"Os processos de internacionalização de empresas ou startups historicamente dependem de uma boa conexão local para aprender sobre a cultura, a legislação e as práticas de negócios. Particularmente, o Parque Tecnológico de São Leopoldo (Tecnosinos) tem uma conexão por conta do município de São Leopoldo, ser o berço da imigração alemã o que propicia esta relação comercial com a Alemanha". A avaliação foi feita pelo gestor executivo do Tecnosinos e diretor da Unidade de Tecnologia e Inovação da Unisinos, Sílvio Bitencourt da Silva, que nesta quinta-feira (17) participou da reunião-almoço da Câmara Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul (AHK) onde abordou o tema "Internacionalização de Startups: Soft Landing BRasil-Alemanha".
Segundo Silva, o encontro teve o objetivo de discutir as possibilidades de negócio entre empresas e startups do Parque Tecnológico São Leopoldo e empresas e startups nos ecossistemas da Alemanha. "Estamos aqui para mostrar como as empresas gaúchas e brasileiras podem ingressar no mercado europeu, principalmente o alemão, utilizando o sistema Soft Landing - o nome significa algo como "aterrisagem suave", destacou Silva.
O gestor executivo do Tecnosinos informou que existem diversas áreas com oportunidades no ecossistema de inovação. "Temos percebido que startups ou empresas que atuam no setor do agronegócio, da saúde e da digitalização, ou seja, na promoção da transformação digital das empresas, são as que têm grandes oportunidades neste momento", acrescentou. Conforme Siilva, todos os ecossistemas de inovação de sucesso no mundo sempre tem uma universidade vinculada como unidade de conhecimento de referência. "No nosso caso, temos como lastro a Unisinos e as características do município de São Leopoldo de origem alemã", explicou. O gestor executivo do Tecnosinos afirmou que existe um momento histórico com o bicentenário da imigração alemã (que será comemorado em 2024). "Tudo isso converge para o aumento das possibilidades de realização de negócios comerciais entre o Brasil e a Alemanha", ressaltou.
Silva recomenda que os empreendedores startups jovens estudem com afinco as oportunidades de mercado, de gestão e de empreendedorismo. "Outra dica é a proximidade com as universidades locais e especialmente com os ambientes promotores de inovação como os parque tecnológicos e as incubadoras", acrescentou.
O presidente da Câmara Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul, Cleomar Prunzel, disse que startup se tornou palavra corrente e intimamente ligada a palavra inovação. "São jovens empresas nas quais a criatividade, a inventividade e a coragem de ousar e de inovar são normas. Muitas delas querem ir além buscando uma atuação global", explicou.
Segundo Prunzel, as startups precisam concorrer com candidatas do seu porte e empresas muito maiores. "Como entidade de comércio bilateral, a Câmara tem muito ao contribuir com quem deseja ingressar no mercado alemão e por meio dele no mercado da zona do Euro e consequentemente no mercado global", ressaltou.
O presidente da AHK afirmou que o mercado global é ávido por inovações e tecnologias que possam contribuir de alguma forma para a melhoria de processos de comunicação, de logística, de criação, de produção e de comercialização. O cônsul-geral da Alemanha para o Rio Grande do Sul/Santa Catarina, Milan Simandl, disse que o Brasil conta atualmente com aproximadamente 13,8 mil startups, o que representa 70% do mercado da América Latina. Em Porto Alegre, a estimativa é que estejam em atuação um total de mil startups.