O Ibovespa balançou em ambas as direções ao sabor do grau de inclinação em Petrobras (ON -4,39%, PN -3,48%, ambas nas mínimas da sessão no fechamento) e encerrou o dia no menor nível desde 3 de janeiro, abaixo dos 105 mil pontos. Até as aguardadas explicações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a reoneração dos combustíveis - que se fizeram acompanhar de mais pressão sobre o BC e o nível da Selic, na coletiva deste fim de tarde, e também na Petrobras, da qual se exigiu "mais transparência" -, o Ibovespa mostrava leves perdas, até 0,47%, quase no encerramento do dia.
Ao fim, a referência da B3 sinalizava piso da sessão no fechamento, em baixa de 0,74%, aos 104.931,93 pontos, saindo de máxima, mais cedo, aos 106.793,71 e de abertura aos 105.705,79 pontos. O giro, que se mantinha bem moderado como nas últimas sessões, fortaleceu-se no fechamento, aos R$ 29,7 bilhões. Em fevereiro, o Ibovespa teve perda de 7,49%, no que foi seu pior desempenho desde junho passado (-11,50%). Em janeiro, o índice tinha subido 3,37%. No ano, recua agora 4,38%.
O anúncio de redução, a partir desta quarta-feira (1), nos preços da gasolina e do diesel já afetava o humor dos investidores, antes de Haddad. Mais cedo, por outro lado, as ações de Petrobras reagiam positivamente à divulgação de indicações de candidatos a membros do conselho de administração da empresa, parte dos quais com perfil técnico, o que agradou ao mercado, observa Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos. O sinal trazia então um viés mais favorável para a política de preços da estatal, no momento da reoneração dos combustíveis e das tratativas sobre a criação de um "colchão" para estabilização de preços.
Na ponta do Ibovespa nesta última sessão do mês, destaque para Embraer ( 3,17%), Suzano ( 3,02%), Dexco ( 2,68%) e Klabin ( 2,37%), com PetroRio (-9,04%), Pão de Açúcar (-7,17%), CVC (-7,06%) e 3R Petroleum (-6,97%) no canto oposto. Entre as blue chips, Vale (ON 0,33%) e Gerdau PN ( 1,52%) avançaram na sessão, apesar do sinal ainda negativo para o minério de ferro na China.
Após uma manhã de instabilidade e trocas constantes de sinal, o dólar à vista ganhou fôlego ao longo da tarde e encerrou a sessão cotado a R$ 5,2250, em alta de 0,34%, na contramão da tendência de baixa da moeda americana frente a divisas emergentes pares do real.
No mês, o dólar acumulou uma valorização de 2,92%.