro de 2015, quando estava em 7,5%.

"Daqui para a frente, devemos ver uma trajetória de lenta elevação da taxa de desemprego. Nossa expectativa é de que a taxa ajustada sazonalmente encerre 2023 perto de 9%, podendo ficar um pouco abaixo disso. Para 2024, nossa projeção é de que a taxa evolua para 9,5%", previu Claudia Moreno, economista do C6 Bank, em comentário.

Passado o período de excepcionalidade dos anos de pandemia de covid-19, o avanço da taxa de desemprego mostra um retorno do mercado de trabalho ao padrão de sazonalidade, mas é possível que haja também em algumas atividades influência do desaquecimento econômico, avaliou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

No trimestre encerrado em fevereiro de 2023, 1,571 milhão de pessoas perderam o trabalho, enquanto 483 mil passaram a buscar uma vaga, fazendo o contingente de desempregados subir a 9,224 milhões.

Embora tenha havido aumento na procura por trabalho, a migração de 1,473 milhão de pessoas para a inatividade em apenas um trimestre impediu um avanço ainda maior na taxa de desemprego. Com o enxugamento das vagas existentes, não fosse um aumento da inatividade, "certamente a população desocupada teria sido maior", confirmou Beringuy.

"Se há pessoas que vão para fora da força, elas deixam de pressionar o mercado de trabalho", confirmou a coordenadora do IBGE.

A população inativa - pessoas em idade de trabalhar que nem trabalham nem buscam emprego - está maior em 4,7 milhões de pessoas em relação ao nível pré-pandemia, lembrou o economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores. "Se a gente estivesse com a taxa de participação de 2019, o desemprego, com ajuste sazonal, estaria em 11%, por isso, a taxa de desemprego não conta toda a história", disse Imaizumi.

Para o economista da LCA, a redução no número de pessoas participando do mercado de trabalho pode ter relação com o desenho do programa Auxílio Brasil, em 2022, que foi pouco criterioso na distribuição dos benefícios. "Vimos esse aumento forte das famílias unicelulares, o que fez com que uma mesma família recebesse mais de um auxílio", observou Imaizumi.

A redução na população trabalhando foi puxada majoritariamente pela formalidade no trimestre terminado em fevereiro de 2023. Entre o 1,571 milhão de pessoas que deixaram de trabalhar, 596 mil atuavam como informais, o restante tinha ocupação formal.

A queda no emprego formal foi puxada pelo setor público, mas as demissões ocorridas na indústria também ajudaram a desacelerar a geração de vagas no setor privado.