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Economia

- Publicada em 19 de Setembro de 2022 às 14:07

PIB do RS cai 3,5% no segundo trimestre de 2022

Clima afetou segmento de agropecuária e influenciou no indicador

Clima afetou segmento de agropecuária e influenciou no indicador


FECOAGRO/DIVULGAÇÃO/JC
Como acontece historicamente no Rio Grande do Sul, o desempenho do agronegócio dita o ritmo da economia gaúcha. O fato do setor da Agropecuária ter enfrentado recentemente uma dura estiagem refletiu diretamente no PIB do Estado, que verificou uma queda de 3,5% no segundo trimestre de 2022 em relação a janeiro a março deste ano.Quando a comparação é feita com o segundo trimestre de 2021, a retração do Produto Interno Bruto é ainda maior: 11,5%. Nos dois casos, as taxas do Rio Grande do Sul ficaram abaixo do desempenho registrado no Brasil (crescimentos de 1,2% e 3,2%, respectivamente). Uma das explicações para as diferenças dos resultados do País e do Estado é justamente a maior dependência gaúcha do segmento agrícola e a dificuldade enfrentada com as safras na primeira metade de 2022.Os dados econômicos foram divulgados nesta segunda-feira (19) pelo Departamento de Economia e Estatística, da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG). Para se ter uma ideia do impacto da estiagem no meio rural do Rio Grande do Sul, o setor agropecuário apresentou queda de 38,3% no segundo trimestre em relação aos três primeiros meses do ano. Se for feita a comparação do período com abril a junho de 2021, o resultado é ainda mais negativo: redução de 65,6%, o que representa o pior desempenho para o setor (trimestre contra mesmo período do ano anterior) desde o começo da série histórica do PIB, iniciada em 2002. A chefe da divisão de Análise Econômica e diretora adjunta do DEE, Vanessa Sulzbach, lembra que no segundo trimestre do ano passado houve safra recorde e retomada da economia em relação aos efeitos da pandemia de coronavírus, o que ocasionou uma base alta de comparação. Além disso, a principal cultura agrícola gaúcha, a soja, teve uma diminuição recorde no segundo trimestre de 2022 em relação ao mesmo intervalo do ano passado, que foi da ordem de 54,3%. Arroz e milho também tiveram revezes, de 31,6% e 9,8%, respectivamente. “Se é que pode ter uma notícia positiva ao final disso tudo é que, como a queda é explicada basicamente pela produção agropecuária, se não houver percalços climáticos, é bem possível que conseguiremos recuperar no ano seguinte”, projeta Vanessa. Outro ponto de entusiasmo é que, com exceção da Agropecuária, os demais segmentos da economia gaúcha apresentaram resultados superiores ao do País em relação ao primeiro trimestre de 2022. A Indústria apresentou alta de 3%, contra 2,2% do Brasil, resultado puxado pelas áreas de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (18,4%) e Construção (4,3%), enquanto a Indústria de Transformação, a mais significativa da economia gaúcha, obteve alta de 1,7%, a mesma do Brasil. Nos Serviços, o crescimento no Estado foi de 1,6% (1,3% no Brasil), impulsionado pelo Comércio (6,9%).Quando a comparação é feita com o mesmo período do ano passado, a Indústria gaúcha manteve-se como destaque positivo, com alta de 7,3% (1,9% no País). No segmento de Serviços, a elevação em relação ao segundo trimestre de 2021 foi de 3,8% (4,5% no País). No acumulado do primeiro semestre de 2022, a queda no PIB do Estado foi de 8,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto no Brasil a alta foi de 2,5%. No acumulado em quatro trimestres, o PIB do Rio Grande do Sul apresentou diminuição de 2,4%, enquanto no País o resultado foi positivo em 2,6%.Taxas de crescimento do PIB do Rio Grande do Sul e do Brasil — 2º trimestre de 2022
Como acontece historicamente no Rio Grande do Sul, o desempenho do agronegócio dita o ritmo da economia gaúcha. O fato do setor da Agropecuária ter enfrentado recentemente uma dura estiagem refletiu diretamente no PIB do Estado, que verificou uma queda de 3,5% no segundo trimestre de 2022 em relação a janeiro a março deste ano.
Quando a comparação é feita com o segundo trimestre de 2021, a retração do Produto Interno Bruto é ainda maior: 11,5%. Nos dois casos, as taxas do Rio Grande do Sul ficaram abaixo do desempenho registrado no Brasil (crescimentos de 1,2% e 3,2%, respectivamente). Uma das explicações para as diferenças dos resultados do País e do Estado é justamente a maior dependência gaúcha do segmento agrícola e a dificuldade enfrentada com as safras na primeira metade de 2022.
Os dados econômicos foram divulgados nesta segunda-feira (19) pelo Departamento de Economia e Estatística, da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG). Para se ter uma ideia do impacto da estiagem no meio rural do Rio Grande do Sul, o setor agropecuário apresentou queda de 38,3% no segundo trimestre em relação aos três primeiros meses do ano. Se for feita a comparação do período com abril a junho de 2021, o resultado é ainda mais negativo: redução de 65,6%, o que representa o pior desempenho para o setor (trimestre contra mesmo período do ano anterior) desde o começo da série histórica do PIB, iniciada em 2002.
A chefe da divisão de Análise Econômica e diretora adjunta do DEE, Vanessa Sulzbach, lembra que no segundo trimestre do ano passado houve safra recorde e retomada da economia em relação aos efeitos da pandemia de coronavírus, o que ocasionou uma base alta de comparação. Além disso, a principal cultura agrícola gaúcha, a soja, teve uma diminuição recorde no segundo trimestre de 2022 em relação ao mesmo intervalo do ano passado, que foi da ordem de 54,3%. Arroz e milho também tiveram revezes, de 31,6% e 9,8%, respectivamente.
“Se é que pode ter uma notícia positiva ao final disso tudo é que, como a queda é explicada basicamente pela produção agropecuária, se não houver percalços climáticos, é bem possível que conseguiremos recuperar no ano seguinte”, projeta Vanessa. Outro ponto de entusiasmo é que, com exceção da Agropecuária, os demais segmentos da economia gaúcha apresentaram resultados superiores ao do País em relação ao primeiro trimestre de 2022.
A Indústria apresentou alta de 3%, contra 2,2% do Brasil, resultado puxado pelas áreas de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (18,4%) e Construção (4,3%), enquanto a Indústria de Transformação, a mais significativa da economia gaúcha, obteve alta de 1,7%, a mesma do Brasil. Nos Serviços, o crescimento no Estado foi de 1,6% (1,3% no Brasil), impulsionado pelo Comércio (6,9%).
Quando a comparação é feita com o mesmo período do ano passado, a Indústria gaúcha manteve-se como destaque positivo, com alta de 7,3% (1,9% no País). No segmento de Serviços, a elevação em relação ao segundo trimestre de 2021 foi de 3,8% (4,5% no País). No acumulado do primeiro semestre de 2022, a queda no PIB do Estado foi de 8,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto no Brasil a alta foi de 2,5%. No acumulado em quatro trimestres, o PIB do Rio Grande do Sul apresentou diminuição de 2,4%, enquanto no País o resultado foi positivo em 2,6%.

Taxas de crescimento do PIB do Rio Grande do Sul e do Brasil — 2º trimestre de 2022

Trimestre comparado ao trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal):
Rio Grande do Sul: -3,5% Brasil: +1,2%
Trimestre comparado ao mesmo trimestre do ano anterior:
Rio Grande do Sul: -11,5% Brasil: +3,2%

Acumulado ao longo do ano (1º semestre) comparado ao mesmo período do ano anterior:
Rio Grande do Sul: -8,4% Brasil: +2,5%

Últimos quatro trimestres comparados aos quatro trimestres imediatamente anteriores:
Rio Grande do Sul: -2,4% Brasil: +2,6%

Fonte: SPGG-RS/DEE e IBGE/Sistema de Contas Nacionais Trimestrais

Perspectiva para fechamento do ano é incerta

Passada a primeira metade de 2022 com uma retração da economia gaúcha, o desfecho para o ano continua uma incógnita. O que é apontado sem muitas dúvidas é que os setores de Indústria e Serviços serão essenciais para melhorar o desempenho do PIB do Rio Grande do Sul neste segundo semestre.
A chefe da divisão de Análise Econômica e diretora adjunta do DEE, Vanessa Sulzbach, argumenta que, como a maior parte da produção agropecuária ocorre no primeiro semestre, se Indústria e Serviços continuarem tendo performances boas até o final do ano, isso mitigará os efeitos negativos do agronegócio no PIB de 2022. No entanto, ela frisa que dificilmente será viável reverter uma queda do Produto Interno Bruto ainda neste ano “Impossível não é, mas teria que ser muito expressivo o crescimento das áreas de Indústrias e Serviços nos próximos meses para que não se tenha uma taxa negativa no final do ano”, adianta Vanessa.
Apesar das dificuldades, há quem ainda aposte em incremento na economia do Rio Grande do Sul para 2022. Conforme estudo do Departamento Econômico do Santander, o PIB gaúcho deve ter aumento de 1,3% este ano. Segundo o levantamento, que contém estimativas do banco por estados e regiões do País para o horizonte de 2020 a 2023, o PIB brasileiro vai avançar 2,6% em 2022, enquanto a média dos três estados do Sul terá alta de 2,2% no ano.
“Estimamos que o PIB da região Sul teve forte retomada em relação à queda sofrida em 2020, com os três estados compensando a contração do ano integralmente em 2021. A região ainda deve ter taxa de crescimento acima de 2% em 2022”, aponta o economista do Santander e autor do estudo, Gabriel Couto. Nos cálculos de Couto, a principal contribuição positiva para a evolução do PIB gaúcho este ano vem dos serviços, com alta estimada de 2,9%, puxada pela reabertura da economia. Já a indústria gaúcha, de acordo com as projeções do Santander, deve ter incremento de 1,3% em 2022. Por sua vez, o PIB da agropecuária no Rio Grande do Sul deve ser impactado em consequência de seguidos problemas climáticos. O recuo projetado é de 9,3% este ano.
Dentro dessas perspectivas da economia, o secretário estadual de Planejamento, Governança e Gestão, Claudio Gastal, ressalta que, ao analisar o PIB, o importante não é “olhar a fotografia e sim o filme”. Ou seja, não se pode ser tão otimista quando a agricultura alavanca a economia ou pessimista ao extremo quando o setor não tem os melhores resultados e impacta o desempenho geral.