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Conjuntura

- Publicada em 29 de Novembro de 2022 às 18:12

Quitar dívidas deve ser prioridade para o 13º salário

Final do ano e parcelas do 13º costumam incrementar em 40% as vendas do comércio

Final do ano e parcelas do 13º costumam incrementar em 40% as vendas do comércio


ANDRESSA PUFAL/JC
Nesta quarta-feira (30), cerca de 85,5 milhões de trabalhadores do regime CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) recebem a primeira parcela do 13º salário. Integralmente pago até o dia 20 de dezembro, o benefício pode injetar R$ 249,8 bilhões no País, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (DIEESE). Entidades e especialistas ouvidos pela reportagem avaliam que a bonificação deve ser utilizada, primeiramente, para quitar dívidas, depois, para planejar uma reserva financeira e, claro, também para curtir momentos de lazer. Para o comércio, vale a pena investir em preços competitivos para atrair o público, que costuma estar mais disposto a comprar nesta época se as condições forem favoráveis. 
Nesta quarta-feira (30), cerca de 85,5 milhões de trabalhadores do regime CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) recebem a primeira parcela do 13º salário. Integralmente pago até o dia 20 de dezembro, o benefício pode injetar R$ 249,8 bilhões no País, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (DIEESE). Entidades e especialistas ouvidos pela reportagem avaliam que a bonificação deve ser utilizada, primeiramente, para quitar dívidas, depois, para planejar uma reserva financeira e, claro, também para curtir momentos de lazer. Para o comércio, vale a pena investir em preços competitivos para atrair o público, que costuma estar mais disposto a comprar nesta época se as condições forem favoráveis. 
"A prioridade é pagar as contas. Nesse caso, recomendo dar preferência aos boletos que vencem à médio e longo prazo, pois, assim, é possível conseguir um bom desconto nos juros", aconselha o professor da Escola de Negócios da Fadergs, Eduardo Moraes. Feito isso, para começar o ano sem sufoco, Moraes ainda recomenda que parte do 13º seja destinada à construção de uma reserva de emergência. "É necessário optar por investimentos de maior liquidez, como a poupança, já que é um dinheiro para ser usado de imediato quando acontecem imprevistos", analisa. 
Concluídas as prioridades, o especialista considera que este também é o momento de "se permitir gastar um pouco". Ter o dinheiro no final do ano é a oportunidade de aproveitar atividades de lazer ou adquirir algum bem que já se desejava. "Às vezes, passamos o ano todo contendo gastos. Se for possível, é o momento de comprar, sair para jantar, tudo com responsabilidade." Para que isso seja viável, Moraes garante que é preciso montar uma estratégia e uma planilha com todos os gastos permitidos. "Antes de comprar um presente de Natal, por exemplo, é essencial saber o quanto se pretende e o quanto se pode gastar", diz. 
Para quem deseja investir o 13º, ou uma parte dele, em opções mais rentáveis, para além da reserva de emergência, que deve estar disponível a qualquer momento, o professor destaca que existem fundos de investimentos em que se pode iniciar com uma cota a partir de R$ 30. "Não precisa ser muito, o importante é sempre pensar à longo prazo, pois ninguém fica rico do dia para noite, não é?", pergunta. Nessas situações, ele recomenda a aplicação no Tesouro Direto ou em fundos de corretoras de acordo com o perfil de cada um (conservador, moderado, arrojado). 
A professora Caroline Almeida está planejando seguir à risca os conselhos do especialista Eduardo Moraes. "Me mudei recentemente e estou com várias contas, principalmente com eletrodomésticos, acho que vou aproveitar para pagar algumas já", revela. Mas ela confessa que não é tão simples. "Quero comprar uns presentinhos também. O décimo tinha que ser maior para dar conta de todas as dicas. Só assim a gente faria tudo certinho, né?", brinca. 
 

Comércio pode esperar maior faturamento, mas volume de vendas menor

Patrícia aponta que cenário de dívidas em atraso não é tão favorável às vendas de final de ano

Patrícia aponta que cenário de dívidas em atraso não é tão favorável às vendas de final de ano


LUIZA PRADO/JC
De acordo com a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do RS (Fecomércio), esta época do ano costuma ter um crescimento de, em média, 40% nas vendas do comércio, resultado que evidencia a influência do acréscimo do 13º salário na roda da economia - e por ser uma época em que as pessoas estão mais dispostas a gastar com presentes. Apesar disso, a economista-chefe da entidade, Patrícia Palermo, analisa que, as vendas de 2022 devem ficar parecidas com as do ano passado. "Embora o faturamento possa ser maior, o volume deve ser menor", alerta.
"Temos um cenário com mais pessoas empregadas no mercado formal, isso é muito bom. Além disso, talvez seja o primeiro Natal e Ano Novo, depois de anos, sem restrições por conta da pandemia. No entanto, é preciso ressaltar que este ano nós temos Copa do Mundo acontecendo, as famílias estão gastando mais com lazer e saídas e viemos de um ano com inflação alta e juros elevados. As pessoas estão com dívidas em atraso, isso constitui um cenário que não é tão favorável para venda de presentes de final do ano", avalia.
Conforme a especialista, os efeitos da Copa do Mundo, inclusive, já foram sentidos na Black Friday. "É uma das menores que já tivemos. As pessoas estão distraídas, estávamos sem nos encontrar há dois anos. O churrasco, o restaurante, o lazer são gastos que consomem parte do orçamento."
Ela destaca também que para que os lojistas tenham sucesso nessa época, é importante se atentar a preços competitivos. "Além disso, ter uma forte presença digital faz toda a diferença".
Outra novidade, de acordo com pesquisa elaborada pela Fecomércio, é que a Black Friday também tem tomado parte das vendas de Natal. Ou seja, muitos consumidores estão preferindo comprar os mimos para familiares e amigos no período de desconto. Cerca de 50,6% das pessoas que compraram no evento de 2022 destinaram parte das aquisições para presentear no Natal. "Historicamente se dizia que a Black Friday era para comprar para si, enquanto o Natal era para os outros. Isso tem mudado", contextualiza Patrícia.
Para os que recebem o 13º este mês, a economista sugere que contenham alguns impulsos de consumo, porque o gasto sem planejamento não é bom para o orçamento familiar nem para a economia. "O que mais interessa é que as pessoas mantenham seu poder de compra ao longo do tempo sem se endividar. Uma pessoa inadimplente deixa de participar do mercado e isso é ruim para todo mundo. Então, a dica é traçar prioridades", reflete.
Ela garante ainda que o Rio Grande do Sul tem uma diversidade ampla de comércio e oportunidades para que os consumidores possam pesquisar os melhores preços quando decidirem de forma consciente o que adquirir. Nesta época de final de ano, considerada "de ouro para o comércio", quando se junta o 13º salário com o Natal e o Ano Novo, Patrícia deixa também uma dica aos empresários. "As marcas precisam ser assertivas, ter o produto que as pessoas querem", conclui