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Energia

- Publicada em 18 de Janeiro de 2023 às 17:38

Planta de biometano em Minas do Leão prevê operação para 2024

Combustível será obtido a partir de biogás oriundo de aterro local

Combustível será obtido a partir de biogás oriundo de aterro local


JONATHAN HECKLER/JC
Se tudo transcorrer dentro do previsto, o município de Minas do Leão passará a contar com a operação de uma unidade de biometano (combustível que se origina a partir de resíduos orgânicos e que pode ser usado como substituto do gás natural de origem fóssil) a partir do primeiro semestre de 2024. O complexo é projetado para uma capacidade de produção de 66 mil metros cúbicos do biocombustível ao dia e deve significar um investimento de cerca de R$ 100 milhões.Além desse empreendimento, a Biometano Sul, responsável pela iniciativa, planeja outra planta para gerar 34 mil metros cúbicos diários do biocombustível, em São Leopoldo, que deve representar o aporte de aproximadamente R$ 70 milhões. Essa última estrutura não tem uma data definida para o começo das atividades. Somadas as potências das duas unidades, se o biometano fosse engarrafado, seria possível encher mais de 17,5 mil botijões de 13 quilos por dia.A Biometano Sul é constituída por sócios da Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), que possui um aterro sanitário em Minas do Leão. Desse espaço provém o biogás gerado pelos resíduos ali depositados que a Biotérmica (empresa do mesmo grupo) transforma em energia elétrica. Agora, com a Biometano Sul, será dado um novo passo nessa cadeia, purificando o biogás para transformá-lo em biometano e possibilitando o seu aproveitamento como combustível para o segmento de transportes, uso industrial, entre outros. O aterro recebe hoje aproximadamente 3,5 mil toneladas de resíduos diariamente.O diretor-presidente da CRVR/Biotérmica/Biometano Sul, Leomyr Girondi, adianta que está sendo negociado um acordo de venda da futura produção de biometano com a distribuidora gaúcha Sulgás, que pode ser a principal consumidora dessa oferta de gás. No entanto, ele frisa que também há a ideia de aproveitar o combustível para abastecer a frota de veículos que leva os resíduos provenientes de Porto Alegre para o aterro da CRVR em Minas do Leão. Outra hipótese é movimentar o biometano por cilindros (modalidade conhecida como GNC) para alimentar clientes industriais.O conselheiro da Biometano Sul Roberto Faria diz que a perspectiva é que, futuramente, um novo gasoduto possa ser feito pela Sulgás ligando a planta de biometano até a malha de transporte de gás natural já existente. Ele detalha que será necessário instalar uma estrutura de aproximadamente 40 quilômetros desde Charqueadas, onde já há gasoduto. A conexão, além de Minas do Leão, beneficiaria com uma rede de fornecimento de gás os municípios de São Jerônimo e Butiá.Girondi enfatiza que o uso do biometano ajudaria a diminuir a dependência do Rio Grande do Sul do gás natural fóssil importado. Atualmente, esse insumo chega ao Estado pelo gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) e é limitado a uma disponibilidade de cerca de 2,8 milhões de metros cúbicos ao dia. “E muitas indústrias, principalmente de médio e grande porte, estão buscando mudar sua matriz energética, procurando fontes ambientalmente mais adequadas”, conclui o executivo.
Se tudo transcorrer dentro do previsto, o município de Minas do Leão passará a contar com a operação de uma unidade de biometano (combustível que se origina a partir de resíduos orgânicos e que pode ser usado como substituto do gás natural de origem fóssil) a partir do primeiro semestre de 2024. O complexo é projetado para uma capacidade de produção de 66 mil metros cúbicos do biocombustível ao dia e deve significar um investimento de cerca de R$ 100 milhões.
Além desse empreendimento, a Biometano Sul, responsável pela iniciativa, planeja outra planta para gerar 34 mil metros cúbicos diários do biocombustível, em São Leopoldo, que deve representar o aporte de aproximadamente R$ 70 milhões. Essa última estrutura não tem uma data definida para o começo das atividades. Somadas as potências das duas unidades, se o biometano fosse engarrafado, seria possível encher mais de 17,5 mil botijões de 13 quilos por dia.
A Biometano Sul é constituída por sócios da Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), que possui um aterro sanitário em Minas do Leão. Desse espaço provém o biogás gerado pelos resíduos ali depositados que a Biotérmica (empresa do mesmo grupo) transforma em energia elétrica. Agora, com a Biometano Sul, será dado um novo passo nessa cadeia, purificando o biogás para transformá-lo em biometano e possibilitando o seu aproveitamento como combustível para o segmento de transportes, uso industrial, entre outros. O aterro recebe hoje aproximadamente 3,5 mil toneladas de resíduos diariamente.
O diretor-presidente da CRVR/Biotérmica/Biometano Sul, Leomyr Girondi, adianta que está sendo negociado um acordo de venda da futura produção de biometano com a distribuidora gaúcha Sulgás, que pode ser a principal consumidora dessa oferta de gás. No entanto, ele frisa que também há a ideia de aproveitar o combustível para abastecer a frota de veículos que leva os resíduos provenientes de Porto Alegre para o aterro da CRVR em Minas do Leão. Outra hipótese é movimentar o biometano por cilindros (modalidade conhecida como GNC) para alimentar clientes industriais.
O conselheiro da Biometano Sul Roberto Faria diz que a perspectiva é que, futuramente, um novo gasoduto possa ser feito pela Sulgás ligando a planta de biometano até a malha de transporte de gás natural já existente. Ele detalha que será necessário instalar uma estrutura de aproximadamente 40 quilômetros desde Charqueadas, onde já há gasoduto. A conexão, além de Minas do Leão, beneficiaria com uma rede de fornecimento de gás os municípios de São Jerônimo e Butiá.
Girondi enfatiza que o uso do biometano ajudaria a diminuir a dependência do Rio Grande do Sul do gás natural fóssil importado. Atualmente, esse insumo chega ao Estado pelo gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) e é limitado a uma disponibilidade de cerca de 2,8 milhões de metros cúbicos ao dia. “E muitas indústrias, principalmente de médio e grande porte, estão buscando mudar sua matriz energética, procurando fontes ambientalmente mais adequadas”, conclui o executivo.

Termelétrica em São Leopoldo inicia atividades em março

Produção de energia elétrica a partir de resíduos já é feita em usina em Minas do Leão

Produção de energia elétrica a partir de resíduos já é feita em usina em Minas do Leão


JONATHAN HECKLER/JC
Assim como os materiais destinados aos aterros da Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR) podem ser utilizados na produção de biometano, eles também podem ser usados na geração de energia elétrica com a queima do biogás (gás que ainda não passou pelo processo de purificação e é oriundo de resíduos orgânicos). Em março, a Biotérmica, que é a empresa ligada à CRVR responsável por essa área, deve inaugurar a sua quinta termelétrica no Estado alimentada com biogás.
A usina, de 1 MW de potência instalada, será resultado de um investimento de R$ 5,7 milhões. No ano passado, já haviam entrado em operação plantas semelhantes em Santa Maria, Victor Graeff e Giruá e, em 2015, começou a geração do maior desses empreendimentos, de 8,5 MW, em Minas do Leão. Com a capacidade total das plantas em operação, 11,5 MW, o diretor-presidente da CRVR/Biotérmica/Biometano Sul, Leomyr Girondi, calcula que é possível produzir energia para abastecer uma cidade com em torno de 250 mil pessoas.
“Com essas térmicas, todos os nossos aterros vão gerar energia. Só está faltando São Leopoldo para completar o circuito”, destaca o dirigente. Em Minas do Leão, também está prevista para esse ano a modernização da usina local, para estender sua vida útil, o que implicará um aporte de aproximadamente R$ 25 milhões.
Girondi comenta ainda que é possível aumentar a potência dessa planta. No entanto, ele explica que essa situação depende da oferta de biogás, porque esse combustível pode ser usado tanto na geração de energia elétrica como na produção de biometano. “A gente tem que entender caso a caso qual é a necessidade de cada região, qual o investimento mais interessante para cada uma das unidades”, argumenta.
Para um horizonte mais distante, o dirigente revela que há planos para o desenvolvimento de uma unidade de recuperação energética, em São Leopoldo. Girondi informa que complexos dessa natureza se propõem a gerar grandes volumes de energia elétrica a partir de processos de queima de resíduos e não mais apenas da captação de gás proveniente desses materiais. A meta é efetivar um empreendimento para 35 MW de capacidade instalada para vender energia em leilões promovidos pelo governo federal. Uma ação como essa demandaria um desembolso de cerca de R$ 740 milhões.