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Combustíveis

- Publicada em 28 de Fevereiro de 2023 às 12:03

Postos de Porto Alegre têm movimento calmo um dia antes da reoneração dos combustíveis

As entidades representativas do setor se dizem precupadas com as incertezas quanto aos impactos da medida

As entidades representativas do setor se dizem precupadas com as incertezas quanto aos impactos da medida


LUIZA PRADO/JC
Maria Amélia Vargas
Na véspera da desoneração dos impostos sobre a gasolina e álcool, o movimento dos postos de Porto Alegre seguiu tranquilo na manhã desta terça-feira (28). Apesar da incerteza sobre os reais aumentos nos valores, a estimativa do governo federal é arrecadar cerca de R$ 28,8 bilhões neste ano com o encerramento do prazo da isenção do PIS/Cofins para esses combustíveis. As entidades representativas do setor se dizem preocupadas quanto aos impactos da medida.
Na véspera da desoneração dos impostos sobre a gasolina e álcool, o movimento dos postos de Porto Alegre seguiu tranquilo na manhã desta terça-feira (28). Apesar da incerteza sobre os reais aumentos nos valores, a estimativa do governo federal é arrecadar cerca de R$ 28,8 bilhões neste ano com o encerramento do prazo da isenção do PIS/Cofins para esses combustíveis. As entidades representativas do setor se dizem preocupadas quanto aos impactos da medida.
A Sulpetro – entidade que representa os postos de combustíveis do Rio Grande do Sul – afirma estar apreensiva com a iminente alta nos preços e com a falta do produto no mercado. Somado a isso, o presidente da entidade, João Carlos Dal’Aqua, destaca que revendedores de diferentes regiões do Estado já vinham se queixando, especialmente os “bandeira branca” (independente), sobre o aumento no valor da gasolina entre R$ 0,15 e até R$ 0,30 por litro do produto, por parte das distribuidoras.
“Entre os argumentos das companhias para este acréscimo, estão a elevação do etanol do anidro e do frete. Este último em função da manutenção programada da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) que, com isso, diminuiu a produção de gasolina, obrigando as distribuidoras a trazerem o produto de outros Estados”, relata o dirigente.
Em nota, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) apoia a desoneração “como medida alternativa para conter altas bruscas de preços e para o controle da inflação”. A entidade entende que o processo de redução de preços passa pelo fim da “equivocada” política de preços de paridade de importação (PPI). Entretanto, o coordenador-geral da Federação, Deyvid Bacelar avalia ser crucial a necessidade de reformulação do PPI, “adotada em 2016 pelo governo Temer e mantida por Bolsonaro”.
Uma das alternativas em análise pelo governo federal é prorrogar a desoneração por um prazo curto, o que daria mais tempo para a Petrobras fazer as mudanças necessárias na sua política de preços e acompanhar a evolução do mercado. De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a Petrobras pode usar um “colchão” para absorver parte da reoneração da gasolina, ajudar a conter o preço final ao consumidor e respeitar o PPI. Esta sobra, segundo ele, ocorre porque a gasolina no Brasil atualmente está acima do preço médio internacional, “o que dá gordura à estatal para amortecer parte do aumento de preços nos postos”.
As filas pequenas nos pontos de venda de combustíveis da Capital, no entanto, denotam que a população em geral ainda não se alertou para o provável reajuste nas bombas de combustíveis a partir desta quarta-feira (1). Entre as poucas pessoas que saíram de casa dispostos a se preparar para garantir o tanque cheio antes de os preços subirem, está o motorista particular Adriano Lopes, de 43 anos. “Escutando as emissoras de TV e rádio nesta manhã, fiquei sabendo do aumento de preços previsto para amanhã, então vim me garantir”.
Já a engenheira agrônoma Marinês Bock, 50 anos, admitiu que não foi abastecer pensando na desoneração. Mas, para ela, a isenção proposta pelo governo anterior foi “uma irresponsabilidade, pois dessa forma não é possível que se sustente”. Na sua opinião, o País precisa desses valores na saúde, no SUS, na educação pública, entre outros. “Obviamente não queremos aumentos, mas necessitamos dos impostos para se fazer uma boa gestão pública, desde que utilizados da melhor maneira”, interpreta a consumidora.
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