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Conjuntura

- Publicada em 07 de Dezembro de 2022 às 20:00

Banco Central decide que Selic permanecerá em 13,75% ao ano

Mesmo com a estabilidade, Brasil continua a ter a maior taxa de juro real do mundo

Mesmo com a estabilidade, Brasil continua a ter a maior taxa de juro real do mundo


Marcello Casal Jr/Agência Brasil/DIVULGAÇÃO/CIDADES
Com a possível autorização pelo Congresso para que o novo governo abra as torneiras e libere bilhões para o consumo em 2023, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve ontem, em decisão unânime, a Selic (a taxa básica de juros) em 13,75% ao ano pela terceira reunião consecutiva, como era amplamente esperado. Mesmo com a estabilidade, a taxa está no maior patamar em cerca de seis anos, depois do mais longo ciclo de alta de juros da história do Copom, iniciado em março de 2021.
Com a possível autorização pelo Congresso para que o novo governo abra as torneiras e libere bilhões para o consumo em 2023, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve ontem, em decisão unânime, a Selic (a taxa básica de juros) em 13,75% ao ano pela terceira reunião consecutiva, como era amplamente esperado. Mesmo com a estabilidade, a taxa está no maior patamar em cerca de seis anos, depois do mais longo ciclo de alta de juros da história do Copom, iniciado em março de 2021.
Os gastos liberados pela PEC devem atuar em sentido contrário ao esforço do Copom para esfriar a economia. No encontro de outubro, o comitê tinha avisado que não hesitaria em voltar a elevar a Selic se a desinflação não ocorresse como o planejado.
"Nos últimos 45 dias, as expectativas de inflação apresentaram trajetória de alta para o médio prazo. As indefinições quanto ao desenho orçamentário de 2023 e, principalmente, sobre o tamanho da renúncia fiscal para o próximo ano, trouxeram efeitos imediatos sobre a curva de juros e colocaram em xeque as expectativas de inflação e o início da redução da taxa Selic para os próximos seis meses", explica o presidente da Fiergs, Gilberto Petry. "Quanto mais frouxa a política fiscal se mostrar nos próximos meses, mais será exigido da condução da política monetária. Nessa conjuntura é esperado que a taxa de juros real permaneça no campo contracionista por um longo período, tornando a tomada de crédito e as dívidas indexadas à Selic mais caras, impactando negativamente a atividade produtiva", destacou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.   
O aumento do juro básico da economia reflete em taxas bancárias mais elevadas, embora haja uma defasagem entre a decisão do BC e o encarecimento do crédito (entre seis meses e nove meses). A elevação da taxa de juros também influencia negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos. Por outro lado, aplicações em renda fixa, como no Tesouro Direto e em debêntures, passam a render mais.
Mesmo com a estabilidade da taxa Selic pela terceira reunião consecutiva, o Brasil continua a ter a maior taxa de juro real (descontada a inflação) do mundo, em uma lista com 40 economias. Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o juro real brasileiro está agora em 8,16% ao ano. Essa foi a última reunião do Copom do ano e do governo de Jair Bolsonaro, que quando assumiu, a Selic estava estacionada em 6,50% há seis reuniões consecutivas.
 
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