Quem passou em um posto de gasolina de Porto Alegre para reabastecer nesta quarta-feira (1) sentiu no bolso o resultado da retomada da cobrança de tributos sobre a gasolina e o etanol após o anuncio feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira (28). A reportagem do Jornal do Comércio circulou por alguns postos na tarde desta quarta-feira para conferir como foi o aumento nas bombas. Em um dos locais, a gasolina aumentou R$ 0,62 por litro, chegando a R$ 5,74.
Na avenida Ipiranga, perto do shopping Praia de Belas, um estabelecimento que na terça-feira cobrava R$ 5,12 pelo litro do insumo, agora está faturando R$ 5,74, um aumento de R$ 0,62 por litro, o maior registrado pela reportagem ao circular por ruas centrais da Capital. "Eu estou indignado, é uma afronta à população, acho que todo mundo deveria parar e protestar", disse o empresário gramadense Ronaldo Pozzobon. "Se aqui está esse valor, imagina na minha cidade. Pode chegar a R$ 1 a mais", reclamou.
A poucos metros dali, na esquina da Ipiranga com a Érico Veríssimo, os preços praticados eram um pouco mais baixos. O preço da gasolina comum estava em R$ 4,99 na terça-feira (28) e estava em R$ 5,49 na tarde desta quarta. "Tem que pesquisar, mas não está variando tanto de um posto para outro. É ruim, mas já era esperado, chegamos a pagar R$ 7", ponderou o motorista de aplicativo Eduardo Amorim. Já a administradora Mariana Cardoso também ficou indignada, mesmo pagando mais barato que o primeiro entrevistado pela reportagem. "Pesa no bolso do trabalhador, já começo a repensar utilizar o carro todos os dias", contextualizou.
No bairro Santana, o frentista Adão Ávila afirmou que os clientes também estavam reclamando do valor. Por volta das 16h, o local estava vazio. "Sempre acontece, principalmente nesses aumentos repentinos. Sempre tem choro", brincou. Ele contou, ainda, que o posto estava recebendo a gasolina a R$ 4,50 e que agora estão recebendo a R$ 5. A gasolina no posto estava R$ 4,89 por litro na terça-feira e, nesta quarta, já está R$ 5,39.
Os tributos sobre diesel, biodiesel e gás de cozinha permanecem zerados até o fim deste ano, como já havia sido previsto em MP (Medida Provisória) assinada por Lula em 1 de janeiro.